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Cometas em 2021: C/2021 A1 (Leonard)

Desenho pelo autor do cometa C/2021 A1 (Leonard) como visto desde Brasília/DF em 25/12/2021 por meio de um telescópio refletor de 5 polegadas f/12 e uma ocular de 17 mm.

Finalmente o grande cometa de 2021 se torna visível no hemisfério sul. A figura acima é um esboço em papel (negativo) de um desenho que fiz de minha observação do C/2021 A1 desde Brasília no dia 25 de dezembro, por volta das 20:00. É possível imaginar que, em céus rurais, esse cometa no final de 2021 deve ser um verdadeiro espetáculo, já que não foi difícil encontrá-lo com um binóculo em um céu tão poluído como de Brasília.

O aspecto mais notável dele na data da observação acima foi a concentração do núcleo, visível como uma pequena estrela de cor alanjada (pode ser efeito da atmosfera, já que ele estava a menos de 20 graus de elevação). Seu núcleo tem cerca de 10 km de diâmetro e, no dia da observação, a distância de mais de 90 milhões de quilômetros não se mostrou obviamente na imagem. A condensação visível é parte da região mais central da coma, o que podemos chamar "núcleo óptico" do cometa (em contraposição ao seu "núcleo físico").

No final de dezembro de 2021, o C/2021 A1 poderá ser visto como uma condensação de mag. 4.0-5.0 entre as constelações do Microscópio e o Grou, se elevando em relação ao horizonte Oeste à medida que os dias passam. O periélio desse cometa ocorrerá em 3 de janeiro de 2022, quando então ele terá reduzido seu brilho para mais de mag. 5.0. Em boa parte de janeiro de 2022 ele será visível como um astro vespertino entre as citadas constelações, não muito longe da estrela "Aldhanab" ou γ Grus. Sua observação nessas condições será sempre melhor depois das 19:30 do horário local. 

Posição do cometa Leonard em 25/1/22 pouco depois de escurecer como visto desde Brasília/DF. Olhe e direção ao horizonte oeste, pouco abaixo da estrela gama da constelação do Grou. Nessa data, sua observação será melhor por meio de um pequeno telescópio. 

Vamos encontrá-lo já com mag. 8.0 no final de janeiro, mesmo assim um astro acessível à binóculos e, claro, um bom telescópio. Sua posição em 25/1 é marcada na simulação Stellarium da figura acima. 

A partir da metade de fevereiro de 2021, ele será visível como um astro de magnitude 10 no céu matutino, ainda na mesma região entre o Grou e o Microscópio. Gradativamente, esse cometa perderá brilho, tornando-se um objeto somente acessível a médios e grandes telescópios.

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