20 dezembro 2020

A estrela de Belém

E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. (Mateus 2:1,2) 
E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. (Mateus 2:9)
Para quem gosta de Astronomia, a proximidade do Natal lembra a "Estrela de Belém" ou a referência nos Evangelhos sobre o surgimento de um corpo celeste que teria indicado aos três Reis Magos a posição da Manjedoura. De fato, inúmeros astrônomos no passado se dedicaram a desvendar o significado astronômico do surgimento dessa estrela, que está registrada apenas no Evangelho de Mateus. Céticos naturalmente considerem a descrição fantasiosa, como criada à posteriori para validar toda a narrativa dos Evangelhos sobre a vida de Jesus. Entretanto, para a imensa maioria dos cristãos, essa opinião não é válida. 

O que seria essa estrela? Encontrar uma explicação astronômica é uma tarefa difícil, pois envolve reconciliar o texto do Evangelho com diversas possibilidades em um cenário de escassos registros da época. Dependendo de qual for favorável, há uma sequência de datas que, se aceitas, determinariam o momento mais exato do nascimento de Jesus e toda a sequência de acontecimentos de sua vida conforme narrado no texto dos evangelhos. 

Excluindo a hipótese levantada pelo ceticismo - que chamamos aqui de "teoria da fábula"- algumas das possibilidades levantadas ao longo dos séculos para a Estrela de Belém são descritas de forma breve aqui. O assunto é complexo, pois envolve inúmeros autores e explicações possíveis.

Teorias

Meteoro: um bólido ou pedaço de meteorito que atinge a Terra vindo do espaço é um fenômeno bastante comum, mas rápido demais para se adequar ao texto evangélico, que diz ter sido a estrela vista "no oriente", de onde teriam vindo os magos. O texto sugere que o tempo envolvido desde o avistamento da estrela até o instante da manjedoura é incompatível com a hipótese do meteoro.

Cometa: uma representação universal dos presépios é o da Estrela de Belém como um cometa. Essa explicação leva em conta a descrição de movimento da estrela ao longo do tempo (seu "aparecimento" repentino) e apenas um cometa poderia ter essas características em um período de alguns meses (que seria comensurável com a duração da viagem dos magos até Belém).

O únicos registros que duraram milênios de passagens de cometas foram feitos por astrônomos chineses e coreanos. Um apareceu em 5 a. C e outro em 4. a. C.  Um outro, registrado em 12 a. C, coloca a data do nascimento de Cristo muito antes do tempo para ser aceito como possível. Segundo Humphreys [1] apenas o cometa de 5 a. C. seria um candidato à identificação de estrela dado seu brilho, conforme descrito na cronologia chinesa. Visível à vista desarmada de 6 de abril a 9 de março de 5 a. C, foi um cometa com longa cauda que teria aparecido e visto pelos magos. A cronologia permite inferir a região do céu onde o cometa foi visto, o que corresponde à constelação de Capricórnio (Ch'ien-niu). Conforme descreve Humphreys:
É interessante observar que os registros chineses descrevem o cometa de 5  a. C. como cruzando a constelação de Capricórnio. Em março-abril, Capricórnio se levanta no horizonte leste como visto desde a Arábia e vizinhanças e é observado nas primeiras horas do dia. Assim, esse cometa em particular foi visto se levantando à leste no céu da manhã. Mateus 2:2 diz que os magos viram "a sua estrela no oriente". Uma tradução alternativa para "no oriente" seria "em sua ascensão". Se essa tradução for adotada, o cometa de 5 a. C. se encaixa na descrição (...) [Ref. 1, p. 398] 
A hipótese cometária foi vista com ceticismo entre acadêmicos dada a crença generalizada de que cometas anunciariam desastres. Entretanto, conforme lembrado por Humphreys [1], cometas podiam simbolizar tanto bons como maus presságios. 

Uma vantagem da hipótese do cometa é que ela resolveria o problema com a data da morte de Herodes (por volta de 4. a. C), o que claramente indica que Cristo teria nascido meia década antes da data oficialmente fixada pela Igreja. Outro autor que defende a teoria comentária é Nicholl [2], embora não identifique o cometa chinês como um possível candidato, e afirme que o cometa de Cristo foi um outro, não encontrado nos registros chineses.

Fig. 1 Imagem da Wikipedia da obra de Kepler "De Stella Nova" de 1606 aberta na ilustração da nova estrela na constelação do Ofiúco (Serpentário). 

Conjunção planetária seguida de "nova estrela". Em outubro de 1604 uma "nova estrela" apareceu na constelação de Ofiúco (o Serpentário, Fig. 1), que foi vista por Johannes Kepler (1571-1630) depois de algumas dificuldades de observação por causa do mau clima na Europa Central [3][4]. 

Kepler, hoje conhecido como um dos mais importantes astrônomos do Renascimento, era também astrólogo. Um pouco antes, ele também observou uma grande conjunção entre Júpiter, Saturno e Marte em uma região do céu conhecida na época como o "Triângulo de fogo" (entre Sagitário, Áries e Leão). Para os astrólogos de então, uma conjunção desse tipo tinha um significado profundo. Kepler especulou que tal conjunção prenunciou o aparecimento da estrela no Serpentário . Como Kepler sabia que o ano imaginado para o nascimento de Jesus estava errado (como vimos, sabia-se que Herodes - responsável pelo massacre dos inocentes - teria morrido em 4 a. C), ele lançou a teoria de que a estrela de Belém seria uma nova estrela também precedida por uma conjunção como de Júpiter e Saturno. Os três reis magos, como astrólogos, teriam previsto a aparição da nova estrela por causas dessas conjunções. 

De fato, conjunções desse tipo ocorreram em 7 a. C. e nos anos seguintes [5]. As datas das conjunções foram 27 de maio, 6 de outubro e 1o de dezembro de 7 a. C. Uma conjunção tripla (envolvendo Júpiter, Saturno e Marte) ocorreu em 6 a. C. na constelação de Peixes (associada ao Cristianismo). Elas são comuns, embora a raridade aumente quanto mais próximo se avalie os planetas na conjunção ou se a conjunção é tripla (envolve três planetas).

Há quem afirme que uma coincidência de três grandes eventos astronômicos marcou o nascimento de Cristo [1]: um cometa, uma nova estrela e conjunções planetárias. Todas essas ideias estão profundamente arraigadas em interpretações astrológica, que se perderam no passado [1], p. 398:
Sugere-se que uma combinação de três eventos astronômicos estavam envolvidos: uma sequência de três conjunões de Saturno e Júpiter em 7 a.C, uma conjunção de três planetas em 6. a. C. e, finalmente, o aparecimento de um cometa na constelação de Capricórnio em 5 a. C. A história mundial astrológica, "Sobre conjunções, religiões e povos" de Mashalla do Sec. 8 AD baseou-se em uma teoria babilônica anterior de que importantes mudanças religiosas e políticas são preditas por conjunções de Saturno e Júpiter. Assim, Mashalla usou cálculos astronômicos Iranianos para declarar que inundações, o nascimento de Cristo e Maomé foram preditos por conjunções de Saturno e Júpiter sob circunstâncias astrológicas especiais... Dessa forma, sugere-se que a mensagem astrológica da conjunção de Saturno e Júpiter em Peixes em 7 a.C. era esta: o rei Messias nasceria em Israel. O fato de que a conjunção ocorreu três vezes em 7 a. C (maio, outubro e dezembro) reforçou a mensagem provavelmente. 
E os autores de [1] continuam:
Um encontro semelhante foi observado por Kepler em 1604 que, diferentemente de Regiomontano, calculou que tais encontros entre Júpiter, Saturno e Marte ocorreriam a cada 805 anos, e sugeriu que eles coincidiam com grandes eventos históricos (suas datas supostas foram 1617 a. C. para Moisés, 812 a. C. para Isaías, 6-7 a. C para Cristo, 799 AD para Carlos Magno e 1604 para a Reforma Protestante). Para Kepler, o encontro de três planetas era astrologicamente mais importante do que conjunções sucessivas de Júpiter e Saturno, de forma que sugeriu que a supernova de 1604 e a nova estrela de 5 a. C. devem ter sido resultados dessas conjunções. Para Caldeus, Marte representava o deus da guerra, para os Persas, o guerreiro celestial. Assim, sugere-se que o encontro de três planetas em 6 a. C., depois de três conjunções sucessivas em 7 a. C., confirmou para os magos que o rei Messias haveria de nascer em Israel e seria um rei poderoso. A cena estava dada: suas expectativas aumentaram depois do terceiro sinal que indicaria que o nascimento do rei era iminente. 
Assim, os "sinais do céu" (conjunções planetárias, eclipses etc) encontrados em citações bíblicas denunciam a influencia da astrologia na narrativa bíblica. A própria teoria de Kepler se fundamenta em crenças muito mais antigas, de raiz verdadeiramente astrológica.

Teorias "Aeronômicas". Para essas teorias, a tal estrela seria um corpo muito mais próximo da Terra - algo pertencente à alta atmosfera terrestre. Aqui entramos no campo puramente especulativo, sem registros ou de impossível "comprovação". Entretanto, um objeto desse tipo se ajustaria perfeitamente a uma interpretação literal do texto do evangelho.

A conjunção de Júpiter e Saturno em 2020. 

Conforme já divulgamos, o final de 2020 será marcado por uma aproximação entre Júpiter e Saturno, mais exatamente entre 20-21 de dezembro. Essa aproximação, de fato, é a mais fechada e visível a noite desde 4 de março de 1226. A Fig. 2 traz o registro da conjunção tripla que fizemos envolvendo também a lua em 16 de dezembro último. Muitos artigos recentes [6][7] identificam essa conjunção com o nome de J. Kepler, e erroneamente inferem que se trata de uma nova "estrela de Belém". Como vimos aqui, essa não foi a ideia de Kepler, a conjunção - como "ocorrência astrológica" prenunciaria para ele provavelmente outros fatos astronômicos. Para Kepler, a estrela de Belém seria uma nova estrela, que hoje sabemos serem "supernovas" ou estrelas grandes em seus últimos estágios de vida, que nenhuma relação podem ter com conjunções de planetas a milhares de anos-luz de distância.

Seja qual for a explicação, o mistério da estrela de Belém continua...

Fig. 2 Conjunção tripla entre a Lua, Júpiter e Saturno em 16 de dezembro de 2020, como visto em Brasília/DF. Foto do autor. Para J. Kepler (um dos últimos astrônomos-astrólogos), conjunções desse tipo prenunciavam o aparecimento de "novas estrelas" no céu. Uma delas teria sido a Estrela de Belém.

Referências

[1] Humphreys, C. J. (1991). The Star of Bethlehem a Comet in 5-BC and the Date of the Birth of Christ. Quarterly Journal of the Royal Astronomical Society, 32, 389.

[2] Nicholl, C. R. (2015). The great Christ comet: revealing the true Star of Bethlehem. Crossway.
http://www.armaghplanet.com/blog/6-theories-about-the-star-of-bethlehem.html

[3] Burke-Gaffney, W. (1937). Kepler and the Star of Bethlehem. Journal of the Royal Astronomical Society of Canada, 31, 417.

[4] Kemp, M. (2009). Johannes Kepler on christmas. Nature, 462(7276), 987-987.

[5] Clark, D. H., Parkinson, J. H., & Stephenson, F. R. (1977). An Astronomical Re-Appraisal of the Star of Bethlehem-A Nova in 5 BC. Quarterly Journal of the Royal Astronomical Society, 18, 443-449.

[6] C.  Choi (2020). Jupiter and Saturn’s Great Conjunction Is the Best in 800 Years—Here’s How to See It. https://www.scientificamerican.com/article/jupiter-and-saturns-great-conjunction-is-the-best-in-800-years-heres-how-to-see-it/ 

[7] Ashley Strickland (2020). "Watch for the 'Christmas Star' as Jupiter and Saturn come closer than they have in centuries":

02 dezembro 2020

Alguns eventos astronômicos em 2021

D. Pedro II, patrono da Astronomia no Brasil.

Trecho do diário de D. Pedro II em 16 de maio de 1891: 
A 23 haverá eclipse total da lua visível em parte em Paris. 
Entrada no perímetro da terra às 4h50 da tarde...
Grandeza do eclipse 1299 de diâmetro da lua. 
Como a 23 a lua nasce em Paris às 7:44 da tarde, 
só se observará o fenômeno no fim,
 saindo a lua da sombra às 8:26 e da penumbra às 9:31.
(Acervo histórico do museu imperial)

O ano de 2021 terá alguns eventos astronômicos interessantes como eclipses parciais da lua. Porém, não há ainda previsão de grandes cometas. Quase sempre cometas muito brilhantes são descobertos quando já estão mais próximos do periélio. Vamos torcer para que 2021 nos traga ao menos um. 

Apresentamos abaixo alguns dos principais eventos previstos para cada um dos meses do ano, com destaque para sua observalidade desde o Brasil.

Detalhes de alguns dos eventos descritos abaixo serão apresentados ao longo de 2021.

Janeiro

Uma conjunção de Saturno e Mercúrio ocorre no dia 9, e Mercúrio está em conjunção com Júpiter no dia 11. O asteroide 14 Irene atinge oposição no dia 14 com mag. 9.3. O cometa C/2019 N1 (Atlas) alcançará máximo brilho (mag. 9.7) no começo do mês. A luna nova (13 de janeiro) não atrapalhará as observações. Máxima elongação oriental de Mercúrio em 24 de janeiro, o que permitirá observar esse planeta ao entardecer. Na verdade, serão vários dias em que o mais próximo planeta do sol poderá ser observado.  

Fevereiro

A lua nova ocorre no dia 11 e a cheia no dia 27. Não há previsão de cometas brilhantes, o mais importante deles no mês será o C/2019 N1 (Atlas), com mag. 12, acessível apenas por instrumentos. O pico do chuveiro Alfa Centauridas ocorre em 8 de fevereiro com um máximo de 6 meteoros por hora. No dia 22 ocorre a oposição do asteroide 29 Amfitrite que atingirá mag. 9.7. Uma conjunção da lua e saturno ocorre no dia 10.

Março

Mercúrio atinge a máxima elongação ocidental no dia 6, sendo possível observar esse planeta antes do sol nascer. Júpiter e Mercúrio estão em conjunção no dia 5. A lua nova ocorre no dia 13. Vênus atinge máxima elongação ocidental no dia 20, sendo facilmente observado antes do nascer do sol. Ao telescópio será possível observar facilmente a "meia-lua" do planeta.  O cometa 10P/Tempel 2 atinge o periélio no dia 24 atingindo mag. 11. 

Abril

A lua nova ocorre em 12 e a cheia em 27. Sem perspectiva de cometas brilhantes. O asteroide 4 Vesta atinge oposição no dia 4, atingindo mag. 6.2. (Ver Fig. 1 para mapa de localização desse asteroide). Haverá uma ocultação de marte pela lua em 17 de abril, que será visível apenas entre a Índia e a Austrália.

Figura 1 Mapa da localização em 2021do asteroide Vesta.

Maio

Haverá uma conjunção da lua com Saturno no dia 3 e da lua com Júpiter no dia 4. A lua nova ocorre em 11, o que é relevante para a observação das Eta Aquáridas e Eta Líridas que tem picos neste mês.  Esse último chuveiro, para o Brasil não será favorável (taxa horária baixa, ~3 meteoros por hora). Mercúrio atinge máxima elongação oriental em 17. Destaque para uma conjunção de Vênus e Mercúrio poderá ser vista em 29. O cometa mais brilhante do mês será ainda o 10P/Tempel 2, com mag. 11. Há um eclipse total da lua em 26 que será observado no Brasil como eclipse parcial, com a lua se pondo no horizonte ocidental. Em 29, Mercúrio e Vênus estão em conjunção.

Junho

Os cometas do mês são 15P/Finlay (que atinge o perigeu no dia 18) e 7P/Pons-Winnecke ambos com mag. 11. A lua nova ocorre no dia 10, quando um eclipse anular do sol poderá ser visto em regiões setentrionais (como o Canadá, Groenlãncia e Rússia). Esse eclipse não será observado no Brasil. Uma conjunção da lua com Saturno ocorre em 27 e da lua com Júpiter em 28.

Julho

Máxima elongação ocidental de Mercúrio no dia 4. A lua nova ocorre em 9. No dia 7, o cometa 15P/Finlay atinge máximo brilho (mag. 8.5-9). Com a proximidade da lua nova, será uma boa data para observação desse cometa. Há várias conjunções da lua com planetas: com Mercúrio (dia 8), com Vênus (dia 12), com Saturno (dia 24), com Júpiter (dia 25). O asteroide 12 Victoria atinge oposição no dia 30 com mag. 8.8. Nesse dia também ocorre o pico do chuveiro Delta Aquáridas austrais.  Em 13, ocorre uma conjunção entre Vênus e Marte, que estarão separados por apenas 29' (um diâmetro da lua cheia).

Simulação Stellarium da conjunção de Marte-Vênus-Lua
no entardecer do dia 12 de julho de 2021.

Agosto

Saturno atinge oposição no dia 2. A lua nova ocorre no dia 8. Há uma conjunção da lua com Vênus em 11. O máximo das Perseidas ocorrem no dia 12. Júpiter atinge oposição no dia 19. Os cometas mais brilhantes do mês são 8P/Tuttle e 15P/Finlay, ambos com mag. 9.0. O asteroide 89 Júlia atinge oposição no dia 24 com mag. 9.0. A lua cheia ocorrem em 22 e é considerada uma "lua azul". Em 19, ocorre uma conjunção de Mercúrio e Marte que estarão separados por apenas 41.

Setembro

O cometa mais brilhante no mês será o 8P/Tuttle que atingirá mag. 8, sendo visível antes do por do sol.  Observações desse cometa são ideais próximos à lua nova, que ocorre no dia 6. Outro cometa previsto para o mês é o 4P/Faye que tem periélio no dia 10. Esse cometa, entretanto, atingirá mag. 10-11. O asteroide 2 Pallas atinge oposição no dia 11 com mag. 8.6 (ver Figura 2).  Mercúrio atinge máxima elongação oriental no dia 13. A lua cheia ocorre no dia 20. 

Figura 2. Mapa da posição do asteroide Pallas em 2021.

Outubro

O asteroide 40 Harmonia atinge oposição no dia 1 com mag. 9.5.  A lua nova ocorre em 6. O cometa 8P/Tuttle continua visível com mag. 8. Outros cometas de mesmo nível de brilho são 6P/d'Arrest e 67P/Churyumov- Gerasimenko com mag. 9-10. Vênus atinge máxima elongação oriental no dia 29. O planeta é visível por vários dias após o entardecer.  A famosa chuva Oriônidas, tem máximo no dia 21 e será prejudicada pela lua cheia que ocorre no dia 20.

Novembro

A lua nova ocorre no início do mês, dia 4. O cometa mais brilhante deste mês será 67P/Churyumov-Gerasimenko com mag. 8. No dia 5, Urano estará em oposição. O mês anterior e novembro será um período ideal para observar Urano. A lua cheia ocorrem em 19, que também será marcada por um eclipse lunar visível como eclipse parcial no Brasil com a lua se pondo no horizonte ocidental. Esse eclipse será total no oceano pacífico. O pico do chuveiro das Leônidas ocorrem entre 17-18. O asteroide Ceres está em oposição no dia 27 quando atinge mag. 7.2 (ver mapa de sua posição). 

Dezembro

A lua nova ocorre no início do mês, dia 4. A data marca também um eclipse total do sol que será visível apenas da Antártica. Não haverá eclipse em qualquer outra parte do mundo. O cometa mais brilhante deste mês será 67P/Churyumov-Gerasimenko com mag. 9. O asteroide 44 Nysa estará em oposição em 10 quando atingirá mag. 9.1. A lua entra em conjunção com vários planetas: Vênus em 6, Saturno em 8, Júpiter em 9. A lua cheia ocorre em 19. Em 29 ocorre uma conjunção entre Vênus e Mercúrio. O dia 31 é marcado por uma ocultação de Marte pela lua que somente será visível da Antártica. Para outros locais no mundo, o evento será uma conjunção. 

Referências

https://in-the-sky.org/  (mapas dos asteroides)

http://www.seasky.org/astronomy/astronomy-calendar-2021.html