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Ocultações de Saturno pela Lua (em 2014)

Fig. 1 Ocultação de saturno pela Lua em 3/11/2001. Imagem por Étienne Bonduelle, Cambrai, França. Meade 8-polegadas e câmera Philips ToUcam Pro. U ma ocultação é o fenômeno de passagem de um astro 'em frente' a outro, ou  seja, durante uma ocultação, um objeto celeste fica no meio do caminho da linha de visada do observador.  Ocultações podem ser provocadas por diversos corpos celestes tais como planetas, asteroides e, principalmente, a Lua. Por ter um diâmetro aparente grande, a Lua frequentemente intercepta diversas estrelas em seu caminho. No passado, a temporização de ocultações de estrelas pela Lua foi importante para se estabelecer correções nos chamados 'elementos orbitais' desse satélite e, assim, determinar, com precisão, a influência de perturbações no movimento da Lua, que é bastante irregular. Hoje, as ocultações principalmente de asteroides pela Lua e de asteroides de estrelas são importantes para se determinar - a partir da curva de brilho - o d...

Alguns eventos astronômicos em 2014

Quais são os grandes eventos celestes para 2014? Apresentamos aqui um resumo dos principais eventos, outros serão comentados ao longo do ano em vários posts. Oposição de planetas: destaque para Marte.  Um planeta 'superior' (isto é, externo à órbita da Terra) está em oposição quando se encontra alinhado com a reta que liga o sol à Terra. Em 2014, espera-se a oposição dos principais planetas visíveis: Júpiter para o começo do ano (dia 5 de Janeiro), Marte (em 8 de abril) e Saturno (em 10 de Maio). Júpiter chega a atingir o diâmetro aparente de 47", Marte, 15", e Saturno 19". A oposição de Saturno ocorrerá na constelação de Libra e terá anéis inclinados em 22 graus em relação à linha aparente que nos une a ele. De particular interesse para amadores será a oposição de Marte, uma vez que esse planeta apenas a cada dois anos, aproximadamente, pode ser observado em condições favoráveis. O diâmetro que ele atingirá (que se deve à combinação de geometria...

A questão dos nomes astronomia, astrofilia e o significado da astronomia amadora.

D. Pedro II (1825-1891) O dia 2 de Dezembro é conhecido nacionalmente como 'dia do astrônomo'. Esse é também o dia de nascimento de Pedro de Alcântara ou D. Pedro II que é reconhecido (merecidamente) como patrono da astronomia brasileira. Sempre nesse dia surge a dúvida se a comemoração deve incluir não somente os astrônomos profissionais mas os amadores também. Para tentar resolver a dúvida, devemos antes discutir um pouco sobre o significado próprio dos nomes usados para designar a ciência da astronomia e a prática da observação do céus "sem compromisso", como realizada por amadores. Por que as ciências que estudam fenômenos, ocorrências relacionados à vida se chama "biologia", e aquela que estuda fenômenos e ocorrências relacionados aos astros se chama "astronomia"? Além disso, não se fala em uma 'física amadora' ou uma 'biologia amadora'; não se ouve falar (em clubes) de 'físicos amadores' ou 'biólogos a...

Fotometria do cometa Ison (Novembro de 2013)

Fig. 1 Imagem de 14 de Novembro com a presença do cometa Ison. Problema: com base nesta imagem, qual a magnitude do cometa? Imagem obtida em Barão Geraldo, Campinas, SP. Finalmente, o dia 14 de Novembro permitiu o primeiro registro fotográfico do cometa Ison, como visto desde Campinas, SP (figura 1). A imagem mostra uma pequena mancha esverdeada em meio às estrelas da constelação da Virgem. Esse registro fotográfico, por mais simples que pareça, contém em si informação suficiente para determinar a magnitude (ou brilho) do cometa.  Vamos mostrar aqui um método prático (fazendo jus ao nome do blog) de se estimar essa magnitude. A imagem da Figura 1 já identifica diversas estrelas na vizinhança do cometa. A magnitude dessas estrelas é conhecida. Como podemos fazer para estimar a do Ison? O método aqui descrito é semelhante à estimativas feitas pelo olho, quando se compara o brilho a ser inferido com duas estrelas de magnitude maior e menor que o do astro, obtendo-se um res...

Cometas em 2013: em tempos de ISON quem brilha mesmo é LOVEJOY

Com a aproximação do periélio do Cometa C/2012 S1 (ISON) cresceu o interesse pela busca de cometas. Estão anunciados quatro cometas para Novembro de 2013: o esperado ISON, o cometa C/2013 R1 (Lovejoy), o cometa Encke e uma 'variedade' do LINEAR. Fig. 1 Mapa da posição do cometa C/2013 R1 em 11/11/2013. Fig. 2 Aspecto do cometa c/2013 R1 como visto por um binóculo. A data é 11/11/2013 as 05:00 do tempo local (07:00 TU). Acordamos no dia 11 de Novembro  último para tentar observar pelo menos os dois mais brilhantes desses. Na primeira tentativa usando um binóculo 15X70, não foi difícil divisar o C/2013 R1 próximo à cabeça do Leão, como indicado pelo mapa da Fig. 1. Ele estava bem próximo da estrela    κ  Leo como mostrado por esse mapa.  A Fig. 2 traz uma imagem do cometa Lovejoy feita com uma lente de 300 mm de distância foca a 8 segundos de exposição apenas para registrar a ocorrência. A estrela assinalada com o '87' é a HIP 45897, que tem ...

Eclipse do Sol: 3 de Novembro de 2013 (eclipse híbrido)

Fig. 1 Imagem do eclipse do Sol em 22 de Setembro de 2006. O eclipse de 3 de Novembro terá este aspecto como visto nas regiões nortes e nordeste do Brasil. (Foto: A. Xavier, Canon PowerShot A300, ISO 100, 1/200 segundos com filtro.) Conforme anunciado aqui anteriormente,   o eclipse parcial da Lua deverá ser seguido por um eclipse total do Sol que, em sua totalidade, não será visível no Brasil. Porém, em uma extensa faixa de dimensões continentais sobre Brasil (Fig. 3), o eclipse poderá ser visto como um eclipse parcial . Isso significa que a Lua irá cobrir apenas parcialmente o Sol, em média 20% da superfície do disco solar. Na regiões mais setentrionais do Brasil, o obscurecimento chegará a 40%. Há uma característica interessante desse que será o último eclipse de 2013: é que ele se trata de um eclipse híbrido . Segundo a ref. 1: Esse será um dos raros eclipses híbridos anular/total nos quais algumas seções da trajetória são anulares, enquanto que outras são totais....

Fotometria lunar no eclipse penumbral de 18 de Outubro de 2013

Imagem da Lua no eclipse penumbral de 19 de Outubro de 2013. À esquerda, ela se encontra eclipsada. P ouco antes da data que marcou o último eclipse da Lua , foi interessante ler na internet alguns astrônomos amadores se queixarem de que este eclipse não valia a pena ser observado. Certamente, o efeito do obscurecimento do limbo lunar com a entrada da Lua na 'penumbra' da Terra não é dos fenômenos mais marcantes para se observar no céu, e o efeito teria passado desapercebido da maioria não tivesse ele sido anunciado previamente por várias fontes. Acontece que a astronomia empírica é feita de fenômenos pouco notáveis. Então, aqui, resolvemos analisar o perfil da curva de luz lunar para 'ressaltar' o efeito e estudá-lo com mais detalhe. Embora seja aparente o obscurecimento como visto na Fig. 1, vamos tornar essa diferença 'explícita' por meio de análise da imagem. Talvez, a abordagem que usamos aqui possa ser usada em outros eclipses, ou sua aplicação s...