Conforme divulgado em nosso post "Alguns eventos astronômicos em 2016", haverá uma conjunção muito fechada de Vênus e Júpiter no entardecer do dia 27 de Agosto de 2016. Conjunções planetárias são efemérides bastante frequentes, porém, poucas se destacam por estreita "distância aparente" atingida pelos participantes planetários. Como sempre, o alinhamento (o que também exige posicionamento da Terra) é puro efeito de perspectiva, sendo que a "distância real" dos planetas envolvidos é bastante grande, considerando-se as dimensões do sistema solar. No caso deste evento, a distância aparente entre os principais componentes será da ordem de cinco minutos de arco.
Qual será a magnitude aparente do par?
A conjunção nos remete a uma interessante questão: dados dois objetos "estelares" com magnitudes aparente m1 e m2, se eles se aproximarem até que não possam ser separados a vista desarmada, qual é a magnitude resultante, m ?
Como é esperado, o fluxo luminoso conjunto do par será dado pela soma dos fluxos. Em termos de magnitudes, o fluxo luminoso é
onde F0 é um fluxo de referência com magnitude m0 de referência. O fluxo total do par será dado portanto por
Aplicando a (1) para a magnitude combinada do par (e eliminado o termo que depende de m0), então:
A relação (3) fornece a equação procurada (ver também 1), o que mostra que m não é dado como uma função "linear" das magnitudes de cada componente.
Como é esperado, o fluxo luminoso conjunto do par será dado pela soma dos fluxos. Em termos de magnitudes, o fluxo luminoso é
F/F0 = 10^[m0-m]*2/5 (1)
onde F0 é um fluxo de referência com magnitude m0 de referência. O fluxo total do par será dado portanto por
(F1+F2)/F0=10^[m0-m1]*2/5+10^[m0-m2]*2/5 (2)
Aplicando a (1) para a magnitude combinada do par (e eliminado o termo que depende de m0), então:
m = -5/2*log[10^(-2*m1/5)+10^(-2m/5)] (3)
A relação (3) fornece a equação procurada (ver também 1), o que mostra que m não é dado como uma função "linear" das magnitudes de cada componente.
As circunstâncias da efeméride predizem que a separação máxima observada na data será de 4'40'' e as magnitudes de Vênus e Júpiter serão, respectivamente, -3.91 e -1.68 (sem considerar o efeito da atmosfera). Portanto, usando a Eq. (3) acima encontramos que a magnitude do par será de -4.04 (o que ainda assim é menor que o brilho máximo de Vênus, que chega a -5.0).
Para Brasília, DF, o fenômeno poderá ser visto no horizonte ocidental, ao cair da tarde do dia 27 de Agosto, sendo mais facilmente observado depois das 18 h do tempo local (o par estará visível acima do horizonte até aproximadamente 19:20). O planeta Mercúrio também poderá ser visto ladeando o encontro dos gigantes de brilho no céu, o que mostra que essa conjunção será, na verdade, tríplice.
Aspecto da conjunção no dia 27. O evento, na verdade, é uma conjunção tríplice, pois Mercúrio também estará próximo. |
Referência
1 - Meeus, J. H. (1991). Astronomical algorithms. Willmann-Bell, Incorporated.
1 - Meeus, J. H. (1991). Astronomical algorithms. Willmann-Bell, Incorporated.
SENSACIONAL, MARAVILHOSO, INDESCRITÍVEL EVENTO, PARA OS SUMÉRIOS ERAM AVISOS DA CHEGADA DE UM REI, O ANUNCIO DE GRANDES MUDANÇAS NO PLANETA TERRA, PARA NÓS DEVE SIGNIFICAR ALGO TAMBÉM..
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