02 dezembro 2015

Alguns eventos astronômicos em 2016

Fig. 1 (Esquerda) Imagem do Sol com Mercúrio em trânsito, que voltará a acontecer em 2016. (Direita) Imagem de Marte na oposição de 2014 obtida por Geoff Chestder. (Celestron 23.5 cm, f/10 SC, Zwo ASI120MC)

Em comemoração ao dia da Astronomia.
Quais serão os principais eventos no céu em 2016? Abaixo segue uma lista de eventos já previstos, muitos deles a serem comentados e detalhados ao longo de vários posts em 2016 antes de acontecerem. No que segue, faltam informações sobre os cometas de 2016, que serão postadas oportunamente em um artigo dedicado. A tabela de efemérides astronômicas (2) é mostrada neste post.

Os grandes destaques do ano são para o oposição de Marte em Maio e o trânsito de Mercúrio pelo Sol.

Destaques de 2016

Conjunções da Lua

Haverá uma série de conjunções da Lua com Aldebarã, com incursões do disco lunar no interior das 'Hyades'. Uma delas é mostrada abaixo, no dia 19 de Janeiro (Fig. 2). Outras ocorrerão em 16 de Fevereiro, 14 de Março, 10 de Abril, 8 de Maio, 19 de Junho, 1 de Julho, 29 de Julho, 25 de Agosto, 21 de Setembro, 19 de Outubro, 15 de Novembro e 5 de Dezembro de 2016. Uma vez que o campo tem muitas estrelas, serão oportunidades para se observar ocultações lunares pela passagem pelo rico campo.
Fig. 2 Conjunção da Lua com Aldebarã, em 19 de Janeiro de 2016.
Vários eventos desse tipo ocorrerão em 2016.
Ocultações: mercúrio desaparece atrás da lua em setembro.

A única ocultação visível de um planeta pela lua no Brasil será em 29 de Setembro de 2016, com o planeta Mercúrio. A Fig. 3 ilustra o diagrama da sombra na superfície da Terra, sendo visível claramente a porção austral da América do Sul onde o evento será visto.
Fig. 3 Imagem animada da movimentação da região de sombra com a ocultação de Mercúrio pela Lua em 29 de Setembro de 2016.
O fenômeno tem o seu início logo de manhã - antes do nascer do Sol - com Mercúrio e a Lua bem baixos, próximo ao horizonte oriental. Com a rotação da Terra, o final do evento somente poderá ser observado durante o dia (Fig. 4). Recomenda-se o uso de um instrumento com orientação automatizada (tipo montagem robotizada com alinhamento prévio) para seguir o evento durante o dia.


Fig. 4 (Acima) Lua e Mercúrio como podem ser vistos por volta das 5:15 da manhã (hora local) no dia 29 de Setembro de 2016. (Abaixo) Animação da ocorrência do fenômeno para Campinas, SP.
Oposições: destaque para Marte em Maio

No dia 22 de Maio ocorre a noite da máxima aproximação de Marte. Na verdade, as melhores condições de observação desse planeta já estarão disponíveis várias semanas antes dessa data. Na ocasião, Marte estará brilhando com mag. -2.06 e terá um diâmetro aparente de 18.4". Como essa medida equivale a 0.3', então - usando-se um telescópio que aumente 100 X - Marte aparecerá com o diâmetro aparente de uma Lua Cheia. Mas, ressalta-se, deve-se usar um instrumento com o referido aumento. Depois da oposição, Marte ainda poderá ser visto em boas condições por várias semanas. 

Fig. 5 Diagrama orbital mostrando a posição de Marte e da Terra na oposição de Maio de
2016. A distância entre a Terra e Marte será então de 0.5 UA.
É uma boa oportunidade para registros fotográficos. Deve-se procurar fotografar com o astro o mais próximo possível do zênite e em noites calmas. Instrumentos refratores são mais apropriados para observação.  

No mês de abril, será possível apreciar a diferença de brilho entre Marte e a estrela Antares (ou 'anti-ares') que guarda com Marte a mesma cor. Na oposição, Marte estará na constelação de Escorpião.

A próxima oposição marciana será em 2018, já que Marte tem um período de translação aproximadamente igual ao dobro do da Terra. Gradualmente ele estará mais próximo da Terra, e as oposições serão mais favoráveis. 

No dia 3 de Junho, Saturno estará em oposição. O aspecto do planeta não será muito diferente de 2015.

Em 15 de Outubro, Urano estará em oposição. Use o mapa abaixo (Fig. 6) para localizar esse planeta na constelação de Peixes.

Fig. 6  Mapa da posição do planeta Urano em 2016. 

Evento especial: o trânsito de Mercúrio.

De tempos em tempos, Mercúrio passa na frente do disco do Sol. Isso foi observado várias vezes no passada, e o registro do fenômeno teve implicações para a teoria da relatividade geral. Isso porque Mercúrio está muito próximo do Sol, sendo que seu movimento é perturbado por eventuais variações da gravidade solar, por "efeitos do espaço-tempo".

O último trânsito foi no dia 8 de Novembro de 2006 (este blog ainda não existia). O próximo será em 9 de Maio de 2016. A tabela abaixo, ilustra as datas dos próximos trânsitos de Mercúrio. Haverá outro em 2019, porém, o seguinte somente em 2032...

DATA         Máximo
2016 Mai 09  14:57   
2019 Nov 11  15:20  
2032 Nov 13  08:54  
2039 Nov 07  08:46 

Em particular, o Brasil estará bem posicionado para a observação desse evento, como ilustra o mapa da Fig.7. As regiões riscadas desse mapa são onde o evento não poderá ser visto em sua totalidade. Inglaterra, Espanha, Portugal, França e a parte oriental da América do Norte também são regiões de boa visibilidade do evento.

Fig. 7 Mapa que ilustra as regiões na Terra onde o trânsito de Mercúrio poderá ser visto (regiões não riscadas). Fonte: http://www.venus-transit.de/Mercury2016/
Fig. 8 Simulação Stellarium do evento do trânsito de Mercúrio pelo Sol como visto desde Campinas, SP em 9/5/2016. 
Para a cidade de Campinas/SP (Fig. 8), o evento tem seu início por volta das 8:15 da manhã e será finalizado por volta das 15:40. O trânsito poderá ser visto em telescópios por meio do uso de filtros ou por projeção direta (projeção do disco do sol em um anteparo), o que permite que mais de uma pessoa observe o fenômeno. Durante o trânsito, o disco de Mercúrio terá um diâmetro aparente de 12.1", o que contrasta com os 1900" do Sol (ou seja, o Sol estará 158X maior aparentemente que Mercúrio).

Conjunção de Vênus com Júpiter

O final do dia 27 de Agosto será marcado por uma oposição "cerrada" entre Vênus e Júpiter (Fig. 9). A distância de separação desses dois planetas será da ordem de 5'. Observe que Mercúrio também poderá ser visto junto ao par. 

Fig. 9 Aspecto da conjunção entre Vênus e Júpiter em 27/8. O horário é 18:30 do tempo local em Campinas, SP.
A distância aparente entre os dois principais planetas será de 5'. 
Para mais eventos em 2016, consulte a tabela de efemérides abaixo.

Tabela de Efemérides Astronômicas (horário em GMT ou TU). 

Segundo: http://www.astropixels.com/ephemeris/astrocal/astrocal2016gmt.html)

Instruções: Localize o evento conforme a data (a esquerda). O tempo de ocorrência é dado em Tempo Universal.

DATA     GMT   Evento
        (h:m)

Jan 02  05:30  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    02  11:53  Lua no Apogeu: 404279 km
    02  23     Terra no periélio: 0.98330 AU
    03  03:35  Spica 4.7°S da lua
    03  18:45  Marte 1.5°S da lua
    04  08     Chuva de meteoros Quadrantidas
    06  23:57  Vênus 3.1°S da lua
    07  04:57  Saturno 3.3°S da lua
    07  11:34  Vênus 6.3°N de Antares
    08  18     Mercúrio no periélio 
    10  01:30  LUA NOVA 
    14  14     Mercúrio em Conjunção Inferior 
    14  15:48  Lua no Nodo descendente 
    15  02:10  Lua no Perigeu: 369619 km
    16  23:26  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    20  02:16  Aldebaran 0.5°S da lua
    24  01:46  LUA CHEIA 
    26  05:10  Regulus 2.5°N da lua
    27  23:58  Lua no Nodo ascendente 
    28  01:14  Júpiter 1.4°N da lua
    30  09:10  Lua no Apogeu: 404553 km
    30  11:35  Spica 5.0°S da lua

Fev 01  03:28  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    01  08:48  Marte 2.7°S da lua
    03  19:05  Saturno 3.5°S da lua
    06  07:32  Vênus 4.3°S da lua
    06  16:47  Mercúrio 3.8°S da lua
    07  01     Mercúrio em Elongação: 25.6°W
    08  14:39  LUA NOVA 
    10  20:46  Lua no Nodo descendente 
    11  02:42  Lua no Perigeu: 364358 km
    13  03     Mercúrio 4.0° de Vênus
    15  07:46  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    16  07:41  Aldebaran 0.3°S da lua
    21  17     Mercúrio no Afélio 
    22  12:48  Regulus 2.5°N da lua
    22  18:20  LUA CHEIA 
    24  03:58  Júpiter 1.7°N da lua
    24  06:10  Lua no Nodo ascendente 
    26  19:05  Spica 5.1°S da lua
    27  03:28  Lua no Apogeu: 405383 km
    28  15     Netuno em Conjunção com o Sol 
    29  18:16  Marte 3.6°S da lua

Mar 01  23:11  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    02  06:53  Saturno 3.6°S da lua
    07  10:54  Vênus 3.5°S da lua
    08  10     Júpiter em Oposição 
    09  01:54  LUA NOVA 
    09  01:57  Total Solar Eclipse; mag=1.045
    09  06:31  Lua no Nodo descendente 
    10  07:02  Lua no Perigeu: 359509 km
    14  13:44  Aldebaran 0.3°S da lua
    15  17:03  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    20  04:31  Equinócio Vernal 
    20  14     Vênus no Afélio 
    20  19:05  Regulus 2.5°N da lua
    22  03:57  Júpiter 2.1°N da lua
    22  12:59  Lua no Nodo ascendente 
    23  11:47  Eclipse Lunar Pen.; mag=0.775
    23  12:01  LUA CHEIA 
    23  20     Mercúrio em Conjunção Superior 
    25  01:50  Spica 5.1°S da lua
    25  14:16  Lua no Apogeu: 406125 km
    28  18:45  Marte 4.2°S da lua
    29  14:58  Saturno 3.5°S da lua
    31  15:17  LUA NO QUARTO MINGUANTE 

Abr 05  17     Mercúrio no periélio 
    05  17:27  Lua no Nodo descendente 
    06  08:30  Vênus 0.7°S da lua: Ocultação
    07  11:24  LUA NOVA 
    07  17:36  Lua no Perigeu: 357164 km
    08  10:35  Mercúrio 5.2°N da lua
    09  21     Urano in Conjunção com o Sol 
    10  22:05  Aldebaran 0.4°S da lua
    14  03:59  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    17  00:46  Regulus 2.5°N da lua
    18  04:42  Júpiter 2.2°N da lua
    18  14     Mercúrio em máxima elongação: 19.9°E
    18  18:04  Lua no Nodo ascendente 
    21  07:59  Spica 5.1°S da lua
    21  16:05  Lua no Apogeu: 406352 km
    22  05:24  LUA CHEIA 
    22  05     Chuva de meteoros Líridas
    25  04:13  Marte 4.9°S da lua
    25  19:28  Saturno 3.3°S da lua
    27  13:51  Marte 4.8°N de Antares
    28  08:14  Mercúrio 3.0°S das Plêiades
    30  03:29  LUA NO QUARTO MINGUANTE 

Mai 03  01:27  Lua no Nodo descendente 
    04  19     Chuva de Meteoros Eta Aquáridas
    06  04:14  Lua no Perigeu: 357828 km
    06  19:30  LUA NOVA 
    08  08:21  Aldebaran 0.5°S da lua
    09  15     Mercúrio em Conjunção Inferior 
    13  17:02  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    14  07:06  Regulus 2.3°N da lua
    15  09:30  Júpiter 2.0°N da lua
    15  20:39  Lua no Nodo ascendente 
    18  14:07  Spica 5.1°S da lua
    18  22:06  Lua no Apogeu: 405934 km
    21  21:15  LUA CHEIA 
    22  11     Marte em Oposição 
    22  21:59  Saturno 3.2°S da lua
    29  12:12  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    30  04:45  Lua no Nodo descendente 

Jun 03  06     Saturno em Oposição 
    03  09:47  Mercúrio 0.7°N da lua: Ocultação
    03  10:55  Lua no Perigeu: 361142 km
    05  03:00  LUA NOVA 
    05  09     Mercúrio em máxima elongação: 24.2°W
    06  22     Vênus em Conjunção Superior 
    10  14:47  Regulus 2.0°N da lua
    11  19:35  Júpiter 1.5°N da lua
    11  22:20  Lua no Nodo ascendente 
    12  08:10  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    13  10:06  Mercúrio 6.4°S das Plêiades
    14  20:47  Spica 5.3°S da lua
    15  12:00  Lua no Apogeu: 405022 km
    19  00:40  Saturno 3.3°S da lua
    19  03:39  Mercúrio 3.7°N de Aldebaran
    20  11:02  LUA CHEIA 
    20  22:35  Solstício de Verão
    26  05:28  Lua no Nodo descendente 
    27  18:19  LUA NO QUARTO MINGUANTE 

Jul 01  06:45  Lua no Perigeu: 365983 km
    02  03:58  Aldebaran 0.4°S da lua
    02  16     Mercúrio em periélio 
    04  11:01  LUA NOVA 
    04  16     Terra no Afélio: 1.01675 UA
    07  03     Mercúrio em Conjunção Superior 
    07  23:33  Regulus 1.8°N da lua
    09  01:41  Lua no Nodo ascendente 
    09  10:08  Júpiter 0.9°N da lua: Ocultação
    10  23     Vênus em periélio 
    12  00:52  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    12  04:13  Spica 5.6°S da lua
    13  05:24  Lua no Apogeu: 404272 km
    16  05:11  Saturno 3.4°S da lua
    19  22:57  LUA CHEIA 
    23  07:49  Lua no Nodo descendente 
    26  23:00  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    27  11:25  Lua no Perigeu: 369659 km
    27  21     Chuva de Meteoros Delta-Aquáridas
    29  10:53  Aldebaran 0.3°S da lua
    30  15:55  Mercúrio 0.3°N de Regulus

Ago 02  20:45  LUA NOVA 
    04  06:19  Vênus 2.9°N da lua
    04  22:12  Mercúrio 0.6°N da lua: Ocultação
    05  07:48  Lua no Nodo ascendente 
    05  11:57  Vênus 1.0°N de Regulus
    06  03:28  Júpiter 0.2°N da lua: Ocultação
    08  12:08  Spica 5.8°S da lua
    10  00:05  Lua no Apogeu: 404266 km
    10  18:21  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    12  12:10  Saturno 3.7°S da lua
    12  12     Chuva de Meteoros Perseidas
    15  16     Mercúrio no Afélio 
    16  21     Mercúrio máxima elongação: 27.4°E
    18  09:27  LUA CHEIA 
    19  14:14  Lua no Nodo descendente 
    20  06     Mercúrio 3.8° de Júpiter
    22  01:20  Lua no Perigeu: 367047 km
    24  05:09  Marte 1.8°N de Antares
    25  03:41  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    25  16:21  Aldebaran 0.2°S da lua
    28  20     Mercúrio 5.0° de Vênus

Set 01  09:03  LUA NOVA 
    01  09:07  Eclipse solar anular; mag=0.974
    01  15:27  Lua no Nodo ascendente 
    02  15     Netuno em Oposição 
    03  10:33  Vênus 1.1°S da lua: Ocultação
    04  19:56  Spica 5.8°S da lua
    04  20:05  Saturno 5.9°N de Antares
    06  18:44  Lua no Apogeu: 405059 km
    08  21:23  Saturno 3.8°S da lua
    09  11:49  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    13  00     Mercúrio em Conjunção Inferior 
    15  23:55  Lua no Nodo descendente 
    16  18:54  Eclipse Lunar Pen.; mag=0.908
    16  19:05  LUA CHEIA 
    18  15:15  Vênus 2.2°N de Spica
    18  17:00  Lua no Perigeu: 361894 km
    21  22:13  Aldebaran 0.2°S da lua
    22  14:21  Equinócio de Outono
    23  09:56  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    26  06     Júpiter in Conjunção com o Sol 
    27  22:32  Regulus 1.7°N da lua
    28  15     Mercúrio em periélio 
    28  19     Mercúrio em máxima elongação: 17.9°W
    28  22:06  Lua no Nodo ascendente 
    29  10:42  Mercúrio 0.7°N da lua: Ocultação

Out 01  00:12  LUA NOVA 
    03  17:30  Vênus 5.0°S da lua
    04  11:02  Lua no Apogeu: 406100 km
    06  08:04  Saturno 3.8°S da lua
    09  04:33  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    13  09:43  Lua no Nodo descendente 
    15  10     Urano em Oposição 
    16  04:23  LUA CHEIA 
    16  23:36  Lua no Perigeu: 357860 km
    19  06:18  Aldebaran 0.3°S da lua
    21  05     Chuva de Meteoros Oriônidas
    22  19:14  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    25  04:01  Regulus 1.6°N da lua
    26  01:44  Lua no Nodo ascendente 
    26  10:56  Vênus 3.0°N de Antares
    27  16     Mercúrio em Conjunção Superior 
    28  09:33  Júpiter 1.4°S da lua
    29  12     Marte em periélio 
    30  17:38  LUA NOVA 
    31  19:29  Lua no Apogeu: 406660 km

Nov 02  19:38  Saturno 3.7°S da lua
    05  05     Chuva de Meteoros S Táuridas
    06  12:07  Marte 5.3°S da lua
    07  19:51  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    09  15:57  Lua no Nodo descendente 
    12  04     Chuva de Meteoros N Táuridas
    14  11:23  Lua no Perigeu: 356512 km
    14  13:52  LUA CHEIA 
    15  16:50  Aldebaran 0.4°S da lua
    17  11     Chuva de meteoros Leônidas
    19  17:51  Aglomerado do presépio 4.3°N da lua
    21  08:33  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    21  10:08  Regulus 1.3°N da lua
    22  02:48  Lua no Nodo ascendente 
    23  19     Mercúrio 3.4° de Saturno
    25  01:47  Júpiter 1.9°S da lua
    27  20:08  Lua no Apogeu: 406556 km
    29  12:18  LUA NOVA 

Dez 03  12:34  Vênus 5.8°S da lua
    05  10:39  Marte 2.9°S da lua
    06  17:35  Lua no Nodo descendente 
    07  09:03  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    10  11     Saturno in Conjunção com o Sol 
    11  04     Mercúrio em máxima elongação: 20.8°E
    12  23:27  Lua no Perigeu: 358463 km
    13  04:14  Aldebaran 0.5°S da lua
    14  00     Chuva de Meteoros Gemínidas
    14  00:06  LUA CHEIA 
    17  03:17  Aglomerado do presépio 4.1°N da lua
    18  18:13  Regulus 1.0°N da lua
    19  04:46  Lua no Nodo ascendente 
    21  01:56  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    21  10:45  Solstício de Inverno 
    22  08     Chuva de Meteoros Úrsidas
    22  16:37  Júpiter 2.4°S da lua
    25  05:55  Lua no Apogeu: 405870 km
    25  15     Mercúrio em periélio 
    28  19     Mercúrio em Conjunção Inferior 
    29  06:53  LUA NOVA 

Referências

http://www.venus-transit.de/Mercury2016/

15 novembro 2015

Mitos no céu 2 (origem de algumas constelações)


Com o grande sucesso do post 'Mitos no céu - origem de algumas constelações',  apresentamos aqui mais referências sobre a origem de outras constelações. A fonte principal é (1). As imagens das constelações correspondem à versão do software Stellarium como vistas desde o hemisfério sul.

Andrômeda - a princesa acorrentada

Em grego: Andromede.


Andrômeda segundo o Stellarium.
De acordo com (1):
Andrômeda foi uma princesa Etíope filha de Cefeu com Cassiopeia. Sua mãe ofendeu os deuses dizendo que sua filha era mais bonita do que as Nereidas. Poseidon com raiva mandou um monstro marítimo devorar a princesa. Quando ela estava acorrentada às rochas, o herói Perseu matou o mostro e salvou a princesa, que se tornou sua esposa. Os deuses então, como lembrança, puseram toda a família entre as estrelas na forma de constelações. 
No céu, Andrômeda pode ser vista ao lado de constelações como o Triângulo e Pégasos, o cavalo de Perseu.

Cão Maior - o cachorro de Europa

Em grego: Quion.

O Cão Maior segundo o Stellarium.
Existem várias origens segundo (1). Escolhemos esta:
Lélaps, o cão mágico destinado a nunca ser capturado em uma perseguição. Foi inicialmente dado como presente por Zeus a Europa, que passou o animal ao seu filho Minos e desse para Procris e Céfalos. Esse último pôs o cachorro a perseguir a raposa Teumessiana, que também estava destinada a nunca ser capturada em uma perseguição. Para resolver o paradoxo de destino dos dois animais, Zeus os colocou no céu entre as constelações do Cão Maior (Canis Major em latim) e Cão Menor (Canis Minor) de forma que ficassem perseguindo-se por toda eternidade. 
Ainda segundo (1), a tal raposa teria sido enviada como punição aos Tebanos que se obrigaram a sacrificar um menino todos os meses para aplacar a fúria da raposa. Procris pôs então Lélaps a perseguir a raposa.

A estrela mais brilhante do céu (Sírios) encontra-se na constelação de Cão Maior e é conhecida como Seirious ou Quion Aster em grego.

Órion - o caçador

Em grego: Orion (o homem montanha?)
Órion.

Essa constelação tem uma origem muito antiga, pois, segundo (1), já era conhecida pelos Sumérios como o "Verdadeiro Pastor de Anu" (Sipaziana). Sua origem grega é controversa (1):
Foi um caçador gigante colocado nos céus como a constelação de Órion. Alguns dizem que perseguiu Lepus (a lebre) pelos céus com seu cão (Canis Major), outros dizem que se pôs em busca do Touro (Taurus) ou a perseguir as ninfas Plêiades. Na história de sua morte, Orion teria sido morto por Ártemis em uma versão. Em outra, um escorpião enviado por Gaia buscou puni-lo por se vangloriar de ser capaz de matar todas as criaturas da terra. O escorpião foi colocado entre as estrelas com o destino de atormentar Órion, sendo que todas as vezes que o Escorpião surge no horizonte leste, Órion se põe a oeste.  
Boieiro - o inventor da carroça.

Em grego: Bootes (o condutor da carroça),
                  Arquitophilax (sentinela dos ursos).

O Boieiro e a Coroa Boreal.
Em uma versão:
O Boieiro (Bootes em latim) foi o inventor da carroça ou do arado e era filho da deusa Deméter. Como recompensa pelos serviços prestados à humanidade, foi colocado entre as estrelas como a constelação do Boieiro. Seus bois (ou carro?) e arado foram colocados no céu como a constelação de Ursa Maior e Menor, respectivamente. 
Segundo outra versão:
O Boieiro foi Ícaro, um devoto ateniense de Dionísio  instruído pelos deuses na arte da vinicultura. Porém, teria sido assassinado por camponeses que confundiram o vinho com veneno.  Dionísio colocou seu protegido no céu como uma constelação, juntamente com sua filha Erígona e o cão Maíra como, respectivamente, as constelações de Virgem e Cão Maior.
A Coroa Boreal - a Coroa de Ariadne

Em grego: Stephanos (a coroa).
Foi a coroa da princesa cretense Ariadne, como presente dos deuses por seu casamento com Dionísio. Depois da morte de Ariadne, foi colocada no céu como a constelação da Coroa Boreal (Corona). 
Ofiúco - o Serpentário

Em grego: Ophiokhos (o portador da serpente)
O Ofiúco e a constelação da serpente (Serpens).

Há várias versões em (1). A que achamos mais interessante é esta:
O Ofiúco foi  Asclépio, o grande médico, filho do deus Apolo, que ousou aprimorar sua ciência a ponto de restituir a vida aos mortos. Quando Zeus ficou sabendo, atingiu Asclépio de forma fulminante como um raio. Como lembrança, o herói foi colocado entre as estrelas junto com uma  serpente (Serpens), que se enrola em torno de seu corpo.

Essa constelação, em particular, está claramente ligada à medicina. Em outra versão, Ofiúco foi o herói Forbas, que livrou a ilha de Rodes de uma infestação de serpentes e, como recompensa, foi colocado no céu pelo deus Apolo.

Pégaso - o cavalo alado

Em grego: Hippos (o cavalo) ou Pegasos

 Em uma versão:
Foi um cavalo alado filho da górgona Medusa e domesticado pelo herói Belerofonte que o cavalgou durante uma batalha contra o monstro Quimera de três cabeças. Quando posteriormente tentou voar até o céu, foi jogado de volta à Terra, tendo sido recebido e colocado por Zeus entre as estrelas como uma constelação.
Eis outra versão menos conhecida:
Melanipe era ninfa filha do centauro Quíron. Quando ficou grávida do herói Eolus, escondeu-se em uma floresta por vergonha e rezou para que seu pai não a encontrasse. Os deuses então a transformaram em um cavalo e, depois que seu filho nasceu, a colocaram entre as estrelas como a constelação de Pégaso. Dessa forma, continuou ela se esconder do pai ao se por a oeste, quando ele nasce a leste.
Referências

1 - Katasterismoi: http://www.theoi.com/Cat_Astraioi.html.

01 novembro 2015

A misteriosa luz cinérea de Vênus: vamos tentar observar?

Fig. 1 Desenhos mostrando a luz cinérea de Vênus como feitos pelo astrônomo amador Valdemar Axel Firsoff entre 1958 e 1959. Para tanto, ele usou telescópios refletores entre 165 mm e 320 mm de diâmetro, com aumentos de 200 X a 300 X e diversos filtros.  Fonte: British Astronomical Association (1).
Vênus é o planeta que nos aparece com o maior brilho de todos. Sua visibilidade é notória na forma da estrela d'alva ou da estrela vespertina, dois dos nomes pelos quais esse planeta é conhecido em seu aparecimento (elongações) matutino e vespertino. 

O brilho de Vênus é ainda mais notável através do telescópio. Conforme sua posição em relação ao sol (fase) e diâmetro do instrumento, é necessário usar filtros para observá-lo de forma cômoda. O brilho de Vênus é tão grande que pode causar ofuscamento. Porém, por causa de sua espessa cobertura de nuvens, a contemplação de Vênus pode se tornar algo monótono. Um crescente alvinitente invariável, algo modificado em suas bordas pelo efeito da atmosfera terrestre é o que se vê na maior parte do tempo em que o planeta se aproxima de uma conjunção inferior (Fig. 3).

Giovanni Riccioli 1598- 1671
Porém, afirma-se, o observador perspicaz e paciente poderá ver - com alguma ou muita sorte - algo mais no disco de Vênus.   Diz-se que o astrônomo Giovanni Riccioli, em 1643 (alguns anos após a invenção do telescópio) distinguiu todo o disco venusiano que se destacava em relação ao seu crescente. Na Terra, a chamada "luz cinérea da lua" é vista durante as fases minguante e crescente da lua alguns dias antes e depois da lua nova, respectivamente. Mas, essa luz é provocada pela reflexão da luz do sol na superfície da Terra que, marcada com nuvens igualmente alvinitentes, acaba tornando o disco lunar  plenamente visível no fino crescente. 

Mas, no caso de Vênus, essa explicação não serve. Essa luz é conhecida como "Ashen light of Venus" em inglês e constitui um mistério que ainda cerca o planeta. Outros observadores habilidosos como W. Herschel e J. Schöter também reportaram ter visto a luz cinérea. A Fig. 1 traz um desenho feito pelo astrônomo Valdemar Firsoff, no final da década de 1950, da luz cinérea de Vênus. Com descrito em (1), em seu livro "Life Among the Stars" (2), Firsoff descreve o aspecto do fenômeno em uma última observação feita em março de 1961:
"... à media que apliquei o canto do olho para observar, consegui discernir pequenos pontos de luz, como estrelinhas enevoadas, espalhadas aqui e acolá".  
Esse fenômeno cai na categoria dos "mistérios" visto que não é observado por todos, é esporádico e, provavelmente, requer habilidades e condições especiais de observação. O mistério que envolve o caso é ainda maior porque as sondas interplanetárias que visitaram o planeta não detectaram os tais pontos de luz. Por exemplo, no ano de 1985, a espaçonave Vega da ex-URSS (3) lançou uma sonda no lado escuro de Vênus com sensores de luz especiais. Porém, nada foi detectado, talvez pelo fato de os balões que sustentaram a sonda terem permanecido nas camadas superiores da atmosfera venusiana. Trata-se, portanto, de um problema que tem quase 400 anos que, além disso, nunca foi registrado fotograficamente.

Teorias para explicar a luz cinérea venusiana não faltaram: desde explicações baseadas em ilusão de óptica até fogos de artifício lançados pelos habitantes de Vênus na atmosfera para coroação de seu imperador. A teoria da ilusão, de efeitos de auroras atmosféricas e de relâmpagos são as mais aceitas sendo que a última parece ser a mais provável (4). 

Como observar?

No passado, foram feitas diversas "campanhas de observação" da luz cinérea, que se podem ler tanto em (1) como em (3). Qual seria a importância de se observar o fenômeno? Poderíamos dizer que observações modernas - principalmente se puderem ser acompanhadas de registros fotográficos - podem auxiliar a resolver parte do mistério ou determinar com maior precisão as condições necessárias para sua observação. Pode acontecer que a luz cinérea esteja fortemente correlacionada com a atividade solar ou ocorrências desconhecidas na atmosfera do planeta ou, ainda, uma interação entre essas duas coisas. 

De qualquer forma, o monitoramento telescópico da luz cinérea, pode ser uma atividade interessante para grupos de amadores, o que contrasta com a monotonia da observação de Vênus. Segundo a BAA (1), aberturas acima de 75 mm são necessárias para observar a luz. A melhor condição de observação exigirá que o céu esteja o mais escuro possível, o que pode ser um problema dependendo da elevação do planeta em relação ao horizonte. A fase do planeta também impõe uma condição, já que a luz cinérea seria observada o mais próximo possível da conjunção inferior, quando ocorre o fino crescente (Fig. 3), o que implica maior proximidade do planeta com o sol. Janelas de observação com céu escuro suficiente para prover contraste ao fenômeno são bastante curtas com a proximidade da conjunção inferior. O uso de filtros que bloqueiem o verde e o vermelho também é indicado, como comentado em (3).

Amadores mais avançados poderiam tentar obter mais dados além daqueles reportados por G. Newkirk em 1959 (Ver (5)), que usou um espectrógrafo para registar emissões de ultravioleta da parte escura do disco de Vênus. Essa emissão foi associada a existência de atividade elétrica, o que, provavelmente, reforça a tese defendida em (4), porém, não é uma causa definitiva do fenômeno que se dá na forma de luz visível

Há, porém, ocasiões especiais em que a luz cinérea poderia ser detectada. Durante fenômenos de ocultação - principalmente quando Vênus reaparece com seu lado escuro primeiro no limbo escuro da lua. Durante esses raros episódios, o monitoramento fotográfico do limbo - inclusive com ajuda de espectroscópios - poderia revelar "definitivamente" a luz cinérea. 

Essa é a ideia no artigo em (6), que também contém um vídeo de uma tentativa recente de observação feita na Austrália. O resultado reportado no vídeo foi negativo mas, somos da opinião que isso aconteceu por causa da qualidade do instrumento usado (principalmente câmera de baixa sensibilidade). Portanto, para fenômenos delicados como esse, é preciso ainda contar com a ajuda de equipamentos sensíveis o suficiente para o registro.

Fig. 3. Imagem por Herbert Raab, Maio de 2004, Linzer Astronomische Gemeinschaft desde Linz, Áustria. Refletor Cassegrain de 50-cm f/10, filtro Wratten 29 "vermelho profundo", câmera de vídeo Mintron 12V1C-EX B/W, imagem a partir de processamento de vídeo de 2-min de duração.
Dados de registro

Segundo (3), alguns dos dados que se deve registrar durante as observações da luz cinérea são:
  • Data, tempo universal e coordenadas do local de observação;
  • Tipo de instrumento, aumento, filtros usados e dispositivo de ocultação (se usado para bloquear a luz de Vênus);
  • "Seeing" e transparência do céu por meio de escalas que sejam adequadas e universalmente aceitas;
  • Distribuição e duração das emissões eventualmente observadas;
  • Comparativo de brilho dos padrões vistos através de vários filtros;
  • Presença de outros fenômenos: extensões dos cúspides, irregularidades no terminador ou escurecimento aparente do lado escuro em relação ao brilho do céu;
  • Registros feitos fotograficamente, principalmente com recursos de filtro no ultravioleta próximo.
Atualização (22 Novembro de 2015)

O astrônomo amador e astrofotógrafo Richar Bosman (7) fez o seguinte registro de Vênus:

Fig. 4. Imagem de Vênus capturada por R. Bosman. Fonte: http://www.astrofotografie.nl/venus_dark_side1.htm
Trata-se de uma sequência de imagens de longa exposição, obtida com um telescópio de 280 mm. Na parte final o que ele chama de "dark side" pode ser visto, onde a região superexposta foi retirada. Aparentemente, esse parece ser o primeiro registro fotográfico que conhecemos da luz cinérea de Vênus, mostrando que o fenômeno observado desde o Século 17 existe mesmo.





Referências

(2) V.A.Firsoff  (1974), Life Among the Stars, Allan Wingate, p. 77.
(4) L. V. Ksanfomaliti (1980) "Discovery of frequent lightning discharges in clouds on Venus." Nature. 244-246.    
(5) Newkirk, G. (1959). The airglow of Venus. Planetary and Space Science, 1(1), 32-36.

18 outubro 2015

Uma conjunção quádrupla: Júpiter, Vênus, Marte e Lua (6, 7 e 8 de novembro de 2015)

Aspecto da conjunção em 7 de novembro de 2015, aproximadamente as 5:00 do horário local como visto desde Campinas, SP. Brasil. Júpiter pode ser visto em cima, a Lua, Marte e Vênus (em baixo).
As madrugadas dos dias que iniciam novembro serão marcadas por uma espécie de "bailado celeste" à leste, antes do nascer do Sol. Trata-se do evento equivalente à oeste que foi reportado aqui em 18 de julho de 2015

Haverá três oportunidades:
  • Dia 6 de novembro, com a Lua à oeste de Júpiter (Marte e Vênus estarão à leste); 
  • Dia 7 de novembro, com a Lua entre Júpiter e Vênus e em conjunção com Marte. Neste dia, um quinto elemento se juntará ao grupo, a estrela beta da constelação da Virgem, também conhecida como Zavijava, de magnitude 3.55; 
  • Dia 8 de novembro, com a Lua à leste de Vênus e mais próxima do horizonte oriental.
Para observar, basta acordar cedo, por volta das 5:00 nos dias acima (para latitudes ~25 graus sul) e certificar-se que o horizonte oriental não está encoberto.

Os eventos, nos dias descritos, serão boas oportunidades para fotografias de grande campo. Experimente!

12 setembro 2015

10 questions about September great lunar eclipse

An image by Fred Espenak (http://www.mreclipse.com/) of a total lunar eclipse in 2004.

Nations, like stars, are entitled to eclipse. 
All is well, provided the light returns 
and the eclipse does not become endless night. 
Dawn and resurrection are synonymous. 
The reappearance of the light is the same 
as the survival of the soul. (Victor Hugo, 1862)
1. When will eclipse happen ?

This is the fourth eclipse of a series called "tetrad" in the interval 2014-2015 and will "officially" occur on September 28th 2015. It is a fully total eclipse and you should consult question 3 to know the eclipse time for your place. 

2. Where can it be seen?

The following map (according to ref. 1) shows world regions where the eclipse will be visible (white areas correspond to full visibility) from P4 to P1. In Brazil, the entire eclipse will be visible. The same is valid for West Europe and East United States. The difference, however, is that, while in Europe the moon will be setting and eclipsed, in East USA the moon will be rising. The eclipse will not be visible from the Far East, including China and Australia.


3. At which time will the eclipse occur ?

Eclipse time depends on observation place. Eclipse begin and end phases may fall on different dates depending on the observation site, that is, if the eclipse interval includes the change of date. The following figure (also according to 1) is the moon position map referenced to the Earth shadow.



The eclipse runs from P1 to P4. The Earth shadow center (umbra) contains the ecliptic. The Earth "semi"shadow or penumbra is larger than the umbra and sets the limit for phenomenon begin and end. It starts at P1, the moment when the moon "touches" the penumbra. At U1, the moon enters the umbra and is completely eclipsed at U2. The point of maximum umbra penetration is the greatest eclipse. Moon starts to leave the umbra at U2 and the phenomenon is finnished by the time the moon reaches P4. 

In terms of Universal Time (UT or Greenwich time), the several phases are distributed according to:

P1 = 00:11 UT, 
U1 = 01:07 UT,
U2 = 02:11 UT,
U3 = 03:23 UT, 
U4 = 04:27 UT, 
P4 = 05:22 UT.

For example, in Brazil, the total lunar eclipse will start on September 27 (Sunday) at 21:11 or 9:11 PM (Brasilia time = UT - 3:00) and finnish at 2:22 or 2:22 AM on Semptember 28 (Monday). For the (continental) USA, the eclipse will be seen with the moon rising in the first hours of the night on September 27 (sunday).

4. How long will the phenomenon last ?

The "umbral" phase or totality will last about 3 hours ad 20 minutes, while the entire event will take 5 hours and 10 minutes considering the penumbra entrance and egress.

5. What are the main features of this event?

This the 137th eclipse of the Saro's series that started on December 17th 1564. At the eclipse greatest phase, the moon will be at 00h17' 33'' in right ascension and +1deg, 32' 3" in declination, that is at Piscis-Cetus border. The estimated umbra magnitude is about +1.2. There will be few bright stars close to the moon, however, several ones will be occulted. Consult a good sky simulator for your place for the star occultations during the event.

Important: at 1:47 UT the moon reaches perigee (356876 km from Earth). Therefore, during the eclipse we will also witness a "super moon" event (3), a rare combination.

6. What is the best equipment to observe the eclipse ?

Binoculars (7X50 or 10X60) are definitely the best equipmet to use during moon eclipses. Since the moon can be very high in the sky, a comfortable chair is recommended. Telescopes can also be used provided low magnifications are employed so that the entire moon disk is visible at the eyepiece during all event phases.

Naked eye observation allows to appreciate the deep brightness change between the full moon and totality.

7. How can one photograph the phenomenon ?

You can use a digital came with a tripod and several exposure settings (manual) during all phases. During totality, exposure times of several seconds may be required depending on the ISO and f/D numbers. A practical guide to photograph eclipses can be found in (2).

Se also our reference for a photometric study during a partial lunar eclipse:
8.Will be moon turn red ?

Yes it will. Moon disk reddening is one of the most amazing effects during totality and can always be seen, although changes in the umbra brightness contributed to enhance or lessen the moon aspect. The reddening is due to the dust in suspension in the Earth atmosphere which refracts sun rays totalty occulted to the moon.

9. Must I go to a dark place to see the eclipse ?

Not necessarily. The moon is a bright object in the sky so that its observation is possible even under the brightest city skies. However, in order to fully appreciate the contrast change in the sky between totality and full moon, a dark site is a better place to go.

10. When next great lunar eclipse will be ?

As fully visible in the Americas, the next eclipse will be on January 21th 2019. Therefore, you should better enjoy this September great event!

References

1. Total Lunar Eclipse of 2015 Sep 28. eclipse.gsfc.nasa.gov
2. F. Espenak (2008). How to Photograph a Lunar Eclipse.
3. See: Lunar Perigee and Apogee Calculator.

01 setembro 2015

Dez questões sobre o eclipse lunar de setembro de 2015

Fig. 1 Imagem por Fred Espenak (http://www.mreclipse.com/) de um eclipse lunar em 2004. 
Nações, como estrelas, têm direito a eclipses. 
Tudo estará bem desde que a luz retorne e o eclipse 
não se torne uma noite sem fim. A alvorada e a 
ressurreição são sinônimas. 
O reaparecimento da luz é o mesmo 
que a sobrevivência da alma. (Victor Hugo, 1862)

For a vesion in English, click here.
1. Em qual data ocorrerá o eclipse? 

Esse eclipse total é o quarto e o último de uma "tétrada", ou série de quatro eclipses no intervalo 2014-2015 e ocorrerá "oficialmente" no dia 28 de Setembro de 2015. Para saber exatamente o horário, é importante ler com atenção a questão 3. 

2. Onde poderá ser observado o eclipse?

 O mapa da Figura 2, retirado de (1), mostra as regiões onde o eclipse poderá ser observado. Para a região central em branco (entre P1 e P4), todo o eclipse poderá ser observado. Isso significa que, no Brasil, o eclipse lunar poderá ser plenamente observado desde seu início até seu término. 

Fig. 2 Nas regiões pintadas em branco - o que inclui a totalidade do Brasil, o eclipse poderá ser plenamente observado, de seu início ao seu término. A parte ocidental da Europa (o que inclui Portugal) também poderá assistir o eclipse em sua totalidade, assim como a costa leste dos Estados Unidos. 
3. A que horas ocorrerá o eclipse?

A questão do horário está bastante ligado ao local. A data de início e término do fenômeno ocorrerá em dias diferentes, dependendo do local onde o eclipse será observado. Isso acontece quando o período do eclipse inclui a mudança de data. A Figura 3 é um mapa com os principais instantes relacionados a esse eclipse. 

Fig. 3. Mapa segundo (1) contendo posições sucessivas da lua, de P1 para P4, em relação à sombra da Terra. O centro da "umbra" passa pela eclíptica. A penumbra estende-se além da umbra, de forma que o eclipse se inicia quando a lua "toca" a região da penumbra. Isso ocorre no ponto P1. No instante U1, a lua entra na umbra, estando completamente eclipsada em U2. O ponto de máxima penetração na sobra ocorre no instante "greatest". A lua inicia sua saída da sombra em U2. O eclipse finaliza-se na penumbra em U4 e o término completo ocorre em P4. Ver texto sobre os horários desses instantes. Créditos: F. Espenak e ref. (1).
Em termos do tempo universal (TU ou tempo de Greenwich), os horários desses instantes (Figura 3) são:

P1 = 00:11 TU
U1 = 01:07 TU
U2 = 02:11 TU
U3 = 03:23 TU
U4 = 04:27 TU
P4 = 05:22 TU

Portanto, no Brasil, o início do eclipse lunar ocorrerá no dia 27 de Setembro (domingo) às 21:11 do tempo de Brasília (lembrando que o tempo de Brasília, é TU-3:00). O final ocorrerá às 2:22 do tempo local na segunda feira, dia 28 de setembro

4. Quanto tempo durará o fenômeno?

O eclipse lunar durará aproximadamente 3 horas e 20 minutos em sua fase umbral. Ao se considerar a fase penumbral, o eclipse durará aproximadamente 5 h e 10 minutos.

5. Quais as características desse eclipse?

Esse  é o eclipse 137 da série Saros, que se iniciou com um eclipse penumbral a 17 de dezembro de 1564. No máximo do eclipse, a lua se encontrará na posição 00h17' 33'' em ascensão reta e +1grau, 32' 3" em declinação, ou seja entre as constelações de Peixes e Baleia. A magnitude estimada da umbra na totalidade é  ~+1,2.  Não haverá estrelas muito brilhantes próximas da lua, porém, várias estrelas de baixo brilho poderão ser observadas próximo à lua, principalmente durante a totalidade. HIP 1325 (VB Psc, mag 6,95) e a rasante com HIP 1421 (mag. 6,15) serão ocultadas, por exemplo, como visto desde Campinas, SP, Brasil. Consulte um bom simulador do céu para saber de ocultações para a sua localidade.

Importante: às 1:47 TU a lua atinge o perigeu (356.876 km da Terra). Trata-se, portanto, de um eclipse de "super lua" (Figura 4) e um fenômeno raro.

Fig. 4. Perigeus lunares em quilômetros ao longo de 2015 .O dia 28/9/2015 apresenta um ponto de mínima distância (assim como foi 19 de fevereiro de 2015) e coincide com a data do eclipse total da lua. Por causa disso, o eclipse também ocorrerá durante uma "super lua". Referência: ver (3).
6. Qual o melhor meio de se observar o eclipse?

Sem dúvida, a observação visual poderá se beneficiar de um bom binóculo (do tipo 7X50 ou 10X60). Como a lua estará bem elevada no céu, recomenda-se o uso de uma cadeira com encosto para melhor conforto de observação. Observações com telescópio também são indicadas. Nesse caso, deve-se usar baixos aumentos para apreciar o disco lunar inteiro nas diversas fases do eclipse.

A observação à vista desarmada traz a impressão de grande obscurecimento por causa da variação de brilho entre a lua cheia e a da fase total. 

7. Como se pode fotografar o fenômeno?

Pode-se usar uma câmera com tripé e regulagem de exposição (posição manual) para todas as fases. Em seu máximo, exposições de vários segundos podem ser necessárias. A tabela da Figura 5 traz tempos de exposição sugeridos como função do número ISO e a relação f/D. Um guia para fotografia de eclipse lunar pode ser encontrado em (2).

Fig. 5 Tabela contendo tempos de exposição fotográfica para a relação ISO X f/D para eclipses lunares. 
Ver também nossa referência sobre fotometria de eclipse lunar (penumbral):
8. A lua ficará vermelha?

Sim. O fenômeno de avermelhamento da lua na totalidade (Figura 1) é um dos mais espetaculares e sempre observado, embora haja variações de intensidade. Ele se deve à presença de poeira em suspensão na atmosfera terrestre que refrata os raios de sol que está totalmente ocultado da lua.

9. Preciso ir a um lugar escuro para ver o fenômeno?

Não necessariamente. A lua é um objeto bastante brilhante, de forma que sua observação é sempre possível mesmo com a luz intensa das cidades. Porém, para apreciar a grande mudança de contraste entre a lua cheia e a fase total, recomenda-se lugares mais escuros.

10. Quando será o próximo eclipse total da lua visível no Brasil?

O próximo grande eclipse lunar plenamente visível no Brasil ocorrerá a 21 de janeiro de 2019. Portanto, é bom aproveitar ao máximo o evento de 2015!

Referências

1. Total Lunar Eclipse of 2015 Sep 28. eclipse.gsfc.nasa.gov
2. J. C. Diniz. Fotografando o Eclipse Total da Lua. (Acesso, agosto de 2015)
3. Ver: Lunar Perigee and Apogee Calculator.



19 julho 2015

Cometas em 2015: C/2014 Q1

Bela foto tirada por Yuri Beletsky do cometa C/2014 Q1 como visível junto a lua ao cair da noite de 17 de julho de 2015.
Frequentemente, cometas encenam shows sem muito aviso. Esse é o caso do cometa C/2014 Q1 "PANSTARRS" que, não obstante invisível a vista desarmada, é um bom alvo com binóculos ao cair das noites do final de julho de 2015. Esse cometa apresenta fotograficamente duas caudas como visto na figura acima tirada por Yuri Beletsky. Melhor ainda, esse cometa é particularmente visível para observadores do hemisfério sul.

O cometa C/2014 Q1 foi descoberto em agosto de 2014 no consórcio Pan-STARRS pelo telescópio Haleakala e teve seu periélio no dia 6 de julho de 2015. Com magnitude 5.0, ele seria visível a vista desarmada se não fosse o brilho do crepúsculo, o que o faz um bom objeto apenas para binóculos e, obviamente, alvo para fotografias.

A sequência de mapas abaixo mostra a posição do cometa C/2014 Q1 desde o hemisfério sul (para a latitude de Campinas/SP/Brasil) para os dias 19, 20 e 21 de julho de 2015. Clique nos mapas abaixo para uma versão ampliada. Júpiter e Vênus são marcados nesses gráficos com seus símbolos. As linhas em verde mostram a constelação de Leão. A cena é o horizonte ocidental, logo após o ocaso do sol, sendo que esse horizonte está logo abaixo nas figuras.

19 de Agosto de 2015, 18:22 BST desde Campinas/SP.

20 de Agosto de 2015, 18:22 BST desde Campinas/SP

21 de Agosto de 2015, 18:22 BST desde Campinas/SP
Referências






Conjunção quadrupla de 18 de julho de 2015 (fotos)

Conjunção quádrupla da lua, Vênus, Júpiter e Regulus como visto desde Campinas, em 18 de julho de 2015. Foto por A. L. Xavier Jr. astronomiapratica.blogspot.com.br
Alguns resultados fotográficos da grande conjunção entre a lua, Vênus, Júpiter e Regulus em 18 de julho. Usamos uma Nikon 5100, com 4 segundos de exposição, f 5.6 e ISO 400.

Detalhe

Foto por A. L. Xavier Jr. astronomiapratica.blogspot.com.br


Referência




13 julho 2015

As revistas da APAA (Associação Portuguesa de Astrônomos Amadores)


Por meio da rede social Facebook, conheci a revista editada pela APAA que contem artigos de excelente conteúdo informacional em "astronomia prática". Essas revistas estão disponíveis gratuitamente no site da entidade:

http://apaaweb.com/v2013/index.php/revista

Conforme consta nesse site (ver seção "25 anos da APAA") o objetivo da associação é
O principal objectivo da APAA, constante do artigo primeiro dos estatutos, é o de reunir todas as pessoas interessadas eórica ou praticamente pela Astronomia e promover a sua expansão e divulgação. Este objectivo mantém-se inalterado passados 25 anos. A APAA tem contribuído muito significativamente para o desenvolvimento da Astronomia da Amadores em Portugal através de um conjunto de actividades muito diversificadas.
A revista é um importante mecanismo de interação entre a associação, seus sócios e amadores externos. Com conteúdo disponível em português (exceto, ao que parece, pelo último artigo), a revista consta com muitos artigos de Guilherme Almeida e Pedro Ré, porém, está aberta a receber contribuições de outros autores.  

Referências

25 junho 2015

A conjunção quádrupla de Julho de 2015 e o que teria pintado Van Gogh

Fig. 1 Aspecto da conjunção em 18 de julho de 2015 como simulado pelo software Stellarium. O  horário é 18:00 do tempo legal de Brasília. 
Além disso, haverá uma interessante conjunção que merece toda atenção de nossos
numerosos amigos dessa nobre ciência dos céus.... em 20 de abril.
(C. Flammarion, referência à conjunção tripla da lua, Vênus, Mercúrio 
a 20 de abril de 1890 e que foi observada por 
Vincent van Gogh na Provença. Ver referência 3)

Conjunções são eventos pontuais no céu quando dois corpos celestes, em geral bem distantes um do outro, aproximam-se de forma aparente. Conforme já divulgamos aqui, a aproximação entre Júpiter e Vênus no céu ocidental irá presentear observadores com um interessante encontro não só envolvendo esses dois planetas brilhantes mas também a lua e a estrela Regulus. O fato ocorrerá no entardecer de 18 de Julho de 2015 e basta dirigir o olhar em direção ao por do sol para observar o evento (Fig. 1).

Os detalhes das distâncias, conforme observado as 18:00 do horário de Brasília, podem ser vistos na Fig. 2.
Fig. 2 Detalhes das distâncias aparentes entre os quatro corpos celestes na conjunção de 18 de julho de 2015.
van Gogh e uma interessante conjunção tripla

Do ponto de vista científico, as conjunções não mais têm importância, pois são encontros casuais no céu provocados pelo alinhamento entre os planos das órbitas planetárias. No passado, as conjunções tiveram certa importância para a astrologia, entretanto. Nosso interesse hoje é apenas contemplativo. Trata-se de uma boa oportunidade para registrar a diferença de brilho entre diferentes objetos. Júpiter, por exemplo, terá magnitude -1,7, Vênus -4,4, a lua -7,7 e Regulus 1,35, durante esse evento.

Conjunções foram registradas no passado. Um exemplo interessante está marcado em um quadro do famoso pintor Vincent van Gogh (1853-1890) chamado "Estrada com Cipreste e Estrela", pintado em 1890 pouco antes de sua morte. A identificação do evento ocorrido no céu está bem descrito na referência (1). Especialistas dizem que esse quadro reflete a crença de van Gogh de que ele iria falecer logo (o que de fato ocorreu em julho de 1890).

Fig. 3 Identificação dos objetos de uma conjunção ocorrida em 20 de abril de 1890 como pintado por Vincent van Gogh em seu quadro "Estrada com cipreste". O que lhe serviu de inspiração no anoitecer dessa data é visto na Fig. 4.

Segundo (1), van Gogh pintou esse quadro ao observar uma conjunção no céu de 20 de abril de 1890 em Saint-Rémy-de-Provence no sul da França. Biógrafos dizem que ele deixou Saint-Rémy no dia 16 de maio em direção à Paris, depois de um ano na Provença. 

Fig.4 Aspecto do céu como visto desde Avignon (próximo a Saint-Remy), França, em 20 de abril de 1890, com teria sido observado por van Gogh ao entardecer.
Fizemos uma simulação usando o Stellarium, que pode ser vista na Fig. 4. A lua podia ser vista como um fino crescente, tendo ao seu lado Vênus e, mais abaixo, Mercúrio. Tudo se encaixa, exceto pelo fato de van Gogh ter pintado a tripla de forma invertida! A posição da lua está correta (comparando a Fig. 3 a Fig. 4), mas certamente as posições de Vênus e Mercúrio estão invertidas.

Segundo (1), ele observou de fato essa conjunção, conforme escreveu em uma carta:
J’ai encore de là-bas un cyprès avec une étoile. Un dernier essai – un ciel de nuit avec une lune sans éclat, à peine le croissant mince émergeant de l’ombre projetée opaque de la terre – une étoile à éclat exageré, si vous voulez, éclat doux de rose & vert dans le ciel outremer où courent des nuages. En bas une route bordée de hautes cannes jaunes derrière lesquelles les basses Alpines bleues, une vieille auberge à fenêtres illuminées orangées et un très-haut cyprès tout droit, tout sombre. Sur la route une voiture jaune attelée d’un cheval blanc et deux promeneurs attardés. Tres romantique si vous voulez mais aussi je crois “de la Provence.” (2)
Ou, em uma tradução livre:
Tenho também lá um cipreste com uma estrela. Uma última tentativa - um céu noturno com uma lua delgada e sem muito brilho, que quase não emergia da sombra projetada da Terra - e uma estrela de exagerado brilho, se quiser, um brilho suave de rosa e verde em um céu ultramarino, onde corriam nuvens. Abaixo, uma estrada ladeada por altas canas além das quais se podiam ver o azul dos montes Alpilles, uma antiga estalagem com janelas iluminadas em amarelo e um cipreste bem alto, muito reto e escuro. Na estrada, podia-se ver uma carruagem amarela amarrada a um cavalo branco com dois caminhantes em regresso. Tudo muito romântico se quiser, mas também bastante 'Provençal'.
O fato de haver 'caminhantes em regresso' identifica o momento como o cair da tarde (e não a manhã). Especula-se ainda, que van Gogh teria sido avisado do evento por uma leitura de Camille Flammarion no L'Astronomie (3), publicado em Paris, onde consta o anúncio da conjunção tripla (veja a frase de abertura deste post). O mais provável, porém, é que van Gogh tenha simplesmente topado com o evento  ao sair para passear no anoitecer daquela data na Provença.

O que pintaria van Gogh no evento do dia 18 de julho próximo?

Referências

(1) Olson, D. W. (2014). Vincent van Gogh and Starry Skies Over France. In Celestial Sleuth (pp. 35-66). Springer New York.
(2) Ver (1): Letter 643, as numbered by Johanna van Gogh, Letter RM23, as numbered by the Van Gogh Letters Project.
(3) Flammarion, Camille, ed. (1890) Observations Astronomiques a faire du 15 avril au 15 mai. L’Astronomie 9 , 157–158.








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19 junho 2015

A conjunção Vênus-Júpiter de Junho de 2015

Imagem de uma conjunção de Vênus e Júpiter  em agosto de 2014 como visto desde a França.
Ver também: A conjunção quádrupla do dia 18 de julho de 2015!

O mês de junho de 2015 marca uma aproximação fechada entre dois "gigantes luminosos" no céu: Júpiter e Vênus. Para observar o evento, olhe em direção a Oeste, logo após o por do sol.

A conjunção irá ocorrer ao longo da última semana de junho e primeira semana de julho. O dia 30 de Junho marca a data da maior aproximação (o chamado "apulso"), com Júpiter e Vênus apresentando-se distantes em cerca de  22 minutos de arco ou ~0,36 graus às 18:00 (horário local para observadores em S. Paulo). Será uma oportunidade única para, por exemplo, observar se você consegue separar os dois planetas sem auxílio de instrumentos.

Simulação do apulso entre Vênus e Júpiter com o software Stellarium na data 30/6/2015 as 18:00. Você conseguirá separar o par a vista desarmada?
A lua visita o par no dia 20 de junho. Ela volta a visitar a conjunção no dia 18 de julho, com os integrantes mais próximos do horizonte ocidental.

O par se afasta depois disso em julho, com Júpiter "tomando a dianteira" de Vênus, que se dirige a sua máxima elongação.

Quem perder o apulso entre Vênus e Júpiter em 30 de junho, poderá assistir outro em 26 de outubro de 2015, porém, antes do nascer do sol