26 julho 2016

A pesquisa de impacto de meteoros na lua

Registro de um impacto lunar (ponto branco ou "flash" na borda inferior da lua), feito por Iten (ver 3).
Dentro da abrangência das buscas e investigações feitas em astronomia prática está a observação e registro de impacto de meteoros na lua. Há quem pense que, por estar muito distante, a queda de um meteoro de alguns quilos no solo lunar seja de difícil observação. Não é bem assim. Essa atividade é complementar ao registro detalhado de chuvas de meteoros ao longo dos diversos máximos anuais. Contrário, porém, a essa última tarefa, o registro de impactos precisa do auxílio de telescópios e câmeras, o que abre um campo de investigação aos que detêm esses instrumentos. 

Na verdade, há um programa inteiro da NASA dedicado a esse estudo e a atividade está ao alcance de astrônomos amadores:

(1) http://www.nasa.gov/centers/marshall/news/lunar/#.V5eSL2grKUk

O projeto "Impactos lunares" tem como missão:
  • Usar observações de telescópios terrestre do lado escuro da lua para estabelecer as taxas e tamanhos de grandes meteoros (de massa maior que algumas dezenas de grama), que atingem o solo lunar;
  • Relevância: o escritório de ambiente de meteoros está incumbido do desenvolvimento de uma compreensão do ambiente de meteoros que nos cerca. O monitoramento de impactos lunares permite a detecção de meteoros com massa acima de algumas dezenas de gramas (até vários quilos) que são difíceis de se medir com outras técnicas. 
A página citada traz uma lista de potenciais impactos. O "lado escuro da lua" corresponde à superfície voltada para a Terra que ainda não está iluminada, portanto, essa atividade é melhor realizada entre o quarto minguante e crescente, excetuando o período de lua nova, por causa do brilho solar. Segundo a referência citada, existem 10-12 noites no mês que satisfazem tais condições. A observação usando a superfície da lua aumenta a "área de coleta" (além da medida de queda de meteoros usando radares terrestres), o que é importante para caracterizar o ambiente (em termos de detritos naturais) onde circulam diversos engenhos espaciais. Telescópios de 14 polegadas são usados nesse programa. 
Telescópio usado pela NASA (aos pares)
para busca por eventos de impacto lunar.

Obviamente, a probabilidade de se observar um impacto desses cresce nas proximidades dos máximos das chuvas de meteoros. Logo, deve-se prestar atenção para as ocasiões quando esses máximos coincidem com as fases lunares ideais de observação. 

Deve-se, porém, compreender que a atividade de registro dessas quedas deve ser pareada, ou seja, feita em conjunto com um parceiro, que também deverá registrar a ocorrência simultaneamente. Esse expediente é para evitar que um flash registrado na superfície lunar seja imediatamente interpretado como uma ocorrência de queda, quado se trata apenas de ruído no sistema de registro. Também parece evidente que, porque a atividade de observação é bastante tediosa, o amador deve contar com um sistema de gravação e análise digitalizada de imagens. 

A tarefa de registro envolve a determinação do brilho aparente produzido pelo impacto, a partir do que pode-se inferir valores para o tamanho do meteoro, conhecido um "chute" para sua velocidade. Isso é mais fácil nas ocasiões dos chuveiros, já que assume-se que o impacto é causado por um potencial integrante do "bando" de meteoros, quando suas velocidades são conhecidas por razões orbitais. 

A revista "Selenology Today" (2) traz diversos artigos escritos por amadores sobre o registro desses impactos, além de inúmeras dicas e outras informações sobre as técnicas de observação.

Referências

(2) http://digilander.libero.it/glrgroup/
(3) http://www.lunar-captures.com//Selenology_Today/selenologytoday23.pdf



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