19 maio 2021

Eclipse total da lua em 26 de maio de 2021

 

Mapa da região de visibilidade do eclipse da lua em 26/5/2021 segundo a referência.

Em 26 de maio de 2021 haverá um eclipse total da lua, com seu máximo de totalidade visível apenas para as longitudes do centro do Oceano Pacífico. Mesmo assim, o início do eclipse será visível em grande parte da América do Norte (Estados Unidos e costa oeste do Canadá). 

A lua estará completamente eclipsada na faixa branca do gráfico acima. Na região escura, nenhum eclipse será visto, o que corresponde a todo território da África e a Europa. 

Nas regiões cinzas, o eclipse será parcial.

Para o Brasil, o início do eclipse será visto na região P1 (nordeste do Brasil) e, em boa parte do território, o eclipse será penumbral. Esse início se dará com a lua próximo ao horizonte ocidental. Á medida que o eclipse avança, a lua se põe, de forma que a fase de totalidade não será visível no Brasil.

Em boa parte do Brasil (exceto para o Acre, one o eclipse será parcial), haverá leve esmaecimento da iluminação do sol no disco lunar, sem a presença de alguma sombra. A fase penumbral dura até as 9:44 TU (ou 6:44 do tempo de Brasília), quando a lua começa a ser coberta pela sobra da Terra.

O próximo eclipse da lua ocorrerá em 19 de novembro de 2021.

Referência

https://eclipse.gsfc.nasa.gov/LEplot/LEplot2001/LE2021May26T.pdf

20 abril 2021

Por que os cometas possuem caudas e de que elas são feitas?


Longe do calor do sol, núcleos de cometas são indistinguíveis de asteroides ou outros corpos rochosos. Sua composição volátil faz com que eles percam massa muito rapidamente se aquecidos. Esses materias, em grande parte gases ou fluidos gaseificáveis, são expelidos tanto do interior da massa que compõem os núcleo dos cometas como evolam para o espaço.

Existem dois tipos de cauda:
  • Uma cauda de gás ou de íons: criadas pelo efeito da luz ultravioleta do sol que ioniza o gás. Elas são mais 'retas' e apontam sempre imediatamente na direção oposta ao sol. Como são partículas carregadas, elas são empurradas tanto pelo vento solar como por campos magnéticos.
  • Uma cauda de poeira: formada por partículas microscópicas, 'poeira de cometa', mas mais pesadas que a cauda de gás. Atuada principalmente pela força de radiação. Como as partículas são massivas, elas têm uma estrutura mais complexa e, a vezes, estriada, revelando fluxos não uniformes a partir do núcleo do cometa. Importante também entender que, ao se desprenderem do cometa, cada partícula é um corpo em órbita do sol. Assim, sofre a influência da atração solar, razão porque algumas caudas de poeira têm o formato encurvado.
Como cometas perdem massa quando estão próximos do sol com o aquecimento, a luz do sol exerce uma pressão (chamada "de radiação") sobre as moléculas liberdas e uma calda se forma.

A força de radiação que empurra as partículas evoladas dos cometas depende da intensidade da luz. Quanto mais próximo do sol o cometa se encontrar, tanto maiores serão as caudas, pois as partículas serão projetadas em direção oposta ao sol com maior velocidade.

Referência

ALFVEN, H. t. On the theory of comet tails. Tellus, v. 9, n. 1, p. 92-96, 1957. https://tandfonline.com/doi/pdf/10.3402/tellusa.v9i1.9064

14 fevereiro 2021

Cometas em 2021: C/2021 A1 (Leonard)

Posição simulada via Carte du Ciel do cometa C/2021 A1 como visto desde Brasília em 10 de dezembro de 2021 as 5:40. Na ocasião, sua magnitude estimada é da ordem de 4.5, o que o torna um cometa visível a olho nu. Nesta data, o cometa está na constelação de Serpens Caput e muito próximo do horizonte oriental (E). 

Em 3 de janeiro de 2021, Greg Leonard, trabalhando com os recursos do observatório Mount Lemmon no Arizona (EUA), descobriu um novo cometa que logo recebeu a designação C/2021 A1. Na ocasião, uma imagem do novo corpo já mostrava uma cauda perceptível. Logo também uma primeira órbita foi calculada, indicando seu periélio para 3 de janeiro de 2022.

Estimativas iniciais do laboratório JPL da NASA indicam a data de maior aproximação com a Terra para o dia 12 de dezembro de 2021, quando então o cometa Leonard passará a quase 35 milhões de quilômetros da Terra. Mais próximo ainda ele chegará do planeta Vênus (a 2,6 milhões de quilômetros) no dia 18 de dezembro deste ano. Fosse essa a distância para a Terra, teríamos um espetáculo maravilhoso no céu. Infelizmente, não podemos ir para Vênus testemunhar a aproximação.

Logo também surgiram avaliações de seu máximo brilho, algo como no intervalo de magnitudes 4.0-5.0. Sendo uma estimativa inicial, seu brilho real poderá ainda trazer surpresas, podendo, inclusive, se mostrar visível durante o dia no início de dezembro. 

Por enquanto, o cometa é um objeto muito débil, acima da mag. 18.0. Poderá passar boa parte do ano como um objeto apenas acessível a grandes instrumentos para se tornar mais visível para pequenos telescópios no final de novembro deste ano. A época não é favorável para observação no Brasil, por causa da incidência de chuvas e imprevisibilidade climática. 

Porém, é interessante o fato de que a fase de maior brilho do C/2021 A1 favorecerá observadores no hemisfério sul. Portanto, uma brecha nas nuvens poderá facilitar sua observação. 

Para a região de Brasília (o que também vale para boa parte do Brasil), o objeto poderá ser visto próximo ao horizonte leste antes do nascer do sol em sua fase "pré-perigeu" (antes de se aproximar o máximo da Terra). No início de dezembro (entre os dias 5 de 14) o cometa se localizará entre as constelações de Bootes e Serpens Caput (como mostrado na Figura acima). Seu brilho se elevará paulatinamente com sua aproximação do sol, porém, será menos visível por causa da proximidade com o fulgor da aurora. 

Entretanto, depois do dia 14 de dezembro, o cometa será mais facilmente observado como um astro vespertino e estará mais elevado em relação ao horizonte ocidental. Entre 15 e 18 de dezembro ele estará na constelação de Sagitário, cruzando uma região rica em objetos celestes. 

Posição do cometa Leonard em 15 de dezembro de 2021 as 19:00 como visto desde Brasília. Na data, o cometa é um astro vespertino na constelação de Sagitário e com mag. 4.2.

Entre os dias 17 e 18 de dezembro, ele estará relativamente próximo do planeta Vênus, o que poderá ser usado para facilitar sua localização no céu.  Com o passar do tempo, o cometa se tornará um objeto mais elevado no céu do hemisfério sul. No dia 24 de dezembro, com mag. 5.4 (ainda visível a olho nu em locais longe dos centros urbanos), ele poderá ser visto na constelação Microscopium. Gradativamente enquanto reduz seu brilho, ele também pode ser visto por mais tempo logo após do por do sol. Na ocasião de seu periélio, o cometa será visível com mag. 6.3 na constelação do Grou, ainda facilmente acessível aos observadores do hemisfério sul.

Posição do cometa Leonard em 24 de dezembro de 2021, com mag. 5.4 na constelação do Microscópio.

Como cometas são corpos instáveis, é possível que o cometa se transforme em um espetáculo nos céus, caso sua atividade aumente consideravelmente. Ao longo do ano, com novos dados e medidas de seu brilho, será possível provavelmente corrigir nossas estimativas aqui.