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02 dezembro 2015

Alguns eventos astronômicos em 2016

Fig. 1 (Esquerda) Imagem do Sol com Mercúrio em trânsito, que voltará a acontecer em 2016. (Direita) Imagem de Marte na oposição de 2014 obtida por Geoff Chestder. (Celestron 23.5 cm, f/10 SC, Zwo ASI120MC)

Em comemoração ao dia da Astronomia.
Quais serão os principais eventos no céu em 2016? Abaixo segue uma lista de eventos já previstos, muitos deles a serem comentados e detalhados ao longo de vários posts em 2016 antes de acontecerem. No que segue, faltam informações sobre os cometas de 2016, que serão postadas oportunamente em um artigo dedicado. A tabela de efemérides astronômicas (2) é mostrada neste post.

Os grandes destaques do ano são para o oposição de Marte em Maio e o trânsito de Mercúrio pelo Sol.

Destaques de 2016

Conjunções da Lua

Haverá uma série de conjunções da Lua com Aldebarã, com incursões do disco lunar no interior das 'Hyades'. Uma delas é mostrada abaixo, no dia 19 de Janeiro (Fig. 2). Outras ocorrerão em 16 de Fevereiro, 14 de Março, 10 de Abril, 8 de Maio, 19 de Junho, 1 de Julho, 29 de Julho, 25 de Agosto, 21 de Setembro, 19 de Outubro, 15 de Novembro e 5 de Dezembro de 2016. Uma vez que o campo tem muitas estrelas, serão oportunidades para se observar ocultações lunares pela passagem pelo rico campo.
Fig. 2 Conjunção da Lua com Aldebarã, em 19 de Janeiro de 2016.
Vários eventos desse tipo ocorrerão em 2016.
Ocultações: mercúrio desaparece atrás da lua em setembro.

A única ocultação visível de um planeta pela lua no Brasil será em 29 de Setembro de 2016, com o planeta Mercúrio. A Fig. 3 ilustra o diagrama da sombra na superfície da Terra, sendo visível claramente a porção austral da América do Sul onde o evento será visto.
Fig. 3 Imagem animada da movimentação da região de sombra com a ocultação de Mercúrio pela Lua em 29 de Setembro de 2016.
O fenômeno tem o seu início logo de manhã - antes do nascer do Sol - com Mercúrio e a Lua bem baixos, próximo ao horizonte oriental. Com a rotação da Terra, o final do evento somente poderá ser observado durante o dia (Fig. 4). Recomenda-se o uso de um instrumento com orientação automatizada (tipo montagem robotizada com alinhamento prévio) para seguir o evento durante o dia.


Fig. 4 (Acima) Lua e Mercúrio como podem ser vistos por volta das 5:15 da manhã (hora local) no dia 29 de Setembro de 2016. (Abaixo) Animação da ocorrência do fenômeno para Campinas, SP.
Oposições: destaque para Marte em Maio

No dia 22 de Maio ocorre a noite da máxima aproximação de Marte. Na verdade, as melhores condições de observação desse planeta já estarão disponíveis várias semanas antes dessa data. Na ocasião, Marte estará brilhando com mag. -2.06 e terá um diâmetro aparente de 18.4". Como essa medida equivale a 0.3', então - usando-se um telescópio que aumente 100 X - Marte aparecerá com o diâmetro aparente de uma Lua Cheia. Mas, ressalta-se, deve-se usar um instrumento com o referido aumento. Depois da oposição, Marte ainda poderá ser visto em boas condições por várias semanas. 

Fig. 5 Diagrama orbital mostrando a posição de Marte e da Terra na oposição de Maio de
2016. A distância entre a Terra e Marte será então de 0.5 UA.
É uma boa oportunidade para registros fotográficos. Deve-se procurar fotografar com o astro o mais próximo possível do zênite e em noites calmas. Instrumentos refratores são mais apropriados para observação.  

No mês de abril, será possível apreciar a diferença de brilho entre Marte e a estrela Antares (ou 'anti-ares') que guarda com Marte a mesma cor. Na oposição, Marte estará na constelação de Escorpião.

A próxima oposição marciana será em 2018, já que Marte tem um período de translação aproximadamente igual ao dobro do da Terra. Gradualmente ele estará mais próximo da Terra, e as oposições serão mais favoráveis. 

No dia 3 de Junho, Saturno estará em oposição. O aspecto do planeta não será muito diferente de 2015.

Em 15 de Outubro, Urano estará em oposição. Use o mapa abaixo (Fig. 6) para localizar esse planeta na constelação de Peixes.

Fig. 6  Mapa da posição do planeta Urano em 2016. 

Evento especial: o trânsito de Mercúrio.

De tempos em tempos, Mercúrio passa na frente do disco do Sol. Isso foi observado várias vezes no passada, e o registro do fenômeno teve implicações para a teoria da relatividade geral. Isso porque Mercúrio está muito próximo do Sol, sendo que seu movimento é perturbado por eventuais variações da gravidade solar, por "efeitos do espaço-tempo".

O último trânsito foi no dia 8 de Novembro de 2006 (este blog ainda não existia). O próximo será em 9 de Maio de 2016. A tabela abaixo, ilustra as datas dos próximos trânsitos de Mercúrio. Haverá outro em 2019, porém, o seguinte somente em 2032...

DATA         Máximo
2016 Mai 09  14:57   
2019 Nov 11  15:20  
2032 Nov 13  08:54  
2039 Nov 07  08:46 

Em particular, o Brasil estará bem posicionado para a observação desse evento, como ilustra o mapa da Fig.7. As regiões riscadas desse mapa são onde o evento não poderá ser visto em sua totalidade. Inglaterra, Espanha, Portugal, França e a parte oriental da América do Norte também são regiões de boa visibilidade do evento.

Fig. 7 Mapa que ilustra as regiões na Terra onde o trânsito de Mercúrio poderá ser visto (regiões não riscadas). Fonte: http://www.venus-transit.de/Mercury2016/
Fig. 8 Simulação Stellarium do evento do trânsito de Mercúrio pelo Sol como visto desde Campinas, SP em 9/5/2016. 
Para a cidade de Campinas/SP (Fig. 8), o evento tem seu início por volta das 8:15 da manhã e será finalizado por volta das 15:40. O trânsito poderá ser visto em telescópios por meio do uso de filtros ou por projeção direta (projeção do disco do sol em um anteparo), o que permite que mais de uma pessoa observe o fenômeno. Durante o trânsito, o disco de Mercúrio terá um diâmetro aparente de 12.1", o que contrasta com os 1900" do Sol (ou seja, o Sol estará 158X maior aparentemente que Mercúrio).

Conjunção de Vênus com Júpiter

O final do dia 27 de Agosto será marcado por uma oposição "cerrada" entre Vênus e Júpiter (Fig. 9). A distância de separação desses dois planetas será da ordem de 5'. Observe que Mercúrio também poderá ser visto junto ao par. 

Fig. 9 Aspecto da conjunção entre Vênus e Júpiter em 27/8. O horário é 18:30 do tempo local em Campinas, SP.
A distância aparente entre os dois principais planetas será de 5'. 
Para mais eventos em 2016, consulte a tabela de efemérides abaixo.

Tabela de Efemérides Astronômicas (horário em GMT ou TU). 

Segundo: http://www.astropixels.com/ephemeris/astrocal/astrocal2016gmt.html)

Instruções: Localize o evento conforme a data (a esquerda). O tempo de ocorrência é dado em Tempo Universal.

DATA     GMT   Evento
        (h:m)

Jan 02  05:30  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    02  11:53  Lua no Apogeu: 404279 km
    02  23     Terra no periélio: 0.98330 AU
    03  03:35  Spica 4.7°S da lua
    03  18:45  Marte 1.5°S da lua
    04  08     Chuva de meteoros Quadrantidas
    06  23:57  Vênus 3.1°S da lua
    07  04:57  Saturno 3.3°S da lua
    07  11:34  Vênus 6.3°N de Antares
    08  18     Mercúrio no periélio 
    10  01:30  LUA NOVA 
    14  14     Mercúrio em Conjunção Inferior 
    14  15:48  Lua no Nodo descendente 
    15  02:10  Lua no Perigeu: 369619 km
    16  23:26  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    20  02:16  Aldebaran 0.5°S da lua
    24  01:46  LUA CHEIA 
    26  05:10  Regulus 2.5°N da lua
    27  23:58  Lua no Nodo ascendente 
    28  01:14  Júpiter 1.4°N da lua
    30  09:10  Lua no Apogeu: 404553 km
    30  11:35  Spica 5.0°S da lua

Fev 01  03:28  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    01  08:48  Marte 2.7°S da lua
    03  19:05  Saturno 3.5°S da lua
    06  07:32  Vênus 4.3°S da lua
    06  16:47  Mercúrio 3.8°S da lua
    07  01     Mercúrio em Elongação: 25.6°W
    08  14:39  LUA NOVA 
    10  20:46  Lua no Nodo descendente 
    11  02:42  Lua no Perigeu: 364358 km
    13  03     Mercúrio 4.0° de Vênus
    15  07:46  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    16  07:41  Aldebaran 0.3°S da lua
    21  17     Mercúrio no Afélio 
    22  12:48  Regulus 2.5°N da lua
    22  18:20  LUA CHEIA 
    24  03:58  Júpiter 1.7°N da lua
    24  06:10  Lua no Nodo ascendente 
    26  19:05  Spica 5.1°S da lua
    27  03:28  Lua no Apogeu: 405383 km
    28  15     Netuno em Conjunção com o Sol 
    29  18:16  Marte 3.6°S da lua

Mar 01  23:11  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    02  06:53  Saturno 3.6°S da lua
    07  10:54  Vênus 3.5°S da lua
    08  10     Júpiter em Oposição 
    09  01:54  LUA NOVA 
    09  01:57  Total Solar Eclipse; mag=1.045
    09  06:31  Lua no Nodo descendente 
    10  07:02  Lua no Perigeu: 359509 km
    14  13:44  Aldebaran 0.3°S da lua
    15  17:03  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    20  04:31  Equinócio Vernal 
    20  14     Vênus no Afélio 
    20  19:05  Regulus 2.5°N da lua
    22  03:57  Júpiter 2.1°N da lua
    22  12:59  Lua no Nodo ascendente 
    23  11:47  Eclipse Lunar Pen.; mag=0.775
    23  12:01  LUA CHEIA 
    23  20     Mercúrio em Conjunção Superior 
    25  01:50  Spica 5.1°S da lua
    25  14:16  Lua no Apogeu: 406125 km
    28  18:45  Marte 4.2°S da lua
    29  14:58  Saturno 3.5°S da lua
    31  15:17  LUA NO QUARTO MINGUANTE 

Abr 05  17     Mercúrio no periélio 
    05  17:27  Lua no Nodo descendente 
    06  08:30  Vênus 0.7°S da lua: Ocultação
    07  11:24  LUA NOVA 
    07  17:36  Lua no Perigeu: 357164 km
    08  10:35  Mercúrio 5.2°N da lua
    09  21     Urano in Conjunção com o Sol 
    10  22:05  Aldebaran 0.4°S da lua
    14  03:59  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    17  00:46  Regulus 2.5°N da lua
    18  04:42  Júpiter 2.2°N da lua
    18  14     Mercúrio em máxima elongação: 19.9°E
    18  18:04  Lua no Nodo ascendente 
    21  07:59  Spica 5.1°S da lua
    21  16:05  Lua no Apogeu: 406352 km
    22  05:24  LUA CHEIA 
    22  05     Chuva de meteoros Líridas
    25  04:13  Marte 4.9°S da lua
    25  19:28  Saturno 3.3°S da lua
    27  13:51  Marte 4.8°N de Antares
    28  08:14  Mercúrio 3.0°S das Plêiades
    30  03:29  LUA NO QUARTO MINGUANTE 

Mai 03  01:27  Lua no Nodo descendente 
    04  19     Chuva de Meteoros Eta Aquáridas
    06  04:14  Lua no Perigeu: 357828 km
    06  19:30  LUA NOVA 
    08  08:21  Aldebaran 0.5°S da lua
    09  15     Mercúrio em Conjunção Inferior 
    13  17:02  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    14  07:06  Regulus 2.3°N da lua
    15  09:30  Júpiter 2.0°N da lua
    15  20:39  Lua no Nodo ascendente 
    18  14:07  Spica 5.1°S da lua
    18  22:06  Lua no Apogeu: 405934 km
    21  21:15  LUA CHEIA 
    22  11     Marte em Oposição 
    22  21:59  Saturno 3.2°S da lua
    29  12:12  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    30  04:45  Lua no Nodo descendente 

Jun 03  06     Saturno em Oposição 
    03  09:47  Mercúrio 0.7°N da lua: Ocultação
    03  10:55  Lua no Perigeu: 361142 km
    05  03:00  LUA NOVA 
    05  09     Mercúrio em máxima elongação: 24.2°W
    06  22     Vênus em Conjunção Superior 
    10  14:47  Regulus 2.0°N da lua
    11  19:35  Júpiter 1.5°N da lua
    11  22:20  Lua no Nodo ascendente 
    12  08:10  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    13  10:06  Mercúrio 6.4°S das Plêiades
    14  20:47  Spica 5.3°S da lua
    15  12:00  Lua no Apogeu: 405022 km
    19  00:40  Saturno 3.3°S da lua
    19  03:39  Mercúrio 3.7°N de Aldebaran
    20  11:02  LUA CHEIA 
    20  22:35  Solstício de Verão
    26  05:28  Lua no Nodo descendente 
    27  18:19  LUA NO QUARTO MINGUANTE 

Jul 01  06:45  Lua no Perigeu: 365983 km
    02  03:58  Aldebaran 0.4°S da lua
    02  16     Mercúrio em periélio 
    04  11:01  LUA NOVA 
    04  16     Terra no Afélio: 1.01675 UA
    07  03     Mercúrio em Conjunção Superior 
    07  23:33  Regulus 1.8°N da lua
    09  01:41  Lua no Nodo ascendente 
    09  10:08  Júpiter 0.9°N da lua: Ocultação
    10  23     Vênus em periélio 
    12  00:52  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    12  04:13  Spica 5.6°S da lua
    13  05:24  Lua no Apogeu: 404272 km
    16  05:11  Saturno 3.4°S da lua
    19  22:57  LUA CHEIA 
    23  07:49  Lua no Nodo descendente 
    26  23:00  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    27  11:25  Lua no Perigeu: 369659 km
    27  21     Chuva de Meteoros Delta-Aquáridas
    29  10:53  Aldebaran 0.3°S da lua
    30  15:55  Mercúrio 0.3°N de Regulus

Ago 02  20:45  LUA NOVA 
    04  06:19  Vênus 2.9°N da lua
    04  22:12  Mercúrio 0.6°N da lua: Ocultação
    05  07:48  Lua no Nodo ascendente 
    05  11:57  Vênus 1.0°N de Regulus
    06  03:28  Júpiter 0.2°N da lua: Ocultação
    08  12:08  Spica 5.8°S da lua
    10  00:05  Lua no Apogeu: 404266 km
    10  18:21  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    12  12:10  Saturno 3.7°S da lua
    12  12     Chuva de Meteoros Perseidas
    15  16     Mercúrio no Afélio 
    16  21     Mercúrio máxima elongação: 27.4°E
    18  09:27  LUA CHEIA 
    19  14:14  Lua no Nodo descendente 
    20  06     Mercúrio 3.8° de Júpiter
    22  01:20  Lua no Perigeu: 367047 km
    24  05:09  Marte 1.8°N de Antares
    25  03:41  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    25  16:21  Aldebaran 0.2°S da lua
    28  20     Mercúrio 5.0° de Vênus

Set 01  09:03  LUA NOVA 
    01  09:07  Eclipse solar anular; mag=0.974
    01  15:27  Lua no Nodo ascendente 
    02  15     Netuno em Oposição 
    03  10:33  Vênus 1.1°S da lua: Ocultação
    04  19:56  Spica 5.8°S da lua
    04  20:05  Saturno 5.9°N de Antares
    06  18:44  Lua no Apogeu: 405059 km
    08  21:23  Saturno 3.8°S da lua
    09  11:49  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    13  00     Mercúrio em Conjunção Inferior 
    15  23:55  Lua no Nodo descendente 
    16  18:54  Eclipse Lunar Pen.; mag=0.908
    16  19:05  LUA CHEIA 
    18  15:15  Vênus 2.2°N de Spica
    18  17:00  Lua no Perigeu: 361894 km
    21  22:13  Aldebaran 0.2°S da lua
    22  14:21  Equinócio de Outono
    23  09:56  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    26  06     Júpiter in Conjunção com o Sol 
    27  22:32  Regulus 1.7°N da lua
    28  15     Mercúrio em periélio 
    28  19     Mercúrio em máxima elongação: 17.9°W
    28  22:06  Lua no Nodo ascendente 
    29  10:42  Mercúrio 0.7°N da lua: Ocultação

Out 01  00:12  LUA NOVA 
    03  17:30  Vênus 5.0°S da lua
    04  11:02  Lua no Apogeu: 406100 km
    06  08:04  Saturno 3.8°S da lua
    09  04:33  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    13  09:43  Lua no Nodo descendente 
    15  10     Urano em Oposição 
    16  04:23  LUA CHEIA 
    16  23:36  Lua no Perigeu: 357860 km
    19  06:18  Aldebaran 0.3°S da lua
    21  05     Chuva de Meteoros Oriônidas
    22  19:14  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    25  04:01  Regulus 1.6°N da lua
    26  01:44  Lua no Nodo ascendente 
    26  10:56  Vênus 3.0°N de Antares
    27  16     Mercúrio em Conjunção Superior 
    28  09:33  Júpiter 1.4°S da lua
    29  12     Marte em periélio 
    30  17:38  LUA NOVA 
    31  19:29  Lua no Apogeu: 406660 km

Nov 02  19:38  Saturno 3.7°S da lua
    05  05     Chuva de Meteoros S Táuridas
    06  12:07  Marte 5.3°S da lua
    07  19:51  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    09  15:57  Lua no Nodo descendente 
    12  04     Chuva de Meteoros N Táuridas
    14  11:23  Lua no Perigeu: 356512 km
    14  13:52  LUA CHEIA 
    15  16:50  Aldebaran 0.4°S da lua
    17  11     Chuva de meteoros Leônidas
    19  17:51  Aglomerado do presépio 4.3°N da lua
    21  08:33  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    21  10:08  Regulus 1.3°N da lua
    22  02:48  Lua no Nodo ascendente 
    23  19     Mercúrio 3.4° de Saturno
    25  01:47  Júpiter 1.9°S da lua
    27  20:08  Lua no Apogeu: 406556 km
    29  12:18  LUA NOVA 

Dez 03  12:34  Vênus 5.8°S da lua
    05  10:39  Marte 2.9°S da lua
    06  17:35  Lua no Nodo descendente 
    07  09:03  LUA NO QUARTO CRESCENTE 
    10  11     Saturno in Conjunção com o Sol 
    11  04     Mercúrio em máxima elongação: 20.8°E
    12  23:27  Lua no Perigeu: 358463 km
    13  04:14  Aldebaran 0.5°S da lua
    14  00     Chuva de Meteoros Gemínidas
    14  00:06  LUA CHEIA 
    17  03:17  Aglomerado do presépio 4.1°N da lua
    18  18:13  Regulus 1.0°N da lua
    19  04:46  Lua no Nodo ascendente 
    21  01:56  LUA NO QUARTO MINGUANTE 
    21  10:45  Solstício de Inverno 
    22  08     Chuva de Meteoros Úrsidas
    22  16:37  Júpiter 2.4°S da lua
    25  05:55  Lua no Apogeu: 405870 km
    25  15     Mercúrio em periélio 
    28  19     Mercúrio em Conjunção Inferior 
    29  06:53  LUA NOVA 

Referências

http://www.venus-transit.de/Mercury2016/

07 fevereiro 2015

O que aconteceu aos canais de marte?

Fig. 1 Imagem comparativa de um mapa feito por Eugene Michel Antoniadi (1870-1944) e imagem do telescópio Hubble de marte. Essa imagem estabelece uma "comparação areográfica" entre as mesmas regiões de marte como vista por Antoniadi e registradas pelo Hubble modernamente. O telescópio Hubble é um dos mais avançados sistemas de observação criados, enquanto que Antoniadi foi um dos mais hábeis observadores do início do Século XX. Ver também Fig. 4.

"Além disso, a maioria dos canais que foram observados visualmente 
no Observatório de Lowell foram gravados repetidas vezes em 
um grande número de fotografias feitas durante os últimos quinze anos.

Finalmente, que as observações visuais extensivas feitas nesse 
observatório foram confirmadas in toto e corroboradas 
em detalhes pelas fotografias." (E. C. Slipher, ref. 17)

"Tenho a suspeita irritante de que existe ainda uma característica
essencial no problema dos canais marcianos 
que ainda permanece desconhecida." (C. Sagan, "Cosmos", 1980)
A maior parte da "geração do milênio" conhece, do planeta marte, imagens trazidas por sondas de exploração (1) que desceram naquele planeta e revelaram detalhes sem precedentes. Há porém uma história esquecida de exploração de marte, história feita de personagens que estudaram com sinceridade e fervor a superfície daquele planeta, não obstante as limitações de recursos técnicos e as distâncias de milhões de quilômetros envolvidas.

Hoje, a maioria dos textos que relatam as observações dos famosos canais marcianos restringem a estória a invenções criadas por dois observadores (1b): Giovani Schiaparelli (1835-1910) e Percival Lowell (1855-1916). Sobre Schiaparelli - o descobridor dos canais - a pouco confiável "Wikipedia" diz que ele "inadvertidamente popularizou a falsa ideia de canais artificiais em marte" (2). O "inadvertidamente" distorce o registro histórico do que realmente aconteceu. O fato é que a esses dois astrônomos é imputada a culpa pela propagação da existência dos canais (3). Na verdade, a época que se estendeu desde meados do século XIX até praticamente a década de 1960 foi marcada pela crença generalizada na academia na existência dessas construções, o que não é ressaltado nos textos modernos ou postagens da rede que pretendem descrever esse capítulo da história da Astronomia.

Fig. 2 O refrator Merz do Observatório de Brera (4).
Esse telescópio funciona até hoje e foi usado por
Schiaparelli em seus estudos areográficos.
Artigos científicos que relatam observação dos canais

Felizmente, é possível hoje em dia pesquisar artigos desse período e conhecer a opinião de outros observadores sobre a visualização de estruturas filiformes na superfície de marte. Por meio do refrator "Merz" (Fig. 2), Schiaparelli fez mapas detalhados da superfície de marte mostrando o que ele chamou "canali". Pretende-se explicar a estória dos canais como estruturas artificiais por um problema semântico entre a tradução da palavra "canali" em Italiano para "canals" em Inglês. O fato é que essas sutilizas semânticas não têm relação com o que outros observadores afirmaram ter visto em sucessivas oposições de marte no final do século XIX e início do século XX.

Nossa busca se deu no "SAO/NASA Astrophysics Data System" (6) em um período que vai de 1886 a 1954. É importante que o leitor esteja contextualizado no debate que ocorreu na época. Havia dois grupos de astrônomos: os que aceitavam a existência dos canais e os que afirmavam nunca ter observado as estruturas. Ainda que a balança da história tenha pendido  a favor desses últimos, é possível entender as falhas de observação a inúmeros fatores climáticos e de favorabilidade da oposição de marte. Do lado dos "crentes" haviam figuras ilustres como Antoniadi, por exemplo, sobre quem se afirma ter sido um crítico da existência dos canais, o que não é verdade (ver Fig. 1 e Fig. 4). Tudo isso aumenta o mistério em torno do tema, porque as teorias de ilusão - criadas para explicar o que Schiaparelli e Lowell viam com seus telescópios - não explicam porque esse fenômeno não se repete hoje em dia.

Fig. 3 Correspondência entre um mapa de Schiaparelli
e uma imagem moderna da região de Elysium e Syrtis
Major. 
Um artigo que chama a atenção é "Analysis of the Martian Canal Network" (5) de W. A. Webb (1955). Logo na introdução do artigo, esse autor declara:
Edison Pettit (*) confirmou a existência dos canais em 1939 e se convenceu de que eles eram tão numerosos quanto representados nos mapas de Schiaparelli de marte. Assim como Trumpler, ele também deixou de comparar seus desenhos com aqueles mapas de marte até que oposição passasse e seus desenhos fossem preparados para publicação.
A referência a Pettit citada é de um artigo publicado na "Associação de Astronomia do Pacífico" em 1947. Portanto, vê-se que até a década de 1950, havia pesquisadores que afirmavam a existência dos canais, o que mostra que essa estória não morreu com Schiaparelli e Lowell. O mais interessante desse relato é que, para reforçar a existência dos canais, era exigido que novos observadores não se influenciassem pelos mapas de Lowell e Schiaparelli. Acreditava-se que a simples consulta a tais mapas poderia induzir observadores a ver através do telescópio a existência dessas estruturas.

Na "Memoir of the British Astronomical Association" (7) , há na "seção de marte" uma relação de canais de marte e seus respectivos observadores. De lá extraímos a seguinte passagem:
O diretor, Mr. Cammell, nota que o número de canais observados foi 27. O Jamuna foi o único canal duplo visto distintamente. Gehon e o Ganges eram aparentemente duplos. Anubis, Astusapus e Astaboras eram visto como manchas sombreadas. Os canais nunca foram vistos muito distintos ou pretos, com exceção do Ganges que, em várias ocasiões, era sempre negro.
O Sr. Roberts fala em marcas sendo vistas distintamente quando a definição de imagem era boa.
O Sr. Antoniadi, depois de contar 42 canais, menciona um novo, visto em primeiro de Novembro, que não aparece nos mapas de Schiaparelli, mas que foi visto por observadores de Lick em 1892.
As observações mais precisas dos canais foram feitas pelo Sr. Stanley Williams. Seu relatório é reproduzido completamente.
Nesse artigo, vários nomes de observadores são citados, indicando os canais que eles observaram. Nomes como "Anubis", Astusapus", "Astaboras" e "Ganges" correspondiam à nomenclatura dada por Schiaparelli para os canais. O leitor deve atentar para o fato de os observadores nesse relatório confirmarem a existência dos canais "quando a definição da imagem era boa", o que está ligado à oscilações na imagem causada por turbulência atmosférica (8). Quem já observou qualquer planeta com grandes aumentos está acostumado ao fenômeno. Logo, as marcas filares eram vistas quando a turbulência se reduzia consideravelmente, o que ocorria apenas durante alguns minutos.

Fig. 4 Mapa de E. Antoniadi de marte mostrando os canais. Fonte (9).
Frequentemente, fala-se que os tais canais só poderiam na época ser vistos com telescópios de pequena abertura (abaixo de 10 polegadas). Sabe-se que a turbulência atmosférica influencia mais a formação de imagem com aberturas maiores. Isso é fácil de ser entendido considerando que, com aberturas maiores, a frente de onda que forma a imagem é maior (se comparada, por exemplo, à metade da abertura), de forma que a turbulência atmosférica é mais eficiente em deformar a imagem final com grande instrumentos. Entretanto, no "Report of the mars section" (1917-1918), "Observation and telescopic notes" (10), lê-se:
Escrevendo a respeito do telescópio refrator de 28 polegadas, Steavenson diz: "No dia 22 de abril, o seeing chegou a 5-6 (na escala do Prof. Pickering) por duas horas. Vi muito pouco além do que tenho visto com o equipamento de 10 polegadas, mas o que vi foi quase que instantâneo, ao invés de aparecer laboriosamente ao longo de uma hora de observação e, quando isso aconteceu, manteve-se a imagem serena por minutos certamente. De outra forma, o planeta apareceu muito como costumava ver em refratores de 8 e 10 polegadas. Os 'canais' eram  largos e difusos, embora bastante retos e suavizados como um todo. Não há dúvidas de que qualquer deles se apresentava meramente como cantos de marcações de meio tom. Tem-se dito que, com aberturas maiores, o planeta se apresenta cada vez mais natural, mas, nessa noite, penso que ele se parecia menos natural do que já tive chance de observar anteriormente. Esse efeito se deve largamente à retidão e o comprimento de Protonilus, Deuteronilus, Phison e Euphrates
Orontes e Typonius eram os únicos riscos que pareciam descontínuos."
Dessa forma, um observador confirmou a existência dos canais com um telescópio de 28 polegadas.

Fotografias que registram os canais

Céticos afirmam que nunca foram tiradas fotos registrando os canais e que isso prova que eram ilusórios. Inicialmente, ressaltamos que é possível explicar a raridade das imagens pela limitação tecnológicas da época quando não havia ainda os dispositivos CCD ou câmeras digitais e os registros eram baseados em filmes químicos. Entretanto, segundo Webb (5):
R. J. Trumpler, na oposição de 1924 e 1926 fez, muitas centenas de fotografias de marte mostrando canais e, por um sistema de combinação de negativos, preparou mapas de marte que se parecem bastante com aqueles de Lowell e Schiaparelli. Embora Trumpler negue conhecimento prévio desses mapas, opositores da teoria dos canais dizem que ele foi influenciado por elas na preparação de seus próprios mapas.
A referência aqui é Robert J. Trumpler (1886-1956), astrônomo suíço, que não teve a fama de Schiaparelli ou Lowell. A referência que indica as fotos não pôde ser encontrada. Sobre tais fotos, escreveu Pettit (11):
Muitas tentativas foram feitas de fotografar essas difíceis marcas, os canais de marte. Embora imagens interessantes tenham sido obtidas, nenhuma fotografia revelou os detalhes finos descritos por observadores visuais. Com aumento de potência óptica e melhoria nas técnicas fotográficas agora disponíveis, pode parecer estranho que fotos melhores não tenham sido obtidas. A explicação comumente aceita é que grandes abertura não são adaptáveis ao problema, porque as condições de visibilidade nunca são suficientemente boas.
Esse autor reafirma que os canais são visíveis como "detalhes finos" na superfície de marte e que sempre escapam à fotografia por causa das condições de observação que pioram com grandes aberturas. Naturalmente, há vários trabalhos de Percival Lowell sobre fotografias de canais (12,13, 14) que foram desprezados. Mas, há também artigos de outros autores (15,16,17).
Fig. 5. Mapa de marte preparado na oposição de 1954 que, segundo (16) utilizou fotografias do planeta feita pelo telescópio refletor de M. Wilson de 100 polegadas (2,5 metros).
De particular interesse é o relatório de Pettit (16). Nele há um mapa feito na oposição de 1954 que mostra claramente os canais. No artigo pode-se ler (ver seção "Marcas identificadas como canais"):
As únicas fotografias em que buscamos canais foram as imagens em amarelo tomadas em 1, 2 e 3 de Julho durante boas condições de visibilidade, quando o planeta estava a 39800000 milhas de distância. Deve-se enfatizar que essas observações cobriram somente a região de 170 a 310 graus. Marcações visíveis em exposições foram identificadas com os canais Cerberus I, Hades, Eunostos I, Hyblaeus, Amenthes, Thoth-Nepethes e Gyndes-Alcyonus. Em nossas fotografias, essas marcações parecem como raias irregulares ou bandas. Em desenhos feitos em 1939 e 1941, observadores gravaram essas raias como duas linhas paralelas curvadas. Nossas fotografias as mostram como uma marca em forma de nuvem alongada. As únicas marcas que se pareciam como canais como são descritas usualmente foram Eunostos I e Hyblaeus que se assemelham a linhas grossas.  
Finalmente, em um artigo recente G. Mort (18) publicou algumas fotos e registros de marte feitos com o grande refrator Clark de 24 polegadas feitas em Mars Hill. Nelas se observam os detalhes finos na forma de canais como pode ser visto nas Figs. (6a) e (6b). A Fig. 6b mostra que a superfície de marte se parecia como uma rede de "veias" ou "rios" que percorriam o planeta. Portanto, cai por terra as teorias de que Lowell e Schiaparelli inventaram os canais ou foram iludidos por suas crenças em vida extraterrestre naquele planeta.

Fig. 6a. Direita: Registro fotográfico feito com refrator de 24 polegadas (ver ref. 18). Esquerda: imagem interpretada através de um desenho.
Fig. 6b. Registro fotográfico de marte feito com refrator de 24 polegadas (ver ref. 18) de Mars Hill (Arizona). Nessa imagem aparecem as estruturas filamentares que podem ser tomadas como canais.
Conclusões

Obviamente, a questão sobre a existência de canais artificiais em marte é hoje considerada resolvida. O que analisamos aqui como não resolvidas são as explicações e causas para o avistamento e registro de estruturas parecidas com isso por inúmeros observadores habilidosos como Antoniadi, Beer e Mädler e outros, para não citar Schiaparelli e Lowell.

Quando as primeiras imagens dos sistemas Mariner chegaram em 1966 revelando marte como um mundo parecido com a lua e desprovido de canais, a decepção foi geral. Então, surgiram teorias de que os canais eram avistamentos de cadeias de crateras sucessivas e que antigos observadores se deixaram levar por teorias de vida extraterrestre. Porém são inaceitáveis as descrições de que a estória dos canais foi uma criação das mentes de Schiaparelli e Lowell, ou que legiões de observadores se deixaram ingenuamente a acreditar e ver na superfície de marte essas estruturas. Ainda difícil de se acreditar hoje em dia é o efeito de influenciação psicológica por mapas areográficos em que essas estruturas aparecem. Na época acreditava-se que isso era possível e, provavelmente, ainda há pessoas que pensam assim.

Essas teorias remanescentes, que descrevem os canais como "ilusões de óptica", são adicionalmente inaceitáveis por uma razão muito simples: de dois em dois anos, marte entra em oposição e se torna um objeto altamente favorável à observação. Porém, desde os primeiros vôos aquele planeta, nunca mais as dezenas de canais foram observadas. Se a teoria da ilusão de óptica fosse ainda válida, poderíamos contemplar essas estruturas ainda hoje.

Em um artigo mais crível, G. Mort (18) propõe a teoria de que os canais existiram  de fato - como estruturas filamentares - mas foram cobertos pela atividade atmosférica daquele planeta desde então. Segundo esse autor:
(Essa teoria) mostra que aquelas observações feitas nos séculos XIX e XX se baseavam em algum tipo de realidade. Havia de fato marcas proeminentes na superfície marciana que foram legitimamente observadas com telescópios na Terra. Isso demonstra que o albedo da superfície marciana passou por mudanças dramáticas em um curto período de tempo areográfico. Talvez isso exija que se repense o processo evolutivo da climatologia marciana. Se não houver nada além disso, ela contribui para uma nova apreciação do trabalho de Schiaparelli de 1877 e as intrigantes observações que o sucederam. 
Segundo C. Sagan, seria impossível que tais características tivessem desaparecido pouco antes das primeiras Mariners chegarem ao planeta. A teoria de Mort é interessante, mas assume que essas revoluções de superfície aparentemente sepultaram para sempre os canais que foram vistos e correlacionados entre observadores em inúmeras oposições do planeta antes de 1964-1966, e que hoje não se avistam mais. Portanto, somos partidários da opinião de Sagan de que ainda existe uma "suspeita irritante" sobre toda essa estória dos canais.

Para quem tiver interesse em outras suspeitas irritantes relacionadas ao planeta vermelho, recomendo o  artigo sobre os "flares" marcianos por T. Dobbins e W. Sheehan (19) da ALPO

Para um mapa moderno (oposição de 2005) de marte por observadores na Terra, ver:

Referências e notas

(1) Para um relato da história de exploração de marte feita pela NASA ver: http://history.nasa.gov/marschro.htm

(1b) A. Manara e A. Wolter (2011). "Mars in the Schiaparelli - Lowell letters". Men. S. A. It. vol 82, 276. Ver: http://adsabs.harvard.edu/abs/2011MmSAI..82..276M

(2) http://pt.wikipedia.org/wiki/Giovanni_Schiaparelli (texto de Fevereiro de 2015).

(3)  Ver, por exemplo R. Milner (2011), "Tracing the Canals of Mars: An Astronomer's Obsession", em que o autor diz "ao menos um astrônomo proeminente estava convencido de que marte não só suportava vida, mas era morada de uma avançada civilização".

(5) Ver: http://adsabs.harvard.edu/full/1955PASP...67..283W. "Publications of the Astronomical Society of the Pacific", Vol. 67, No. 398, p.283

(7) "Report of the Mars Section. A List of Canals and Observers. Memoirs of the British Astronomical Association", vol. 4, pp.117-119 (1896). Ver: http://adsabs.harvard.edu/abs/1896MmBAA...4R.117.



(10) Ver: http://adsabs.harvard.edu/abs/1926MmBAA..26....1... Section for the Observation of Mars. 1917-1918. Introduction. Memoirs of the British Astronomical Association, vol. 26, pp.1-8 (1926)

(11) Ver: http://adsabs.harvard.edu/abs/1947PASP...59....5PPublications of the Astronomical Society of the Pacific, Vol. 59, No. 346, p.5 (1947)

(12) P. Lowell (1905) "The Canals of Mars - Photographed". Astronomische Nachrichten, volume 169, p.47. Ver: http://adsabs.harvard.edu/abs/1905AN....169...47L

(13) P. Lowell (1905) "The Canals of Mars-Photographed". Popular Astronomy, vol. 13, pp.479-484. Ver: http://articles.adsabs.harvard.edu/full/1905PA.....13..479L

(14) P. Lowell (1906) "First Photographs of the Canals of Mars". Proceedings of the Royal Society of London. Series A, Containing Papers of a Mathematical and Physical Character, Volume 77, Issue 515, pp. 132-135

(15) E. Pettit (1950). "Photographing Mars". Astronomical Journal, Vol. 55, p. 77. Ver: http://articles.adsabs.harvard.edu/full/1950AJ.....55R..77P

(16) E. Pettit e R. S. Richardson (1954) "Observations of Mars Made at Mount Wilson in 1954". 
Publications of the Astronomical Society of the Pacific, Vol. 67, No. 395, p.62. Ver: http://articles.adsabs.harvard.edu//full/1955PASP...67...62P/0000067.000.html?high=54d5f44f5d10654

(17) E. C. Slipher (1921). "Photographing the Planets with Especial Reference to Mars". Publications of the Astronomical Society of the Pacific, Vol. 33, No. 193, p.127. Ver: http://articles.adsabs.harvard.edu//full/1921PASP...33..127S/0000127.000.html?high=54d5f44f5d10654

(18) G. Mort. Mars: The Canal Cover-up. Martian revelations. http://www.gregmort.com/Bibliography_files/Mars_Canal_Cover-up_Final_Draft-5.pdf

(19) T. Dobbins e W. Sheehan. "Solving the Martian Flares Mystery".  http://www.alpo-astronomy.org/mars/articles/MartianFlaresALPO.pdf