Mostrando postagens com marcador ocultação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ocultação. Mostrar todas as postagens

06 agosto 2020

Ocultação de Marte pela lua em 6 de setembro de 2020 (GMT)


Mapa IOTA para a região de observação da ocultação de marte pela lua em 6 de setembro de 2020.

Em 6 de setembro de 2020 (GMT), a lua ocultará Marte para boa parte do território nacional como mostra a figura acima. A ocultação também será visível na parte ocidental da América do Sul.

Em conformidade com a página da IOTA [1], o desaparecimento de Marte terá início para Brasília/DF, por exemplo, em 6/9/2020 as 2:49 TU (ou 23:49 da hora local do dia 5/9/2020. Atenção para as datas!). 

Fig. 1 Aspecto do reaparecimento de marte as 1:05 BRT em 6/9/20 como visto desde Brasília/DF. 

Na ocasião, marte brilhará com mag. -1.9 e a lua estará bem alta no céu. Mais interessante do que o desaparecimento, o reaparecimento de marte ocorrerá na parte não iluminada do disco lunar. Para Brasília/DF, o aspecto do reaparecimento de marte é visto na Fig. 1 e ocorrerá próximo de 1:03 do dia 6/9/2020.

Para outras localidades do Brasil consulte [1]. O software Stellarium permite determinar o aspecto da ocultação para qualquer localidade, desde que a posição do observador esteja ajustada corretamente. 

Referências

[1] http://lunar-occultations.com/iota/planets/0906mars.htm


09 julho 2020

Ocultação de Marte pela lua em 9 de agosto de 2020 (GMT)


Mapa IOTA para a região de observação da ocultação de marte pela lua em 9 de agosto de 2020.

Em 9 de agosto de 2020, a lua ocultará Marte para a parte sul e sudeste do Brasil conforme mostra o mapa acima, o que também inclui considerável parte sul da América do Sul (Uruguai, Argentina e parte austral do Chile). A ocultação terá seu início um pouco antes do nascer do sol.

A página da IOTA [1], fornece os horários de desaparecimento e reaparecimento para diversas localidades.

Em Brasília/DF não haverá ocultação, nem mesmo razante. Entretanto, marte se aproximará da lua  por volta das 06:15 BRT, a menos de 16" de arco segundo uma simulação Stellarium. Será uma boa ocasião para se tirar fotografias. 

Para a cidade de São Paulo/SP, o desaparecimento ocorrerá as 8:28 TU (ver Fig. 1) e o reaparecimento as 09:40 TU. O reaparecimento ocorrerá na face não iluminada da lua e ocorrerá com o sol já acima do horizonte. 

Fig. 1 Aspecto do desaparecimento de marte em 9 de agosto de 2020 como visto desde a cidade de São Paulo/SP por volta das 5:26 hora local.

Referência

12 maio 2019

Saiba quando saturno se encontrará com a Lua em 2019

Aspecto da ocultação de saturno pela Lua em 16 de julho feito pelo Stellarium para a cidade de Brasília/DF. Na imagem, alguns dos satélites de saturno também são mostrados como referência. Titã é mais brilhante em cima.
O ano de 2019 se distinguirá por inúmeros encontros entre o planeta saturno e a Lua: nada menos de 12 ocultações estão previstas este ano com duas no mês de novembro.

Todos esses eventos poderão ser observados como meras conjunções na maior parte da Terra, entretanto, apenas em algumas regiões (conforme indicado abaixo) eles serão fenômenos de ocultação, quando ao lua oculta o planeta. Além da ocultação do planeta principal, ao se utilizar equipamentos mais potentes (p. ex., um telescópio com mais de 10 cm de diâmetro), será possível observar a ocultação progressiva de diversos satélites de saturno. Recomenda-se a observação das ocultações com grandes aumentos (mais de 150X).

Considerando a data deste post, as próximas conjunções (e ocultações) de saturno com a Lua ocorrerão em:
  • 22 de maio: visível na parte sul do Oceano Índico e Austrália. Saturno será visto junto da Lua muito próximo do horizonte leste quando a lua surgir (por volta das 21:20),
  • 19 de junho: visível na parte sul da América do Sul. Saturno muito próximo da Lua (distância de 16' de arco do limbo lunar). O fenômeno poderá ser visto no Brasil a partir do final da noite de 18/6,
  • 16 de julho: visível na América do Sul. No Brasil apenas o início da ocultação poderá ser visto.
  • 12 de agosto: visível em grande parte da Polinésia, Austrália e Nova Zelândia. No Brasil, será uma conjunção com saturno distante da Lua próxima ao horizonte oeste,
  • 8 de setembro: visível na costa ocidental da África, sul do Oceano Ìndico e Austrália. No Brasil, saturno estará razoavelmente distante da Lua e o evento será visívle logo no início da noite,
  • 5 de outubro: visível na parte sul da América do Sul. No Brasil, a ocultação será visível na parte sul do país,
  • 2 de novembro: visível no extremo sul da Austrália e parte da Antártica. Será uma ocultação com o planeta algo distante da Lua.
  • 29 de novembro: visível apenas na Antártica. Como conjunção, saturno poderá ser visto próximo da Lua e seu fino crescente (distância de 30' de arco) logo no início da noite.
Dos eventos acima, apenas dois poderão ser vistos como ocultações no Brasil: o de 16 de julho e o de 5 de outubro.  

Ocultação de 16 de julho

Conforme mostrado na Fig. 1, a trajetória da região de ocultação sobre a Terra, determina os lugares onde saturno estará oculto pela Lua. O fenômeno não poderá ser visto em sua totalidade no Brasil, mas apenas quando a lua já estiver muito baixa no horizonte, no final da madrugada. Em Brasília, por exemplo, saturno começa a se ocultar por volta das 5:25, quando a lua estará a aproximadamente 10 graus acima do horizonte ocidental.

Fig. 1 Trajetória da região de visibilidade da ocultação de saturno pela Lua em 16/7/2019 segundo a referência [1]. O fenômeno poderá ser visto em boa parte da América do Sul, inclusive o Brasil, porém não em sua totalidade.
Ocultação de 5 de outubro

Conforme mostrado na Fig. 2, a trajetória da região de ocultação sobre a Terra, determina os lugares onde saturno estará oculto pela Lua. O fenômeno não poderá ser visto em sua totalidade no Brasil, mas apenas em sua parte mais austral, inclusive São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ, onde a ocultação será quase "rasante".

Fig. 2 Trajetória da região de visibilidade da ocultação de saturno pela Lua em 5/10/2019 segundo a referência [1]. O fenômeno poderá ser visto em boa parte da América do Sul, inclusive o Brasil, porém não em todo o território.
Um fato interessante dessa ocultação como visto desde o Brasil é que ela se dará durante o dia. Em S. Paulo, por exemplo, o evento tem seu início por volta das 16:46 do dia 5 de outubro com a ocultação de saturno no lado não iluminado da Lua, que estará bem alta no céu. O egresso de saturno da ocultação ocorrerá em ~17:31 pelo lado iluminado. No Rio de Janeiro, a ocultação terá menor duração e, portanto, será mais rasante. Visível no Rio de Janeiro ou ainda Cabo Frio/RJ, não haverá ocultação, por exemplo, para a cidade de Macaé/RJ que, embora próxima de Cabo Frio, está suficientemente ao norte para que a geometria não favoreça a ocultação. Para as latitudes entre as de Cabo Frio e Macaé, saturno será visto como que "tocando" a Lua. 

Para todos os lugares do Brasil, saturno poderá ser visto muito próximo da Lua (distância de 12' de arco) no início da noite.

Referência

[1] The Astronomical Almanac Online. United States Naval Observatory (USNO). http://asa.usno.navy.mil/


09 janeiro 2017

Ocultação de Regulus pela Lua (15 de janeiro de 2017)


Conforme o site "Lunar Occultations" (1): haverá uma ocultação da estrela principal de Leão (Regulus ou α Leo, Mag. 1.4) em 15 de janeiro de 2017, visível em boa parte da América do Sul, conforme o mapa acima. Esse será o primeiro de uma sequência de várias ocultações de Regulus em 2017, a maior parte delas visível no hemisfério sul. A ocultação de janeiro será, porém, a única visível no Brasil.

Os horários de desaparecimento e reaparecimento da estrela, em Tempo Universal (UT, horário de Greenwich) podem ser vistos na tabela abaixo: (observadores devem se posicionar no final da noite de 14/1):


Na data, a fase da lua será de aproximadamente 91% iluminada. Para a região central e norte do Brasil, não haverá ocultação ou essa será muito rasante. Para Brasília, não haverá ocultação, mas uma bela conjunção com Regulus a aproximadamente 16" de arco de distância do limbo lunar no momento de maior aproximação.

Referências

1 - http://www.lunar-occultations.com/iota/bstar/0115zc1487.htm 

04 janeiro 2016

Ocultações como método de medida celeste.

Registro de uma ocultação de Saturno pela Lua em 2 de março de 2007 por Dave Smith (fonte: http://astrosnaps.co.uk/). O tempo de ocultação do disco do objeto pode ser usado para se determinar o diâmetro aparente e "real" conhecendo-se sua distância.  
Ocultações lunares sempre foram ocasiões importantes de medida em astronomia. Isso porque a velocidade da lua no céu é conhecida e, a partir dessa velocidade, é possível usar a lua como uma espécie de "paquímetro cósmico" e medir tamanhos de objetos ocultados. O objetivo esse post é mostrar de forma aproximada como isso pode ser feito. Para isso usamos de geometria, uma disciplina muito antiga, irmã da matemática. 

Qual é a ordem de grandeza desse "paquímetro cósmico"? O tempo de revolução lunar (período de revolução da lua) em torno da Terra deve descontar o movimento do par "Terra-Lua" em torno do próprio sol. Portanto, para se ter um valor mais correto para a velocidade angular da lua, devemos determinar essa velocidade em relação ao fundo do céu e usar o chamado "mês lunar sideral", que é de aproximadamente 27.322 dias e não o mês sinódico (1). Uma vez que uma dada posição no terminador lunar varre 360 graus, então a velocidade angular aparente média da lua (vL, ver Fig. 1) em torno da Terra é

vL=360*60*60/(27.322*24*60*60)=360/(27.322*24)=0.549"/s (segundos de arco por segundo)

que é igual a 0.549 graus por hora ou minutos de arco por minuto. Portanto, em um minuto (=60 s), a lua cobre aproximadamente 32.94 segundos de arco no céu.  Isso significa que, se tivermos como medir com precisão o tempo, podemos usar o período da ocultação, que chamamos aqui Δt (início da imersão no limbo até desaparecimento completo), como uma medida de extensão. Com o conhecimento da distância do objeto, é possível saber seu tamanho. Do contrário, conhecendo sua dimensão, pelo tempo de ocultação determinamos sua distância. 

Por exemplo: Sabemos que o diâmetro equatorial de Júpiter (Dia_jupiter) é da ordem de 139 820 km. Ele foi ocultado pela lua, e o tempo Δt de desaparecimento do disco de Júpiter foi de 1 minuto e 7 segundos ou ~67 segundos. Qual a distância de Júpiter da Terra?

No cálculo da resposta, desprezamos o movimento de translação da Terra, o movimento próprio de Júpiter durante seu desaparecimento, assim como diferenças de posição geométrica (parte do terminador lunar onde ocorreu a ocultação) e admitimos que ela se deu ao longo do "equador" lunar. Uma regra de três simples, permite obter sua distância D,

(Dia_jupiter)/D= (67s/60s)*32.94"=36,783"=1.78328E-4 rad.

O resultado final deve ser escrito em radianos para se obter uma relação direta com a proporção de distâncias (Fig. 1). Invertendo-se a equação encontramos D = 139820km/1.78328E-4=7.84E8 km ou aproximadamente 784 milhões de quilômetros. Veja o papel importante da velocidade vL na equação acima. Ela é a constante que resulta no diâmetro aparente de Júpiter (36.78") para se obter a razão das distâncias em radianos.  Esse diâmetro também poderia ser obtido por um micrômetro filar mas, mais recentemente,  o registro de imagens tornou a astronometria uma ciência mais precisa.
Geometria do fenômeno da 
ocultação lunar.

Aplicação às estrelas.

Sem dúvida, o método da ocultação lunar permite determinar diâmetros ou distâncias. O mais natural é que sirva, no sistema solar, para se inferir o diâmetro de objetos já que suas distâncias são calculadas a partir da dinâmica de movimento (3a lei de Kepler). Mas, poderiam as ocultações serem usadas para se medir estrelas?

Para saber isso, basta calcular o tempo de ocultação de uma estrela, digamos, a 10 anos-luz de distância da Terra (que está praticamente na vizinhança do Sol) admitindo novamente que se trata de uma ocultação no "equador lunar" (ou seja, não é "rasante"). Esse tempo de ocultação deve ser comparado ao período de amostragem do medidor - no caso, representamos como o tempo de tomada de cada pose, ou tempo de exposição da uma câmera. Esse cálculo é importante porque vai mostrar que não basta ter um método, é preciso haver resolução suficiente para sua medida.

Imaginemos uma estrela com o diâmetro igual ao do Sol, ou dia_sol = 1 394 000 km. Agora, 1 ano-luz é igual a 9.461E12 km. Portanto, o diâmetro aparente da estrela será de

dia_sol/D = 1394000km/9.461E13km = 1.4734E-8 rad. 

Ora, o ângulo resultante da razão entre as distâncias corresponde a um diâmetro aparente de 5.3E-5". Para saber o tempo de ocultação do disco da estrela, dividimos pela velocidade aparente da lua:

Δt=5.3E-5"/0.549"/s ~ 1.E-4 s

que é aproximadamente igual a 1/10000 segundos! (um valor mais preciso é 9.66E-5 s). Para se determinar o tempo de ocultação com razoável precisão, uma câmera com resolução temporal dez vezes maior é recomendada. Portanto, para se medir tal diâmetro de estrela, uma câmera com 100 mil quadros por segundo seria necessária. Existem câmeras especialmente desenhadas e construídas - para fins de pesquisa - com essa "frame rate" ou até mais (2), porém, nenhuma câmera comercial está disponível com tal característica. 

Portanto, nenhum amador, munido das melhores câmeras existentes, conseguirá presentemente medir o diâmetro de uma estrela próxima com base no método da ocultação. Ainda que a estrela estivesse 10 vezes mais próxima (a 1 ano-luz, por exemplo) ou fosse 10 x maior que o Sol, ainda assim seria impossível resolver seu diâmetro por esse método.  E a situação é ainda pior para a imensa maioria das estrelas que estão a centenas de milhares de anos-luz de distância da Terra...

Referências



03 julho 2014

Ocultação de Marte e conjunção/ocultação de Saturno pela Lua (6 e 8 de Julho de 2014)

Fig. 1 Ocultação de Marte pela Lua em 6 de Julho de 2014. Atenção para o horário em TU!
Ocultação de Marte em 6 de Julho de 2014 (início).

A posição de Marte no céu permitirá a ocorrência de uma aproximação com a Lua durante o mês de Julho. Numa delas, boa parte da América do Sul será favorecida pela ocultação de Marte no dia 6 de Junho (1). Em outras regiões do Brasil, o fenômeno irá se manifestar como uma conjunção.

Na parte mais populosa da faixa da ocultação (Fig. 1), o fenômeno ocorrerá com a Lua muito baixa no horizonte oeste, no início do dia 6 de Julho. Por exemplo, para Brasília/DF, o fenômeno se inicia com Marte se ocultando no lado escurecido da lua (em quarto crescente), por volta das 23:54 do dia 5/7/2014. O conjunto Lua-Marte estará a 10 graus de elevação do horizonte. Com essa geometria, apenas o início da ocultação será visível nessa localidade.

Fig. 2 Marte, Lua e Spica como visto desde Brasília/DF as 23:53 do dia 5 de Julho de 2014. Apenas o início da ocultação será visível. 
Para outras regiões do Brasil (mais ao sul da linha austral de ocultação), o fenômeno obviamente se apresentará como uma conjunção. Mais à leste na região de sombra, o fenômeno ocorre mais cedo. Por exemplo, em Cuiabá o fenômeno tem início por volta das 23:48. Dados de temporização prevista para essa ocultação podem ser encontrados na referência (1).

Conjunção/Ocultação de Saturno com a Lua em 8 de Julho de 2014.

Esse fenômeno será verdadeiramente uma ocultação para a parte mais austral do Brasil, além de Argentina e Chile (2, Fig. 3). Interessantemente, essa ocultação não está reportada na página da IOTA para 2014. Desde Campinas/SP, o momento de máxima aproximação de Saturno com a Lua será por volta das 00:50 do dia 8 de Julho. Uma reprodução da previsão do instante de entrada de Saturno desde Porto Alegre/RS  pode ser visto na Fig. 4.

Fig. 3 Região da ocultação de Saturno pela Lua em 8 de Julho de 2014. 
fig. 4 Momento da entrada de Saturno na parte escura da Lua em 8 de Julho de 2014 por volta das 00:24 como visto desde Porto Alegre/RS. Na maior parte do Brasil, o fenômeno será visível como uma conjunção. A estrela visível abaixo é Zubenelgenubi da constelação da Balança.
Nas regiões do Brasil onde a ocultação será visível, o egresso de Saturno poderá ser visto com a Lua muito baixa no horizonte oeste, já que o fenômeno durará aproximadamente 30 minutos.

Referências

(1) http://lunar-occultations.com/iota/planets/0705mars.htm
(2)http://asa.usno.navy.mil/cgi-bin/occnwdo.cgi?dir=2014/occns&file=occn.2014Jul08.Saturn&body=Saturn


20 fevereiro 2014

Ocultações de Saturno pela Lua (em 2014)

Fig. 1 Ocultação de saturno pela Lua em 3/11/2001. Imagem por Étienne Bonduelle, Cambrai, França. Meade 8-polegadas e câmera Philips ToUcam Pro.
Uma ocultação é o fenômeno de passagem de um astro 'em frente' a outro, ou  seja, durante uma ocultação, um objeto celeste fica no meio do caminho da linha de visada do observador. 

Ocultações podem ser provocadas por diversos corpos celestes tais como planetas, asteroides e, principalmente, a Lua. Por ter um diâmetro aparente grande, a Lua frequentemente intercepta diversas estrelas em seu caminho. No passado, a temporização de ocultações de estrelas pela Lua foi importante para se estabelecer correções nos chamados 'elementos orbitais' desse satélite e, assim, determinar, com precisão, a influência de perturbações no movimento da Lua, que é bastante irregular.

Hoje, as ocultações principalmente de asteroides pela Lua e de asteroides de estrelas são importantes para se determinar - a partir da curva de brilho - o diâmetro de asteroides.  Ocultações de planetas pela Lua tem uma razão mais contemplativa, já que pouco pode ser acrescentado ao nosso conhecimento sobre planetas na era das explorações espaciais.

Em 2014 ocorrerão duas ocultações do planeta saturno pela Lua (Fig. 1) que serão visíveis em boa parte do Brasil e na sua parte mais ao sul. Ressaltamos que nas áreas em que tais ocultações não acontecem, o fenômeno será apreciado como uma conjunção.

Ocultação de 21 de Março de 2014 (1).
Fig. 2 Simulação da fase e posição de saturno
no egresso  da ocultação em 20/3/2014.
(via Stellarium)

Essa ocultação inicia-se no dia 20/3/2014 por volta das 22:30 com a Lua aproximadamente a 17 graus acima do horizonte. O fenômeno será relativamente rápido, com egresso previsto por volta das 23:15 com a Lua a 28 graus de elevação. Portanto, a duração total será de aproximadamente 45 minutos.

O mapa da Fig. 3 ilustra a posição geográfica da 'sombra da Lua' para esse evento.

Fig. 3 Mapa da localização geográfica da 'sombra' da Lua para saturno em 21/3/2014. O fenômeno será visto em boa parte do Brasil. Fonte: IOTA (ref. 2)

Ocultação de 17 de Abril de 2014.

Essa será uma ocultação apenas para a região sul do Brasil, conforme pode-se ver pela distribuição geográfica da sombra na Fig. 4. Em Porto Alegre/RS, por exemplo, a ocultação se inicia por volta das 5:00 do dia 17/4 e termina por volta das 5:54 com quase uma hora de evento.

Nas regiões em que ela se mostrar como uma conjunção, ela também mostrará saturno sucessivamente mais distante da Lua, à medida que o observador se posicionar mais ao norte.

Fig. 4 Mapa da localização geográfica da 'sombra' da Lua para saturno em 17/4/2014. O fenômeno será visto em boa parte do Brasil. Fonte: IOTA (ref. 2)

Em Campinas/SP, por outro lado, por 'pouco' a ocultação não será visível. Ao invés disso, o que se verá será uma 'conjunção' entre saturno e a Lua, conforme ilustra a simulação via Stellarium da Fig. 5. A conjunção será bem 'cerrada' com a distância de saturno ao limbo lunar de aproximadamente 1' na sua maior aproximação.

Fig. 5 Simulação da posição de Saturno e da Lua em 17/4/2013 para a região de Campinas/SP por volta das 5:36.  O fenômeno é uma conjunção.

O que se pode ver?

É possível cronometrar o instante de ocultação não só de saturno e seus anéis, mas também de diversos satélites, contanto que se tenha um instrumento razoavelmente potente (mais de 10 cm de abertura).

Com grandes aumentos (desde que justificados com aberturas suficientes), é possível contemplar o 'por de Saturno' na Lua ou o seu 'nascimento' (durante o egresso), o que, se registrado de forma fotográfica, pode resultar em um interessante imagem para a posteridade.

A observação à vista desarmada também é interessante, uma vez que cada observador relatará de forma diferente o evento, o que depende do grau de acuidade visual de cada observador.

A observação com binóculos também é recomendada.

Notas e referências

1 - Observe que a data oficial da ocultação (referenciada por meio de tempo universal é 21 de março, mas ocorrerá no Brasil no dia 20/3).
2 - IOTA, The International Occultation Timing Association, http://www.lunar-occultations.com/iota/iotandx.htm