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20 outubro 2016

As Três Marias

Aspecto do Cinturão de Órion com as "Três Marias"
conforme visto em um pequeno binóculo. Por Roberto Mura via Wikipedia.
Ver também: A constelação de Órion (segundo gregos e egípcios)

Não é incomum a curiosidade em torno das famosas "Três Marias". Que agrupamento de estrelas é esse? Não podem ser encontradas com essa designação em nenhum mapa celeste, então elas se referem a quê?

Na verdade, as constelações são designadas sob diversos nomes, mas apenas alguns são conhecidos como "oficiais". As "Três Marias" é um caso não oficial. Trata-se de, como é fácil de se pesquisar na internet, de um nome dado ao "Cinturão de Órion", na constelação de mesmo nome. O "Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica" (1) de R. R. de Freitas Mourão, assim define esse nome:
Três Marias. Asterismo na constelação de Órion, formado por três estrelas brilhantes, em linha reta, e igualmente espaçadas; Três Irmãs, Três Reis Magos, Cajado, Cinto de Órion, Ararapari.
E qual seria a razão para essa denominação? Alguns referem-se a três mulheres que visitaram o túmulo de Jesus após a crucificação. Essa descrição se conforma a alguns textos dos evangelhos canônicos (notadamente Marcos 16:1-8, Fig. 1) que as identificam com os nomes Maria de Cleofas, Maria Madalena e Salomé. Em outros lugares (Filipinas e Porto Rico, ver (2)), o mesmo agrupamento de estrelas é conhecido como "Os Três Reis Magos", também em uma referência ao Novo Testamento. Seus nomes seriam Gaspar, Melquior e Baltasar e estariam a caminho de Belém, representada pela estrela Sírius, ou α Canis Majoris. Seria Sírius um símbolo para a estrela de Belém?
Fig. 1 As Três Marias: "Ressurreição de Cristo e Mulheres no Sepulcro" - Fra Angelico (c.1387-1455). Fonte: Wikipedia.
Na convenção moderna de batizar muitas estrelas com nomes de origem árabe, elas são denominadas Mintak (δ Orionis), Alnilam (ε Orionis) e Alnitak (ζ Orionis). Como esses nomes têm significado, o mesmo Dicionário de Mourão (1) assim esclarece:

Mintak - "O nome de origem árabe designa o cinto do gigante";
Alnilam - "Seu nome, de origem árabe, significa a pérola";
Alnitak - "Seu nome árabe significa o cinto do caçador".

Em outras culturas, não é assim. O mesmo dicionário (1) assim esclarece sobre o nome Ararapari ligado à constelação de Órion e sobre as "Três Marias" na mitologia dos índios do Amazonas:
Ararapari. 1. Nome usado pelos índios do Amazonas para designar a constelação de Órion, segundo Barbosa Rodrigues. Esse nome é composto de arara, arara, e pari, cerca. Seriam as cercas dos currais de peixes, pari, que possuem a  suas varas dispostas em triângulo. 2. De acordo com o Coronel Temístocles Sousa Brasil, seria o asterismo das Três Marias, como lhe teria sido contado pelos índios das margens do rio Negro.
Há várias outras referências culturais encontradas na Wikipedia (2) sobre o Cinturão de Órion, que corresponde ao agrupamento das Três Marias: 
  • na mitologia chinesa elas são conhecidas como "a balança" ou "mansão das três estrelas"; 
  • no Velho Testamento, uma referência as Três Marias é encontrada indiretamente na citação aos "cordéis de Órion" em Jó 38:31: "Ou poderás tu ajuntar as delícias do Sete-estrelo ou soltar os cordéis do Órion?". Essa citação também faz referência as Plêiades (sete-estrelo); 
  • na mitologia Finlandesa, o cinturão de Órion é conhecido como Väinämöisen vyö (ou o "cinto de Väinämöinen"). As estrelas parecem pertencer ao cinto de um asterismo conhecido como Kalevanmiekka (ou a espada de Kaleva, conforme (2)).
Para os Tupis-Guaranis na América do Sul, a constelação de Órion fazia parte de um agrupamento maior conhecido como "Homem Velho" (3) ou Tuya'i. O software Stellarium permite reproduzir o traçado dessa constelação Tupi, conforme mostra a Fig. 2. Nela o cinturão de Órion é chamado "Joykexo". 

Fig. 2 O traçado das constelações típicas do verão no hemisfério sul segundo a mitologia dos índios guaranis do Paraná e o software Stellarium. O "Homem Velho" (Tuya'i) é formado pelo cinturão de Órion (Joykexo), as Híades (Tapi’i rainhykã ou a "queixada da anta"), além das Plêiades (Eixu). 
O cinturão de Órion

Fig. 3 Mapa da constelação de Orion, mostrando as Três Marias no
chamado "cinturão de Órion".
Do ponto de vista astronômico, das Três Marias (visto na Fig. 3. no centro da constelação de Órion), a mais espetacular como estrela é certamente Mintak por ser um sistema formado por cinco estrelas. Mintaka é uma estrela de magnitude 2.2, localizada a 1200 anos-luz de distância. Na descrição do sistema de Mintaka, divide-se a estrela em duas componentes: a principal e uma secundária mais débil cerca de 52" de distância. A componente principal é um sistema triplo, enquanto que a secundária é um sistema binário.

A melhor maneira de contemplar as chamadas "Três Marias" é por meio de um binóculo. A separação entre cada uma delas é de aproximadamente 1 grau e 20', sendo que o Cinturão tem ao todo  2 graus e 45' de largura. A região do cinturão é, em si, riquíssima em estrelas, contendo ainda em sua vizinhança diversos objetos "deep-sky" como a famosa "Nebulosa de Órion". Obviamente, para se apreciar completamente esse agrupamento de estrelas uma região escura, sem poluição luminosa, é recomendada.

Referência

(1) R. R. de Freitas Mourão (1987). "Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica", Editora Nova Fronteira/CNPq.

(2) https://en.wikipedia.org/wiki/Orion%27s_Belt (Acesso em Outubro de 2016).

(3) G. Afonso. (2006) Mitos e Estações no Céu Tupi-Guarani. Scientific American Brasil. Edição Especial sobre Etnoastronomia. Aceso em outubro de 2016.

15 novembro 2015

Mitos no céu 2 (origem de algumas constelações)


Com o grande sucesso do post 'Mitos no céu - origem de algumas constelações',  apresentamos aqui mais referências sobre a origem de outras constelações. A fonte principal é (1). As imagens das constelações correspondem à versão do software Stellarium como vistas desde o hemisfério sul.

Andrômeda - a princesa acorrentada

Em grego: Andromede.


Andrômeda segundo o Stellarium.
De acordo com (1):
Andrômeda foi uma princesa Etíope filha de Cefeu com Cassiopeia. Sua mãe ofendeu os deuses dizendo que sua filha era mais bonita do que as Nereidas. Poseidon com raiva mandou um monstro marítimo devorar a princesa. Quando ela estava acorrentada às rochas, o herói Perseu matou o mostro e salvou a princesa, que se tornou sua esposa. Os deuses então, como lembrança, puseram toda a família entre as estrelas na forma de constelações. 
No céu, Andrômeda pode ser vista ao lado de constelações como o Triângulo e Pégasos, o cavalo de Perseu.

Cão Maior - o cachorro de Europa

Em grego: Quion.

O Cão Maior segundo o Stellarium.
Existem várias origens segundo (1). Escolhemos esta:
Lélaps, o cão mágico destinado a nunca ser capturado em uma perseguição. Foi inicialmente dado como presente por Zeus a Europa, que passou o animal ao seu filho Minos e desse para Procris e Céfalos. Esse último pôs o cachorro a perseguir a raposa Teumessiana, que também estava destinada a nunca ser capturada em uma perseguição. Para resolver o paradoxo de destino dos dois animais, Zeus os colocou no céu entre as constelações do Cão Maior (Canis Major em latim) e Cão Menor (Canis Minor) de forma que ficassem perseguindo-se por toda eternidade. 
Ainda segundo (1), a tal raposa teria sido enviada como punição aos Tebanos que se obrigaram a sacrificar um menino todos os meses para aplacar a fúria da raposa. Procris pôs então Lélaps a perseguir a raposa.

A estrela mais brilhante do céu (Sírios) encontra-se na constelação de Cão Maior e é conhecida como Seirious ou Quion Aster em grego.

Órion - o caçador

Em grego: Orion (o homem montanha?)
Órion.

Essa constelação tem uma origem muito antiga, pois, segundo (1), já era conhecida pelos Sumérios como o "Verdadeiro Pastor de Anu" (Sipaziana). Sua origem grega é controversa (1):
Foi um caçador gigante colocado nos céus como a constelação de Órion. Alguns dizem que perseguiu Lepus (a lebre) pelos céus com seu cão (Canis Major), outros dizem que se pôs em busca do Touro (Taurus) ou a perseguir as ninfas Plêiades. Na história de sua morte, Orion teria sido morto por Ártemis em uma versão. Em outra, um escorpião enviado por Gaia buscou puni-lo por se vangloriar de ser capaz de matar todas as criaturas da terra. O escorpião foi colocado entre as estrelas com o destino de atormentar Órion, sendo que todas as vezes que o Escorpião surge no horizonte leste, Órion se põe a oeste.  
Boieiro - o inventor da carroça.

Em grego: Bootes (o condutor da carroça),
                  Arquitophilax (sentinela dos ursos).

O Boieiro e a Coroa Boreal.
Em uma versão:
O Boieiro (Bootes em latim) foi o inventor da carroça ou do arado e era filho da deusa Deméter. Como recompensa pelos serviços prestados à humanidade, foi colocado entre as estrelas como a constelação do Boieiro. Seus bois (ou carro?) e arado foram colocados no céu como a constelação de Ursa Maior e Menor, respectivamente. 
Segundo outra versão:
O Boieiro foi Ícaro, um devoto ateniense de Dionísio  instruído pelos deuses na arte da vinicultura. Porém, teria sido assassinado por camponeses que confundiram o vinho com veneno.  Dionísio colocou seu protegido no céu como uma constelação, juntamente com sua filha Erígona e o cão Maíra como, respectivamente, as constelações de Virgem e Cão Maior.
A Coroa Boreal - a Coroa de Ariadne

Em grego: Stephanos (a coroa).
Foi a coroa da princesa cretense Ariadne, como presente dos deuses por seu casamento com Dionísio. Depois da morte de Ariadne, foi colocada no céu como a constelação da Coroa Boreal (Corona). 
Ofiúco - o Serpentário

Em grego: Ophiokhos (o portador da serpente)
O Ofiúco e a constelação da serpente (Serpens).

Há várias versões em (1). A que achamos mais interessante é esta:
O Ofiúco foi  Asclépio, o grande médico, filho do deus Apolo, que ousou aprimorar sua ciência a ponto de restituir a vida aos mortos. Quando Zeus ficou sabendo, atingiu Asclépio de forma fulminante como um raio. Como lembrança, o herói foi colocado entre as estrelas junto com uma  serpente (Serpens), que se enrola em torno de seu corpo.

Essa constelação, em particular, está claramente ligada à medicina. Em outra versão, Ofiúco foi o herói Forbas, que livrou a ilha de Rodes de uma infestação de serpentes e, como recompensa, foi colocado no céu pelo deus Apolo.

Pégaso - o cavalo alado

Em grego: Hippos (o cavalo) ou Pegasos

 Em uma versão:
Foi um cavalo alado filho da górgona Medusa e domesticado pelo herói Belerofonte que o cavalgou durante uma batalha contra o monstro Quimera de três cabeças. Quando posteriormente tentou voar até o céu, foi jogado de volta à Terra, tendo sido recebido e colocado por Zeus entre as estrelas como uma constelação.
Eis outra versão menos conhecida:
Melanipe era ninfa filha do centauro Quíron. Quando ficou grávida do herói Eolus, escondeu-se em uma floresta por vergonha e rezou para que seu pai não a encontrasse. Os deuses então a transformaram em um cavalo e, depois que seu filho nasceu, a colocaram entre as estrelas como a constelação de Pégaso. Dessa forma, continuou ela se esconder do pai ao se por a oeste, quando ele nasce a leste.
Referências

1 - Katasterismoi: http://www.theoi.com/Cat_Astraioi.html.

20 maio 2014

Mitos no céu (origem de algumas constelações)



Ver também: Mitos no céu 2 (origem de outras constelações).

A origem das constelações (katasterismoi em grego)
A maior parte das culturas antigas via imagens nos agrupamentos de estrelas do céu. Os primeiros esforços para catalogar as estrelas podem ser vistos em antigos registros cuneiformes que datam de 6000 a. C., encontrados no vale do rio Eufrates (Babilônios). Leão, Touro e o Escorpião já eram vistos pelos antigos no céu. As constelações de hoje são, entretanto, diferentes das de ontem, pois elas são contribuição de várias sociedades e povos. Gregos e romanos foram, porém, os que mais contribuíram para a formação dos mitos e figuras no céu.

As constelações:  o que são

Constelações são agrupamentos "ilusórios" de estrelas. O céu foi "dividido" em constelações (88 ao todo), da mesma forma que se dividem terras em países e regiões. A divisão é puramente arbitrária, mas está baseada em antigas tradições.

As estrelas se distanciam de nós de forma arbitrária, mas da projeção das distâncias no céu, tem-se a impressão que estão sobre um mesmo "plano" e, da imaginação, surgem figuras geométricas. Mais recentemente, (depois do renascimento e grandes navegações), constelações austrais foram acrescentadas, com motivos ligados à equipamentos de navegação ou animais encontrados nas novas terras...

Por volta do IV milênio antes de Cristo, os antigos Acádios reconheciam um conjunto de constelações como "os sulcos de plantação", que eram arados pelo "touro celeste", conforme narra a Epopéia de Gilgamesh. Na época, o sol entrava a primavera no Touro...

Um exemplo de constelação antiga: o Touro


A constelação é caracterizada por um notório asterismo em forma de ‘V’, que é a face do touro. A estrela "Aldebarã" (do árabe, Al Dabaran, ou a “seguidora”) é o olho vermelho do Touro. O asterismo em forma de "V" é conhecido como as Hyades (aglomerado aberto). As "Hyades" ("huades", as chorosas) eram ninfas meia-irmãs das "Pleiades" e filhas de Atlas e Etra. Foram encarregadas por Zeus de cuidar do deus Dionísio e, por causa disso, ganharam o céu.  Outra versão (http://www.theoi.com/Nymphe/NymphaiHyades.html) fala que, após a morte de seu irmão Hias, as ninfas chorosas foram elevadas ao céu por Zeus. Hias, por sua vez, foi transformado na constelação de Aquário. Para os romanos: Júpiter se transformou em um "touro" para carregar Europa, filha do rei de Cretas. 

Um exemplo de constelação moderna: Antlia.


Criada em 1752 por Nicolas Louis de Lacaille para homenagear a invenção da máquina pneumática ou bomba de ar. É um asterismo pálido no céu, visível apenas em locais escuros.

O Zodíaco (zodiakos kyrklos – círculo de animaizinhos)

Zodiaco de "Denderat" (~1 a. C),  cópia de antigos documentos egípcios, hoje no museu do Louvre.
Ao longo de séculos de história, diversos povos viram várias constelações. Mas todos sempre consideravam diferentes as constelações por onde o sol passava, com diferentes significados.    

Mitos relacionados a algumas constelações do Zodíaco

Áries

É o cordeiro alado Chrysomallos (Χρυσόμαλλος) de lã dourada, procurado por Jasão e os Argonautas. O cordeiro tinha sido originalmente presenteado a Nefele por Mercúrio, quando seu marido arranjou outra mulher (Ino). Ino perseguiu os filhos de Nefele, Frixo e Hele. Para mantê-los seguros, Nefele montou-os no lombo do cordeiro que voou em direção ao leste. Hele caiu do cordeiro na região do Helesponto (estreito dos Dardanelos) entre o mar Egeu e o mar de Marmara. Mas Frixo aterrisou na Cólquida na parte leste do mar Negro. Frixo sacrificou o cordeiro e presenteou a flecha dourada ao rei Aetes. O rei, por sua vez, presenteou Frixo com a mão de sua filha, Calcíope.

Touro

Europa, filha do rei Agenor da Fenícia, gostava de brincar com suas amigas na praia. Zeus intruiu seu filho Hermes a espantar o gado do rei em direção à praia, onde as garotas estavam brincando. Assumindo a forma de um touro, Zeus se infiltra no bando e espera pela chance de raptar Europa. 

Gêmeos

Gêmeos representam Castor e Polideuces (Pollux é a versão latina), conhecidos pelos gregos como os os Dioscuri, "filhos de Zeus". Entretanto, mitologistas não sabem realmente se eram "filhos de Zeus" por causa das circunstâncias de seu nascimento. A mãe de Gêmeos era Leda, rainha de Esparta, visitada certo dia por Zeus na forma de um cisne (que é agora representado pela constelação Cygnus). Na mesma noite, Leda dormiu com seu marido, o rei Tíndarus. Ambos relacionamentos deram certo, pois, de Leda nasceram quatro crianças. Na versão mais aceita, Polideuces e Helena (que se tornou depois Helena de Tróia) eram filhas de Zeus (e imortais), enquanto que Castor e Clitemnestra eram filhos de Tíndarus e, portanto, mortais. Castor e Polideuces cresceram juntos, sempre amigos, e dizia-se que se pareciam muito um com o outro. Foram colocados nos céus por Zeus depois que Polideuces matou seu irmão em uma disputa por causa de uma mulher.

Câncer

Um personagem menor em uma das histórias sobre Héracles (o nome grego para Hércules). Numa luta contra a serpente de muitas cabeças, a Hidra do pântano de Lerna, emergiu o caranguejo,  picando Hércules nos pés. Em um só golpe, Hércules esmagou o caranguejo. Por esse ato modesto mas corajoso, a deusa Hera, que era inimiga de Hércules, transformou o caranguejo em constelação. 

O trópico de Câncer corresponde à latitude onde o Sol está ao meio dia de 21 de Junho. No tempo dos gregos antigos, o sol estava em câncer exatamente nesta data. 

Leão

Eratóstenes e Higius afirmam que foi o leão colocado no céu por ser o rei das feras. Mitologicamente, esse é o Leão de Neméia, morto por Héracles (Hércules) como uma das suas doze tarefas. Neméia é uma cidades a sudoeste de Corinto. Lá vivia o leão em uma caverna com duas entradas, a devorar os habitantes da cidade, que se tornavam cada vez mais escassos. Esse leão era invulnerável, diz-se que foi cria do cão Ortrus, o monstro Tífon ou mesmo gerado por Selene – a deusa lunar. Sua pele resistia a todas as armas e Héracles mesmo provou isso atirando nele uma flecha, que simplesmente ricocheteou.

Virgem

Segunda maior constelação do céu (a maior é Hidra). Os gregos a chamavam Partenos, identificada como Dike, a deusa da Justiça, filha de Zeus com Temis. Existe outra deusa associada a Virgem, Deméter, deusa do milho, filha de Cronus com Reia. Epsilon virginis é chamada Vindimiatrix (grego: Protrigeter), do latim "colhedora de uvas", porque o aparecimento dessa estrela antes do sol em Agosto marca o começo da colheita de uvas.

A designação em grego de Vindimiatrix foi dado em comemoração a Ampelus, um garoto que foi supostamente amado pelo deus Dionísio. Virgem abriga o sol no Outono (hemisfério norte). Dias e noites se tornam iguais e  prepara-se para o inverno.

Referências



  1. Uma excelente referências sobre mitologia grega na web é www.theoi.com. Em particular, sobre os katasterismoi: http://www.theoi.com/Cat_Astraioi.html
  2. I. Ridpath, Miths, legens and history of the constellations. http://www.ianridpath.com/startales/contents.htm