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Mostrando postagens de 2025

Nova estrela na constelação do Lobo

Mapa da AAVSO para a localização da nova estrela. C om a denominação oficial V462 Lupi (TIC 1168661839), uma nova estrela foi descoberta em 12/6 pelo sistema automático ASAS-SN (sigla de " All-sky Automated Survey for Supernovae ", ou busca automatizada de supernovas por todo o céu). Na sua descoberta, apresentava mag. 8.8 e logo foi objeto de análise espectrográfica por Yusuke Tampo do Observatório Astronômico Sul-Africano. O mapa acima permite localizar a estrela, cuja posição é particularmente favorável para observadores no hemisfério sul. Segundo reportes publicados na revista Sky-&-Telescope, no dia 21 de junho, a estrela atingiu mag. 5.6, sendo visível à vista desarmada para observadores localizados em regiões escuras (sem poluição luminosa). Na maior parte das regiões, ela pode ser bem observada através de um binóculo. O artigo de Yusuke Tampo no "The Astronomer's Telegram" declara como conclusão: Meu espectro normalizado mostra as linhas de Balmer e...

Trânsitos da lua Titã em Saturno em 2025

Fig. 1 Trânsito de Titã às 2:41 (horário de Brasília) em 20 de setembro de 2025. Nessa simulação Stellarium, tanto o satélite como sua sombra podem ser vistos sobre o disco de Saturno. A presente temporada de observação de Saturno revela um planeta em que os anéis quase desapareceram. Esse fenômeno se deve à diferença de alinhamento orbital entre o plano da órbita da Terra e dos anéis. Mais interessante ainda é uma diferença de alinhamento com a órbita de Titã, a maior lua de Saturno e uma das maiores do sistema solar. Isso faz com que os chamados "trânsitos planetários" (quando uma lua ou sua sombra passam na frente do disco do planeta) sejam muito mais raros em Saturno do que em Júpiter. Mesmo com tantos satélites, apenas Titã e alguma outra lua têm geometria de alinhamento suficiente para gerar trânsitos que podem ser vistos desde a Terra. Luas menores de Saturno, que sempre transitam sobre o disco, são tão pequenas que sua observação é impossível em telescópios amadores. ...

Como descobrir um cometa

Q uando perguntamos a um sistema de IA " Como descobrir um cometa",  a resposta pode ser uma sequência de "dicas" que sugerem que a tarefa é quase uma trivialidade do dia a dia. Em abril de 2025, o Gemini da Google responde coisas como: "use aplicativos de astronomia", "use binóculos", "escolha um local escuro", etc. Essas dicas, entretanto, são sugestões sobre como observar cometas e não propriamente descobri-los...  Cometas podem tornar seus descobridores mundialmente famosos da noite para o dia, a depender do brilho que alcançarem nas proximidades do periélio. Embora esse seja um incentivo para se dedicar à caça de cometas, as pessoas não fazem ideia das dificuldades que cercam o feito.  Primeiro está o fato certo de que o brilho dos cometas obedece à mesma lei de distribuição das estrelas: quanto mais brilhantes, mais raros eles são. Porém, a fama do descobridor será diretamente proporcional ao brilho que o cometa alcançar. A imens...

Campanha de observação: Globe at Night

Mapa interativo do Globe at Night mostrando, em cada ponto, contribuições de observadores para o limite de magnitude observável no céu de sua posição. A poluição luminosa é um efeito de redução do contraste das estrelas do céu - que causa seu desaparecimento aparente - e que cresce à medida que o observador se aproxima de fontes artificiais de luz durante a noite. A poluição luminosa é um fenômeno tipicamente urbano, mas que pode afetar a zona rural a depender da proximidade de fontes de luz das cidades vizinhas e sua intensidade. A poluição luminosa tem sido uma preocupação constante entre os diletantes e profissionais de Astronomia, pois ela prejudica de forma severa a observação de fenômenos celestes. Aqui neste blog temos sempre alertado que a observação de certos eventos (p. ex., cometas) é bastante afetada pela posição do observador em relação a fontes de luz artificiais. Mapas de poluição luminosa podem ser construídos com base em satélites artificiais. Um exemplo é o " ...

Heliocentrismo e o caso Galileu Galilei: resposta a um questionamento.

  Quadro de Cristiano Banti (1857) de "Galileu diante da Inquisição Romana". Fonte: Wikipedia. R ecebemos um comentário sobre um post de 2019 que escrevemos: "Existem provas do heliocentrismo?" que pode ser lido neste blog.  Um dos nossos leitores, identificado como "Frederico", a quem agradecemos, fez alguns comentários interessantes cuja réplica, acreditamos, é de interesse de todos. Escrevemos alguns comentários abaixo sobre alguns pontos que Frederico expõe sobre esse assunto do "Julgamento de Galileu" que até hoje nos fascina. Os comentários de Frederico estão em itálico. Infelizmente, não consegui achar os originais em latim ou italiano da sentença do julgamento de Galileu. Eles estão disponíveis, porém, em inglês, pelos links fornecidos abaixo. A igreja nunca condenou Galileu por defender o sistema heliocêntrico... A sentença do julgamento de Galileu é pública e conhecida. Há versões traduzidas em inglês disponíveis online. Uma delas é: h...

Cometas em 2025: C/2025 F2 (SWAN) - desintegrou-se!

Imagem por J. J. Chambó Bris (http://cometografia.es) obtida em 7/4/2025 com o cometa SWAN25f as 4:24 do Tempo Universal. Fonte: [2]. Um novo cometa, denominado SWAN25f (denominação provisória dada a partir do instrumento que o descobriu, o Solar Wind Anisotropies , SWAN) recebeu designação oficial como C/2025 F2 (SWAN).  Descoberto pela plataforma espacial SOHO, por Michael Mattiazzo em 23 de março último, ele se tornou brilhante e acessível a pequenos telescópios (mag. 10-9.0). Segundo os últimos informes, seu brilho tem aumentado bastante em pouco tempo. Esse cometa pode atingir magnitude próxima a 5, tornando-se visível à vista desarmada, desde que não esteja muito próximo do sol. Para o mês de abril de 2025, o cometa se encontra entre as constelações de Pégasus e Andrômeda, conforme o mapa abaixo extraído de [1]. Na terceira semana de abril, ele passará próximo à famosa galáxia de Andrômeda, resultando em um interessante par para uma astrofotografia. Mapa da posição ...

Nova estrela no Sagitário: V7993 Sagittarii

Representação artística da estrutura de uma "nova" que mostra um par binário em interação por suas atmosferas estelares. Essa interação produz variações de intensidade luminosa que, na Terra, são observados como picos de brilho ou magnitude ( outbursts ). Descoberta U ma nova estrela surgiu na constelação de Sagitário. Denominada Nova Sagittarii 2025 (especificamente V7993 Sagittarii ), foi descoberta de forma independente por uma campanha russa (chamada "Nova Via Láctea" [1], por S. Korotkiy) e pelo amador japonês Tadashi Kojima em 23 de março último. Sua magnitude na descoberta era 13,0 e aumentou para 10 alguns dias depois, o que a faz acessível a pequenos telescópios longe dos céus poluídos de grandes cidades. Localização Para sua localização, o mapa da AAVSO [2] é reproduzido abaixo. Sua posição em Sagitário, próximo ao aglomerado M 7, é um alvo relativamente fácil para observadores do hemisfério sul. O relatório do " The Astronomer's Telegram " [...

Uma esfera armilar de papelão

  Fig. 1 Esfera armilar construída em papelão que permite determinar o horário de nascimento e ocaso de planetas e do sol. Nesta figura: Cm é o círculo meridiano, S é o sol, Ct é o círculo horário, Ps é a Terra onde o observador está localizado. Ce é o círculo da eclíptica. Essa foto foi tirada no dia 4/3/2023 às 12:23 do horário local, quando o sol projetava uma sombra vertical sobre Ps correspondendo às 12:00 do chamado "tempo solar verdadeiro". E sferas armilares são conhecidas hoje em dia como enfeites de sala ou de jardim. Trazem um conjunto de círculos concêntricos sobre uma base e uma seta que aponta para uma direção, atravessando os círculos internos. Poucas pessoas sabem, mas esferas armilares foram os computadores analógicos da antiguidade (Egler 2006). Com elas é possível, dentro de certa acuidade, determinar a posição de nascimento, ocaso e trânsito de estrelas, planetas, da lua e do sol de maneira "instantânea". Isso porque elas representam o c...

O Eclipse total da lua em 14 de março de 2025.

O eclipse poderá ser visto em sua fase de totalidade em todas as Américas por volta das 6:27 UTC (ou 3:27 do horário de Brasília) do dia 14/3.  Em 14 de março de 2025, ocorrerá um  eclipse total da lua  que será visível em boa parte do hemisfério ocidental, Brasil inclusive. As fases iniciais e a totalidade do eclipse serão visíveis em qualquer parte do país, desde que não haja nuvens. Para observar o evento, não há qualquer medida excepcional a ser tomada, como ocorre nos eclipses do sol. No Brasil, a lua estará localizada próxima ao horizonte oeste durante o obscurecimento máximo.  Em seu máximo, a lua estará completamente eclipsada, entretanto isso dependerá do local e do horário. Para Brasília, DF, o eclipse se inicia às 00:57 de 14/03/2025 e terá seu máximo às 3:48 (horário local), com final previsto para as 7:00, quando a lua já estará abaixo do horizonte . O evento durará aproximadamente 6 horas em Brasília/DF. Assim, em boa parte do país, o eclipse será visto...