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10 janeiro 2016

Cometas em 2016: C/2013 X1 (Panstarrs)

Cometa PanSTARRS (C/2013 X1) como visto desde Bologna, Itália,
em 12 de Dezembro de 2015. Imagem por Adriano Valvasori.
A observação do cometa Catalina (C/2013 US10) na parte sudeste da América do Sul foi bastante prejudicada pelo período de chuvas de final de ano (em 2015). Isso mostra que observação favorável de cometas nessa parte do planeta Terra deve também contemplar o período ideal de observação, que coincide com os meses secos do ano. Tal é o caso do cometa C/2013 X1 que poderá ser visto em meados de 2016.

Segundo S. Osada (1) esse cometa foi descoberto em Dezembro de 2013 pelo programa Pan-STARRS (2) usando um telescópio no Havaí. Na ocasião o objeto foi fotografado com uma coma minúscula com magnitude 20.0. Pelos elementos orbitais desse cometa (ver 1) sabemos que a excentricidade de sua órbita é aproximadamente unitária, ou seja parabólica. Portanto, seu periélio - que ocorrerá no dia 2 de Abril de 2016 - fará do evento algo único.

Provavelmente, esse cometa poderá ser visto sem o uso de instrumentos, nos meses não chuvosos da América do Sul e o que é melhor, em condições de posição que favorecem o hemisfério sul.

Onde e quando encontrar o C/2013 X1.

A trajetória aparente, em um período de oito meses, desde 15 de Janeiro de 2016, pode ser vista nas Figs. 1 e 2 abaixo. O movimento do cometa é bastante rápido depois de junho de 2016, que corresponde ao período de máxima aproximação da Terra. Escrevendo desde janeiro de 2016, esse objeto pode ser localizado na constelação de Pegasus, com magnitude ~9.0 (Fig. 1). 

Fig. 1 Mapa da posição de C/2013 X1 desde janeiro a junho de 2016.
Fig. 2  Mapa da posição de C/2013 X1 desde junho a agosto de 2016.

Existem várias possibilidades de curva de brilho previstas para o período de melhor aproximação que corresponde ao final de junho de 2016. Em particular, algumas preveem magnitude abaixo de 6.0 para esse período (de novo, conforme gráfico de curva de luz predita em 1) com uma configuração bastante favorável, pois o brilho será maior por conta da proximidade com a Terra (em torno de 0.65 UA ou ~ 100 milhões de quilômetros).  

A observação poderá ser algo prejudicada alguns dias antes e depois da lua cheia, que ocorrerá em 20 de junho. Porém, acreditamos que o período que antecede o 15 de junho (o quarto crescente é em 12 de junho), poderá ser particularmente favorável. Por exemplo, no dia 10 ele está próximo da estrela Eta Piscis Austrinis como mostra a fig 4 que traz um mapa por volta das 4:30 da manhã como visto desde Campinas/SP (Latitude -22 graus sul). Oportunidades para belas poses fotográficas não faltarão. Por exemplo, no dia 4 de junho de 2016 o cometa passa próximo da nebulosa da Hélice (NGC 7293).

De novo, alguns dias antes do dia 20 de junho até aproximadamente 25 de junho, poderá a lua prejudicar a observação a vista desarmada, embora, pelo fato de seu brilho estar abaixo de 6.0, será sempre possível usar um binóculo. Na fig 3 mostramos um mapa de simulação Stellarium para a posição desse cometa no dia 15 de junho de 2016, próximo à constelação de Microscopium. Nesse dia, o cometa poderá ser visto em boa posição durante toda a madrugada (do dia 15). O C/2013 X1 será praticamente um objeto circumpolar, facilitando sua observação no hemisfério sul. 

Fig. 3 Posição do cometa C/2013 X1 no dia 15 de junho de 2016, por volta das 2:00 como visto desde Campinas/Brasil. O ângulo de elevação desse objeto em relação ao horizonte na data é de 60 graus, favorecendo sua observação.
Fig. 4 Posição do cometa C/2013 X1 no dia 10 de junho de 2016, por volta das 4:30 como visto desde Campinas/Brasil.
Em suma, a observação do cometa C/2013 X1 será mais favorável nas duas primeiras semanas de junho de 2016.

Depois disso, seu brilho diminui de forma marcante, podendo ser observado com binóculos ou telescópios até o começo de agosto (mag. ~9.0). Por meio de telescópios, o cometa poderá ser fotografado até meados de novembro de 2016, porém seu brilho reduz drasticamente depois disso. Ainda assim, ele continuará em posição favorável para observadores do hemisfério sul.

Além do Stellarium, efemérides desse objeto poderão ser criadas por meio do recurso disponível na referência (3).

Referências


03 janeiro 2015

Cometas em 2015: C/2014 Q2 (Lovejoy)

Cometa Lovejoy (C/2014 Q2) em foto de Alexandra Albani (desde Banglore, Índia)
O ano de 2015 começa com um novo visitante visível à vista desarmada e durante a tarde. Trata-se do cometa C/2014 Q2, chamado "Lovejoy", descoberto em Agosto de 2014 por Terry Lovejoy. É um cometa de logo período (estima-se como 11 mil anos) e que está em boas condições de observação.

Atualização: Foto tirada em 17/1/2014  desde Campinas/SP. Nikon D40. ISO 1600, 30 segundos. Um rastro de satélite também foi capturado atravessando as Híades. (clique na foto para ampliar).

Um mapa para encontrar esse cometa nas primeiras semanas de Janeiro de 2015 pode ser visto abaixo. Pela sua posição no céu, é possível inferir que o C/2014 Q2 pode ser visto ao entardecer facilmente, estando próximo à constelação de Órion. 

Mapa: cortesia de cometchasing.skyhound.com
O objeto apresenta magnitude 4,9 no começo de Janeiro caindo cerca de 0,7 pontos em magnitude até o final do mês. Observadores do hemisfério sul devem correr porque o período de máximo brilho será seguido do movimento do cometa em direção ao hemisfério boreal, o que dificultará sua observação.

Como Janeiro é um mês chuvoso para a parte austral do Brasil, o planejamento de uma observação desse cometa pode ser bastante prejudicado. A Lua provavelmente irá influenciar pouco a observação, já que o C/2014 Q2 tem alto brilho.

Este cometa estará visível em binóculos por várias semanas, porém as condições serão mais propícias para observadores do hemisfério norte. Um mapa para até o final de Janeiro de 2015 pode ser baixado aqui.

Referência

23 junho 2013

Relatos de minhas observação do 1P/Halley em 1986


Uma observação nossa, datada de 5 de abril de 1986 foi encontrada em nossos registros de observação. Depois de 27 anos, temos a chance de publicá-la, com desenhos que foram feitos na época. Essas observações foram feitas desde Piracicaba/SP e usei um binóculo 7X50 e um telescópio refletor Newtoniano de 120 mm de diâmetro marca DFV (DF Vasconcellos).

Página 1 do relato de observações em 5 e 4 de abril de 1986.
Clique na imagem para ampliá-la.
O texto da Página 1, escrito à máquina diz:
Minha primeira observação pós periélica do cometa Halley se deu às 8:30 da manhã (TU) do dia 14 de março. Estava ele acima da constelação de Capricórnio, dentro de um quadrilátero formado por quatro estrelas em forma de trapézio. 
A cauda perfeitamente visível não excedia os 4 graus, mas a cauda real deveria ser bem maior. A olho nu, era possível vê-la estreita e pequena. Esta cauda revelava-se, ao binóculo 7X50, grossa e com um bom comprimento. Talvez sua espessura seja devido ao efeito de perspectiva entre a cauda de poeria e a de gás. 
A magnitude visual do cometa na ocasião era, por incrível que pareça, superior à magnitude do aglomerado globular ω Centauri. A dimensão da cabeleira era da ordem de 7' de arco, com um núcleo óptico de diâmetro superior ao estelar, portanto, maior que 1" de arco.
E prossegue:
No dia 21 de março, volto à observação no mesmo horário.  
A principal diferença era o fato da cauda apresentar uma menor curvatura do que no dia 14. 
No dia 26 de março, a influência da Lua é marcante no comprimento da cauda. Sua redução é quase que completa, somente destacando-se a cabeleira e o núcleo. 
4 de abril -------------------
Início: 2:30 TU. 
A cauda apresentava-se muito menor do que no dia 14 de março. 
O fato mais marcante da observação foi o diâmetro da cabeleira, que apresentava-se bem maior do que antes, devido a sua maior proximidade com a Terra. O diâmetro era de ordem de 13' com núcleo um pouco mais nebuloso. 
A magnitude visual este dia era de ordem inferior ao do aglomerado globular ω Centauri. Talvez isso seja devido a proximidade do horizonte, o que diminuiria sua luminosidade. 
Observação: todas as observações foram realizadas em área urbana, com poluição luminosa não muito influente e sem poluição atmosférica.
Página 2 do relato de observações em 5 e 4 de abril de 1986.
Clique na imagem para ampliá-la.
Finalmente, a foto apresentada no final, é uma reprodução de uma imagem publicada no jornal na época, de autoria e data desconhecidos. O texto é acompanhado com desenhos feitos à mão do que pude observar nessas datas. Minha descrição do céu urbano de Piracicaba na época era de 'pouca influência da poluição luminosa', o que contrasta com os dias atuais.

07 abril 2013

Cometas em 2013: Perspectivas para o cometa ISON (C/2012 S1)

O grande cometa de 1680, também conhecido como 'cometa de Kirch' ou 'cometa de Newton'. Ele foi o primeiro cometa descoberto por meio de telescópio (recém inventado na época) e foi visível inclusive de dia. Foi observado no Brasil pelo Padre Vieira e, no México, pela Soror Joana (Juana Inés de la Cruz). É provável que o cometa ISON ou C/2012 S1 repita esse visitante do século XVII.
Os astrônomos Vitali Nevski e Artyom Novichonok descobriram esse cometa (C/2012 S1, chamado ISON, a sigla vem de "International Scientific Optical Network") em Setembro de 2012 no observatório ISON-Kislovodsk, Rússia. Na data ele se encontrava à distância de 1 bilhão de quilômetros. (1)

Mesmo a uma distância tão grande, o objeto parecia brilhante, o que fez com que estimativas de tamanho do núcleo variassem entre 1 a 10 quilômetros. Espera-se que o cometa se aproxime do sol nos incríveis 1,2 milhões de quilômetros, o que é muito perto para os padrões do sistema solar (para se ter uma ideia, a distância Sol-Terra é da ordem de 150 milhões de quilômetros). Isso ocorrerá no dia 28 de Novembro de 2013.
Descobridores do cometa ISON.
Copyright © 2012 by A. Novichonok
(ISON-Kislovodsk Observatory, Rússia)

Modernamente, cometas têm sido designados pelo nome das colaborações ou redes de observação onde são descobertos e não pelo nome dos descobridores. Com isso, cometas diferentes podem receber o mesmo nome. Isso resulta em confusão e há quem peça um retorno ao costume anterior (2). Para evitar isso, é bom sempre utilizar a convenção de sigla que, para o ISON, é C/2012 S1, o que também indica que ele não é um cometa periódico. O nome do cometa segundo a tradição anterior deveria ser "Cometa Nevski-Novichonok".

O que mais traz esperança aos cientistas é que esse cometa tem elementos orbitais muito parecidos com o cometa de Kirch ou grande cometa de 1680, que foi o mais brilhante cometa do século XVII. Isso significa que o cometa ISON pode repetir o espetáculo de mais de 300 anos atrás, o que inclui aparecimento durante o dia. Além disso, o cometa encontra-se bastante ativo, embora a região onde se encontre, muito distante do Sol.

Antes de acreditar em tais previsões, é bom lembrar o caso do cometa Kohoutek em 1973, que também foi previsto como sendo o "cometa do século XX", mas que não cumpriu as expectativas. Quando estiver próximo em seu máximo da Terra, o ISON estará a 64 milhões de quilômetros, pouco menos da metade da distância Sol-Terra. O que importa, porém, é saber a posição geométrica do cometa em relação à Terra e ao Sol, assim como sua posição aparente para observadores em diferentes partes do mundo.

Uma simulação mostrando várias visões no sistema solar da passagem do cometa ISON. A órbita é bem parabólica, indicando que esta é a primeira vez que este cometa se aproxima do sol.

Perspectivas para o Brasil (latitudes 23 graus sul)

Interessante é ler na obra de Ronaldo R. de Freitas Morão (3) o relato da observação do grande cometa no Brasil:
Um dos grandes espetáculos cometários do século XVII foi o cometa Kirch (1680), descrito por Vieira e Estancel, no Brasil, e por Soror Joana, no México. Descoberto em 14 de novembro pelo astrônomo Kirch, através de uma luneta, tornou-se visível a olho nu desde o começo de dezembro até meados de janeiro, com cauda superior a 30 graus, que atingiu 70 graus de extensão em 25 de dezembro.
Mourão diz também que este cometa foi observado inclusive no Quilombo dos Palmares na época.

E, como será a aparição do ISON no Brasil? É importante saber os detalhes de forma antecipada, pois, se o cometa não cumprir as expectativas, é provável que se tenha dificuldades em observá-lo, principalmente se se confiar em notícias da mídia, quase sempre atrasada e baseada em informação que vem do hemisfério norte. 

Uma inspeção da órbita desse cometa revela que o ISON procede a partir do norte do equador celeste, faz uma incursão breve pelo sul do equador e depois segue para o norte novamente. Isso significa que este cometa será melhor observado no hemisfério norte. Portanto, é preciso cuidado com anunciantes de última hora, que farão previsões erradas para o Brasil com base no que é anunciado no hemisfério norte. Porém, este cometa se aproximará muito do sol (é chamado de cometa 'sungrazer') e sua cauda, talvez, possa ser vista no hemisfério sul.

Outubro de 2013

Na metade do mês, o cometa poderá ser visto de madrugada (horário 4:30 da manhã para uma boa observação), na constelação de Leão, bem próximo a Marte e a estrela Régulus. A magnitude estimada do cometa será algo superior a 9.0 (invisível à vista desarmada, mas visível com binóculos). O cometa praticamente 'seguirá' o planeta Marte na segunda semana de Outubro/2013.

Posição do cometa ISON como visto desde Campinas/SP no dia 15/10/2013 as 4:30.  Próximo a Marte e a alfa Leo. Será visto com binóculos.
Novembro de 2013

Este parece ser o melhor mês para observação do cometa ISON caso ele não cumpra as expectativas de 'espetáculo' como grande cometa do início do século. A animação abaixo mostra a evolução do cometa ISON entre 14 a 19 de Novembro de 2013 como visto desde a latidude 23  graus sul às 5:20 da manhã na constelação da Virgem (note que, na data, estaremos no horário de verão). Essa será a época em que ele fará uma 'pequena incursão' abaixo do equador celeste em direção ao norte novamente, antes de encontrar o periélio em 28 de Novembro. Nesse período (14 a 20 de Novembro) o cometa passará por uma variação rápida de brilho, desde 5,5 a 3,5 por volta do final de Novembro, quando estará bem próximo do sol, envolvido nas brumas da alvorada. No dia 18 de Novembro, ele passará próximo da estrela Spica (alfa da Virgem).



Simulação para a madrugada de22 de Novembro.
No dia 22 de Novembro, por volta das 5:30 da manhã, o cometa ISON poderá ser visto baixo no horizonte leste, próximo ao planeta Mercúrio e  outro cometa, o 2P/Encke que poderá ser visto com auxílio de binóculos. A magnitude estimada do ISON nesse dia será 3,2, enquanto que a do 2P/Encke está estimada em 4,6, embora a proximidade da aurora torne difícil a observação desse último cometa à vista desarmada. Certamente este será um dia interessante para registro fotográfico.

Caso a expectativa se cumpra, a aurora do dia 28 de Novembro trará uma visão inesquecível da cauda do cometa a partir do horizonte leste. Para esse dia, a magnitude estimada será de -3,3, o núcleo do cometa estará bem próximo do sol. Sua cauda, que se espera grande em extensão aparente, poderá ser vista bem antes do nascer do sol e a representação artística abaixo é para as 6:07 desse dia.

Alvorada do dia 28 de Novembro. A cauda do cometa ISON talvez seja visto bem antes do nascer do sol. Esta concepção artística é para as 6:07 de 28/11.
Depois de Novembro de 2013...

Depois do final de Novembro, as simulações de posição mostram que o cometa ISON se deslocará no céu muito paralelo ao horizonte (para a latitude de -23 graus sul) e próximo ao sol por todo o mês de Dezembro. Isso significa que, caso ele se torne um objeto excepcional, poderá ser visto durante o dia no Brasil, no início de Dezembro de 2013 (isso está restrito a uma janela de pouquíssimos dias antes e depois do periélio). Sua posição geométrica em relação ao sol para o início de Dezembro fará com que seja um objeto de difícil observação progressivamente com o tempo, à medida que ele se afaste do sol e diminua o seu brilho.

Conclusões

Para o Brasil, a melhor época para observação do ISON será antes do periélio, nos meses de Outubro e Novembro e preferencialmente na última semana de Novembro, ainda que o cometa não tenha ainda atingido seu máximo de brilho. Observadores do céu austral devem estar atentos a isso para que não percam a janela de observação.

Depois do início de Dezembro, quem quiser observar bem o cometa C/2012 S1 terá que viajar para o hemisfério norte.

Notas e referências

(1) Este post foi baseado em um texto por Elizabeth Howell, editora da Space.com.
(2) Como é o caso do presidente da sociedade astronômica real do Canadá, Peter Jedicke.
(3) Mourão, R.R. de Freitas (2000), "Introdução aos cometas", Belo Horizonte: Editora Itatiaia, Os cometas do Quilombo dos Palmares, p. 446;

Para saber mais:

13 março 2013

An Exercise of Astrometry with C/2011 L4 (Panstarrs)

Fig. 1 Intensity plot of C/2011 L4 (March 3 2013). Numbers indicate intensity levels in greyscale (0  - black ; 255 - white)
by Ademir Xavier

On last March 3rd I took some photos of C/2011 L4 (Panstars). Here I present an excercise of astrometry using one of those images to extract some meaningful data from this observation. What I do here can be applied to any other comet image or, in fact, celestial object in the sky. My aim is to show a simple example of practical applicaton of mathematics and geometry in the determination of sizes of celestial objects.

My interest is:
  • To estimate the apparent (in minutes of arc) and real dimension of the tail (in km or mi) of C/2011 L4;
  • To estimate the apparente (in minutes of arc) and real dimension of the coma (in km or mi);
A digital estimate of the comet brightness will not be attempted however, because this would involve a complex process of image calibration.

For that aim, we need:
  1. Comet image with date;
  2. Scale calibration;
  3. Software to extract brightness levels (the so called 'isointensity' curves);
  4. Distance of Earth to the comet at the date;
  5. Comet position angle in relation to the sun at the date;
I should also mention the need of a good sky simulator software (for all practical purposes I will use Stellarium, but other software could work as well). These are the 'inputs' of the work and the 'outputs' are described above, the physical dimension of the comet (at least an approximate value for this dimension).

Below I coment step-by-step all procedures that I used to find the final estimates. This exercise demonstrates a practical aspect of astronomical observation, something that is fully in agreement with the objectives of this blog.

1) Comet image with date

I use the image publish on last March 4 2013 reproduced below. The image was acquired on March 3rd at 22:15 UT and it is an important input for the determination of additional parameters as we will see. 

Fig. 2 Image used for the exercise. (click on the image to enlarge)
2) Scale calibration

Fig.2 shows not only Panstarrs but also a star named HIP 117488 of mag. 7.0. This star was easily identified with Stellarium using the date and time as input for the skymap display. The apparente distance between the star image centroid and the 'comet nucleus' is about 40' (forty minutes of arc) - Fig. 3.
Fig. 3 Estimate of apparent distance between HIP 117488 and comet C/2011 L4 at the date as given by Stellarium. 
Then we calculate the distance in pixels on the image between HIP 117488 and the comet and find 355.1. Therefore the scale factor (Sf) will be

Sf = 40'/355.1 ~ 0.113'/pixel.

This is nearly 6" per pixel and corresponds to the final resolution of the image. Note that this value is the overall resolution of both the combined optics and camera setup.

The resolution above is a practical scale for the determination of the comet dimension. Using Stellarium, we find that at the observation date, the comet-Earth (observer) distance (D) was:

D=1.09843629 AU.

Since 1 AU = 149,597,870,700 meters (92,955,807.273 mi) and Sf in radians is

Sf(rad) = 0.000032763 rad/pixel

then

Sf(km)= Sf(rad)*D(km) = 5383.74 km/pixel (=3345.3 mi/km)

Therefore, each pixel in the image at the comet position corresponds to about 5400 km. The smallest pixel in the image, in particular the one corresponding to the "comet nucleus", is a square of ~5400 x 5400 km, much larger than the expected physical size of that nucleus.

3) Detail analysis of the cometary image

The image is in fact a matrix of intensities on an arbitrary scale (in a grey scale 8 bit image, the intensity goes from 0 to 255). If we extract a small portion of the original image (after converting it to grey scale), say, a square of 35X35 centered at HIP 117488, we get Fig. 4.

Fig. 4 A small sample of the original image showing HIP 117488.
Fig. 5 Intensity surface of Fig. 3 of HIP 117488.

A 3D intensity plot of this image is shown in Fig. 5. This plot was made with Mathcad. What about the cometary image? I resampled the original image to 310 X 460 after converting it to greyscale and the resulting 3D intensity plot is:
Fig. 6 3D intensity plot of the original image showing the comet and HIP 117488. 
The intensity of the coma region is close to 255 (the maximum) and should be compared to the 'background' level between 10 and 15. Another possibility is to ask Mathcad to plot the intensity curves (Fig. 1). The tail length in pixels as estimated using Fig. 1 is about 90.5. Therefore the (aparent) tail length is
  • Apparent Tail(km) = 90.5 x Sf(km) ~ 490 000 km (= ~ 300 000 mi)
  • Apparent Tail(min of arc) = 10.2'

The apparent tail length was small (nearly 1/3 of the moon diameter).
Fig. 7 Intensity plot of the coma.
Fig. 7 is a zoomed version of Fig. 1. If we take the dimension of the coma region as nearly equal to que inner square (between 16 and 24 on the X-axis and 16 and 24 on the Y-axis), a good estimate of the coma condensation will span an area of 8 pixels X 8 pixels or almost 1'x 1'. This corresponds to sphere of ~50000km of diameter. However, if the outer intensity curves are regarded, the coma will have twice that size. Thus  the coma of Panstarrs was estimated to have an apparent size of 2'x2' or 90 000km of extension on last March 3rd.

A minor detail

It could be argued (with reason) that the estimated tail size must be corrected for the geometrical situation shown in Fig.8. The comet tail always points towards the sun (along the Sun-comet line), while we are observing the projection of this line on the perpendicular to the Earth-comet line.
Fig. 8
Fig. 8 depicts the geometrical situation: the apparent tail length is a function of the real tail length and the position angle (alpha) between the Sun-comet line and the perpendicular of the Earth-comet line. Therefore, the real tail length will be

Real Tail(km) = Apparent Tail(km)/cos(alpha).

It is not difficult to see that, for the geometry of Fig. 8:


Now, again using Stellarium we have:

Des = 0.99156172 AU;
phi = 18 deg 40' (elongation angle);

as the Earth-Sun distance and elongation angle for comet Panstarrs at the date, respectively. Therefore, using the above equation we find:

alpha = 26 deg 33',

so that cos (alpha) = 0.8944249989.

The real tail length in km (mi) will be

Real Tail(km) =  90.5 x Sf(km)/cos(alpha) = 545 000 km (~340 000 mi).

Compare this with the Earth-Moon distance (384 400km). There is no accurate definition of a comet tail (that depends on the density of particles such as dust, gas etc). What we can say here, however, is that, given the "definition" of tail as determined by the smallest intensity level on Fig. 1 (30.5), the real tail  extended itself for half a million kilometers in space on the date.

References

03 março 2013

Observação em 3 de Março 2013 do cometa C/2011 l4 (Panstarrs)

ATUALIZAÇÃO (12/3/2013): Haverá uma janela de 10 a 20 minutos apenas para observar esse cometa nas noites que seguem o dia 12/3. Ele não é um objeto visível facilmente à vista desarmada, exceto no caso de observadores muito bem treinados, que morem em lugares elevados e com horizonte ocidental livre de qualquer tipo de nuvem ou neblina. Dependendo da quantidade dessa neblina, nem mesmo binóculos poderão mostrar o cometa. A melhor opção é um telescópio com baixo aumento (grande campo de visão). O C/2011 L4 ou Panstarrs não será mais visível para observadores no hemisfério sul a partir do dia 16/3.


Imagem do cometa C/2011 l4 (Panstarrs) por entre fios de alta tensão em Campinas, SP às 7:15 do horário local. Esta foto foi tirada no alto da Cidade Universitária (UNICAMP).

O cometa pode ser visto à vista desarmada por entre as brumas do crepúsculo. A imagem abaixo é um 'zoom' de outra tomada onde aparece a estrela HIP 117488 de magnitude 7,0 da constelação de Aquário.



21 fevereiro 2013

Observação em 20 Fev 2013 do cometa c/2012 f6 (Lemmon)


A ilustração acima mostra a comparação entre a simulação feita no Stellarium (com elementos orbitais corrigidos) para  a posição do cometa C/2012 f6 (Lemmon) e uma imagem no dia 20 de Fevereiro de 2013. No horário da observação (22:30 do Tempo Universal), o cometa estava bem próximo da estrela HIP 118007 que tem magnitude aparente 7,0. Estima-se que a magnitude do cometa não seja inferior a 5, e dada sua altura em relação ao horizonte (aproximadamente 24 graus) é difícil sua observação à vista desarmada. A imagem abaixo mostra uma estimativa baseada em curva de isointensidade, que resulta em uma diâmetro aparente para a coma da ordem de 3' (minutos de arco).

Curvas de isointensidade da imagem obtida mostrando a dimensão aparente (em minutos de arco) do cometa C/2012 f6. 

27 janeiro 2013

Cometas em 2013: C/2012 F6 (Lemmon)

Imagem do céu em 23 de Janeiro com o cometa Lemmon por Victor Brasil Sabbagh.
Descoberta

Alex Gibbs da Busca do Mont Lemmon descobriu esse cometa no dia 23 de Março de 2012. Na data, esse astro estava com magnitude 20.7.


Filme com a movimentação do cometa Lemmon em Fevereiro de 2013.

Localização e brilho

Presentemente (final de Janeiro de 2013), o cometa Lemmon (C/2012 F6) é um objeto austral e bem colocado para observação no hemisfério sul. Em 17 de Janeiro ele inicia sua passagem pelo Cruzeiro do Sul, atingindo a mag. 7.7 e passando a ser visível por meio de binóculos.

Melhor ainda é o fato de que observações iniciais mostram que o cometa Lemmon atingiu o dobre do brilho esperado, o que indica que ele poderá ser visível a olho nu a partir da primeira semana de Fevereiro de 2013. Esse cometa poderá atingir mag. 3.0 em Março com uma cauda perceptível. O periélio ocorrerá no dia 24 de Março de 2013 estando o cometa a 0.73 UA (ou 104 milhões de km) de distância do Sol. Durante esse período de tempo, o cometa estará sempre localizado na porção austral do céu, 'viajando' pela Mosca, Camaleeão e o Oitante atingindo sua declinação austral mais extrema (-87 graus), muito próximo do polo celeste.

Uma boa oportunidade para foto será no dia 14 de Fevereiro de 2013 quando ele estará apenas a 4 graus a oeste do aglomerado globular 47 Tucanae e a pequena Nuvem de Magalhães. Depois disso ele segue para o Fênix, Escultor, a Baleira e Peixes por volta do dia 19 de Abril. Então ele cruza o equador celeste e se move na direção boreal. Então ele estará mais débil, mas ainda será um objeto visível a olho nu, com mag. 5.

Mapa para observação (28 de Janeiro a 15 de Fevereiro de 2013)

Direção sul (próximo ao polo celeste). Durante boa parte de Fevereiro de 2013, esse objeto será notavelmente um objeto circumpolar, sendo observável por um longo período de tempo durante a noite e madrugada.

No dia 1 de Fevereiro, o C/2012 F6 estará bem próximo da estrela delta Octantis (mag. 4.3), muito próximo ao polo celeste sul.

Posição do cometa Lemmon em 1 de Fev as 21:00. Muito próximo ao polo celeste sul.
Mapa da localização de cometa Lemmon (para 28 de Janeiro a 15 de Fevereiro de 2013, aspecto do céu as 20:00). Clique no mapa para aumentar.
Outra carta mais detalhada para Fevereiro de 2013 pode ser encontrada CLICANDO-SE na imagem abaixo:

Carta Celeste para o cometa C/2012 f6 para Fevereiro de 2013.Clique na imagem para ampliar (arquivo PDF).