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Faça o seu próprio globo "Clementine" da lua


Existem muitos modelos de 'globos da Terra' para comprar, mas e da lua? Algumas empresas fabricam globos lunares em plástico, e é possível encontrar outros vendidos no mercado pela internet. O que talvez poucos sabem é que é possível fazer o seu próprio. Para isso, é preciso improvisar um pouco.

Há um site antigo, o "vendian.org", que disponibiliza imagens renderizadas das superfícies dos planetas e da lua e que podem ser usados para fazer o seu próprio globo lunar. E, ao invés de comprar, fazer um é uma exelente atividade com as crianças. Uma outra vantagem é que, depois de fazer um da lua, é posível fazer de outros planetas, baixando as superfícies do mesmo site.

É preciso um jeito de fazer com que um mapa impresso em uma superfície plana se adapte a uma superfície curva. A figura abaxo mostra a primeira imagem (há mais duas) do "modelo de gomos" da superfície lunar disponível na referência citada, que permite fazer essa aproximação.

Fig. 1 Parte 1 do "modelo em gomos"  com 480 x 720 pixels, disponível no site vendian.org, e que foram gerados para uma rendereização da superfície lunar. Essa imagem e outras deverão ser impressas em uma folha de pape fino com dimensão apropriada para ser colocada de polo a polo na superfície do modelo.
As três sequências de gomos totalizam 12 seções. Elas podem ser acessadas diretamente no site nos links abaixo:

Parte 1 (Fig. 1)

IMPORTANTE: antes de imprimir é preciso ter a superfíce onde os gomos serão colados. É possível colar sobre uma em esfera de isopor (como as ilustradas na Fig. 2, que são vendidas em diversos tamanhos). Com o globo em mãos, é preciso conhecer seu diâmetro. Uma esfera e 100 mm de diâmetro é ideal para a impressão da superfície como mostrada na Fig. 1. 

Obs.: Não recomendo usar globos muito grandes (p. ex, de 25 cm de diâmetro), pois a imagem da Figura 1 está em baixa resolução, o que poderá afetar a qualidade da imagem impressa em maior escala.

No caso que descrevo aqui, colei cada seção diretamente sobre um globo terrestre de plástico de 11 cm de diâmetro (ver Fig. 3), que é facilmente comprado em papelarias. Já montei um em isopor, mas a superfície não é rígida, de forma que sua durabilidade é menor. Outra vantagem de se usar pequenos globos terrestres em plástico é que é possível aproveitar o suporte.

Fig. 2 Esferas de isopor que podem ser usadas
para se montar o globo lunar.
Obviamente, a imagem está descrita em pixels e deverá ser colada a uma superficie que tem uma dimensão própria. Se temos, p. ex., uma esfera de 110 mm de diâmetro (como é o caso do meu globo de plástico), foi necessário ajustar o tamanho da impressão. Isso pode ser feito inserindo a imagem em um software de edição de texto (p. ex., o MS Word). No caso, a altura da imagem em centímetros deverá ser igual a πD/2, sendo D é o diâmetro do globo. Para um globo com 11 cm de diâmetro, a altura resultante é 17,3 cm. Mas, como o papel tem certa espessura, adicionei mais 1 mm na altura e o resultado foi uma impressão com 17,4 cm de altura. Entretanto,  a diferença de até 1 mm não é muito crítica.

IMPORTANTE: No ajuste da imagem, o leitor deverá FIXAR a razão de aspecto ou proporção entre largura x altura, de forma que a imagem seja reproduzida na mesma razão da original, conforme a altura desejada. Isso é muito importante porque, caso a razão mude, quando cada seção for colada, elas ou não cobrirão totalmente a superfície ou ficarão sobrando. O trabalho terá que ser refeito!


Fig. 3 Imagem do pequeno globo terrestre de 11 cm de diâmetro que foi "sacrificado" para a montagem. Cada seção da superfície deverá ser recortada e colada exatamente na sequência em que é apresentada.
Colando as seções

O processo de colagem é razoavelmente simples (ver Fig. 4), mas o leitor deverá cuidar para encaixar cuidadosamente as seções e não deixar espaços entre as fronteiras de cada uma delas. Se a impressão for feita no tamanho correto, as seções se fecharão perfeitamente, cobrindo todo o globo.

Para realizar a colagem, foi usada cola de papel. O alinhamento deve ser feito conforme cada centro do polo, para evitar problemas de encaixe. Atenção, não inverter norte com sul em cada seção! Você também tem que prestar atenção na ordem com que cada seção ou gomo é colada, que é muito importante para garantir a fidelidade final da superfície reproduzida. Para evitar esses problemas, o que fiz foi só recortar um outro gomo e colar depois que tivesse já colado um anterior. É possível recortar todos primeiro, mas eles terão que ser numerados (no verso) para evitar embaralhamento.


Fig. 4 E a Terra se transforma na lua... Deve-se colar cada seção de forma cuidadosa para evitar desalinhamento.

O resultado final pode ser visto na primeira imagem deste post. Tal como no caso da lua de verdade, não há marcas dos acidentes nas imagens da Fig. 1. É possível, porém, ter uma boa ideia da superfície da lua, principalmente de seu lado oculto com esse pequeno modelo. 

Curiosidade: as imagens que servem de modelo para as seções foram geradas por dados missão Clementine da NASA, por isso, eu o chamo de "globo Clementine da lua".

Materiais
  • Cola de papel
  • 3 Folhas de papel
  • 1 Impressora para impressão das seções da lua
  • 1 Esfera de isopor ou de plástico (ideal com aproximadamente 10 cm de diâmetro)
  • 1 Tesoura
Referência

http://www.vendian.org/mncharity/dir3/planet_globes/

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