19 agosto 2014

A última "super lua" de 2014 (9 de Setembro de 2014)

Diferença de diâmetro da lua no perigeu (esquerda, a chamada "superlua") e apogeu. Imagem: Christopher Picking.
O ano de 2014 está sendo repleto de raros acontecimentos relacionando o sol e a lua. Entre eles estão as chamadas "Luas cheias de perigeu" ou "superluas" que essencialmente são momentos em que a lua na fase cheia também se encontra em sua posição mais próxima da Terra (o chamado perigeu).

Até hoje, em 2014, houve duas super luas: 12 de julho, com a fase cheia que ocorreu a 21 horas antes do perigeu e o de 10 de agosto, a mais próxima de todas, com a cheia a ocorrer 27 minutos depois do perigeu.

O dia 9 de Setembro terá a última de 2014, com a lua cheia ocorrendo 22 horas depois do perigeu.

Algumas curiosidades

  • O termo "superlua" não é oficial na comunidade astronômica, que prefere "lua cheia de perigeu" (em inglês também se usa o nome "proxigean full moon");
  • A passagem da lua pelo perigeu pode ocorrer em qualquer fase, mas o fenômeno é mais notável quando ocorre durante a lua cheia.
  • No perigeu, o diâmetro da lua é aproximadamente 14% maior do que no apogeu;
  • O brilho de uma super lua é aproximadamente 30% maior do a lua do apogeu;
  • A frequência de ocorrência do fenômeno é de aproximadamente 20 anos;
  • A proximidade com o perigeu na ocorrência de cheia tem um efeito muito pequeno sobre as marés. A diferença em altura, como consequência da maior proximidade, é de aproximadamente 2,5 cm. Portanto, é mítica a crença de que a super lua possa causar revolução nos oceanos e mares.

Obviamente, a ocorrência do fenômeno tem importância meramente contemplativa.

Referências


  

26 julho 2014

Astronomia Brasileira de luto


Texto de Hemerson Brandão (fonte: Facebook)

A Astronomia brasileira perde uma de suas principais estrelas. Faleceu na noite desta sexta-feira (25/07/2014), aos 79 anos, o astrônomo Ronaldo Mourão. Ele sofria do mal de Parkinson e há duas semanas sofreu um AVC.

Assim como Carl Sagan, tive a oportunidade de conhecer Ronaldo Mourão apenas através dos livros. Juntos, eles tiveram grande influência no meu conhecimento astronômico e despertaram o interesse pela divulgação científica.

Perdemos o mestre. Fica o seu legado na forma de textos que buscam despertar o interesse do público geral pela Astronomia.

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, nasceu em 25 de maio de 1935, no Rio de Janeiro. Ingressou em 1956 na Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ), onde conquistou o título de Bacharel e Licenciado em Física. Foi Doutor em Ciências pela Sorbonne de Paris. Em 1956, tornou-se Auxiliar de Astrônomo do Observatório Nacional e, em 1968, Astrônomo Chefe. Foi fundador do CARJ - Clube de Astronomia do Rio de Janeiro e o MAST - Museu de Astronomia e Ciências Afins, também no Rio.

Na área de pesquisa estudou sobre estrelas duplas, cometas e asteróides.


Desde 1952, Mourão publicava material de divulgação científica. Nesse meio tempo publicou quase 100 livros e mais de mil textos em vários jornais e revistas. O último livro que comprei foi a edição 2013 do respeitado “Anuário de Astronomia e Astronáutica”. Muitos desses textos continuam sendo a principal referência para quem quer dar os primeiros passos na Astronomia.

Em 1977, foi o primeiro a receber o prêmio José Reis de Divulgação Científica.

Abaixo um depoimento de Ronaldo Mourão sobre sua vida para o projeto “Ciência que eu faço”:

11 julho 2014

Conjunção de Júpiter e Vênus (18 de Agosto de 2014)


Uma das mais fechadas conjunções entre planetas do ano de 2014 está para acontecer na madrugada e manhã do dia 18 de agosto de 2014. A simulação feita pelo software Stellarium, mostra o instante das 5:50 do tempo local (Campinas/SP, Brasil) quando Júpiter e Vênus distam aproximadamente 15 minutos de arco um do outro (isso é aproximadamente metade do diâmetro da lua cheia). O par está muito baixo no horizonte, pouco mais de 3 graus de altitude e a proximadamente a 60 graus de azimute (em relação ao norte) na constelação do Câncer.

É provável que a conjunção possa ser observada à vista desarmada até aproximadamente 30' depois do nascimento do fenômeno. Na data, Vênus terá diâmetro aparente de 10" enquanto que Júpiter será visível com aproximadamente 31". Para quem dispõe de equipamento, poderá seguir a conjunção após o nascimento do Sol. Progressivamente, cada membro da conjunção irá se separar ao longo do dia.

Recomenda-se um binóculo para observar esse belo fenômeno.